Sai da cama e fui até o banheiro onde fiz minhas higiene e coloquei uma roupa leve. Estava me sentindo ótima, nada de dores de cabeça, nada de tontura ou outra coisa. Eu estava me sentindo uma verdadeira noiva. Antes de sair do quarto, escrevi um bilhete para o Luan e deixei em cima do seu celular, já que era a primeira coisa que ele pegava ao acordar. Arrumei a cama para o Henry não cai e fui tomar um café da manhã que a minha sogra tinha preparado para mim.
- Como passou a noite ? Conversaram ? - perguntou minha sogra.
- Passamos a noite muito bem, conversamos, nos entendemos.
- Brigaram ? - perguntou Bruna.
- O Luan disse ontem que não iria mais casar com a Larissa.
- Ué, ele ficou maluco ? Ele precisa ficar ao seu lado, você precisa dele. Esse meu irmão é maluquinho das ideias, não liga, Larissa.
- (risos) Foi coisa passageira da cabeça dele. Eu o entendo, também ficaria desesperada se fosse ao contrário. Mas agora vai rolar casamento, sim.
- E o tratamento ? - Bruna conversava comigo enquanto comia.
- Quero fazer depois do casamento. Assim que tiver a cerimônia, se na recepção eu ainda me sentir bem, eu fico, depois de tudo isso eu vou para o hospital e faço a cirurgia.
- Você vai ficar boa logo - Marizete segurou a minha mão.
- Eu sei que vou sim.
Tomamos o nosso café da manhã e logo após seguimos para o atelier. A Eduarda já nos esperava com o vestido todo preparado, eu só tinha que provar novamente, pois na última vez estava dançando em meu corpo.
- Vamos ver se fica apertadinho - disse a Eduarda.
Ao colocar já senti uma diferença enorme. Estava tudo lindo o vestido, do jeito que eu imaginei em meus sonhos. Fizemos os últimos ajustes e estava pronto para usar no grande dia. Mas ficaria ali, guardadinho até lá. O nosso casamento no civíl seria já na próxima semana e com tanta correria de trabalhos e cerimônica, acabamos esquecendo desse detalhe e eu estava sem um vestido descente para a comemoração.
Fomos em uma loja e minha cunhada e sogra me fez vestir inúmeros vestidos até eu decidir qual iria ficar, não demorou muito e eu já estava com os olhos brilhando ao ver um da cor branca. Passamos na loja do terno do Luan, mas não me deixaram ver o que ele iria vestir, eu apenas vi o terno do meu pequeno, que estava lindo e ele iria ficar perfeito.
Voltávamos para casa, quando Bruna me mostrou uma foto minha e do Henry que estava no instagram do Luan. Fiquei curiosa para ver o que ele tinha postado e logo puxei da mão da minha cunhada, o celular.
Sinto-me muito feliz por ter encontrado você em minha vida, por termos nos apaixonado, pelo o nosso amor ser recíproco, por vivermos em paz, em harmonia, por sermos como somos e levarmos a vida que levamos. Se alguma coisa nos faltava, com a chegada do Henry já não falta mais nada. O nosso amor está se tornando ainda mais intenso e sólido, ficaremos eternamente unidos pelo amor ao nosso filho. A única coisa mais que posso dizer, é que sou o homem mais feliz do mundo e quero que a nossa família e o nosso amor cresça ainda mais. Se você sempre foi a mulher minha vida vida, agora também é a mãe do meu filho. E que venham outros. Eu te amo !! ♥♥♥♥♥
#minhaspaixões #meusamores
- Aí gente, eu não aguento isso ! - disse com os meus olhos marejados.
- Lindo não é ? Meu irmão te ama muito.
- Isso é verdade, o Luan é louquinho por você.
- (risos) E eu sou louca por ele, quando eu chegar vou enchê-lo de beijos.
- Viu os comentários ?
- Vi, elas são fofas.
Chegamos no condomínio e vimos o Luan saindo de casa com o Henry nos braços, ele mostrava as árvores para o filho, que estava com um bonezinho azul. O Luan ao nos ver, mostrou para o Henry que bateu palmas todo alegre, o pai fazia a alegria junto com ele.
- Olha quem chegou filhão, a mamãe. ÊÊ !!
- Que menino tão lindo ! - beijei o seu rostinho e ele gargalhou. - Sabia que a mamãe ama essa gargalhada ? Eu morro com essa gargalhada.
- O que foi no seu nariz ? - Luan me perguntou, passei a mão no nariz e ele estava sangrando. - É da aneurisma ?
- Nã-não sei ...
- Larissa, seu nariz sagra - dizia a Marizete ao sair do carro após pegar as nossas sacolas. - O que houve ? Vem aqui - segurou a minha mão e me levou para a sala de sua casa.
- Não, eu vou sujar tudo isso. Vou ao banheiro !
Enquanto ia ao banheiro escutava o Luan preocupado da sala.
- Isso já está se agravando, mãe. Larissa quer me matar, ela quer me matar ...
- Calma, Luan. Não passa isso para o seu filho - Bruna dizia.
Lavei o meu rosto e o sangue sumiu. Voltei para a sala, Bruna brincava com o Henry em seu colo, Marizete ao lado do filho que o acalmava e eu sorrindo olhei para eles.
- Você fica sorrindo, Larissa ? Eu vou te matar ! - disse o Luan desesperado.
- (risos) Só foi um sangue normal. Calma, meu amorzinho. Eu já pedi calma.
- A cada dia eu tenho mais medo disso.
- Não fica com medo, seja forte.
- Se você...
- Shii !! - coloquei o meu dedo em seus lábios. - Não fala isso, não vai acontecer.
- Eu espero ! - selou os meus lábios e eu sorri.
(...)
Os dias se passavam lentamente, as dores de cabeça eram com mais frequência, cancelei todas as minhas consultas na clínica. Passei uma semana de horrores com os meus pais, só conseguia viver deitada, ao ficar em pé sempre caia com tonturas. As coisas iam se agravando e aquilo deixava ainda mais o meu coração apertado. Faltava apenas oito dias para o casamento cívil e pouco de um mês para o casamento religioso. Não queria que o meu sonho de ser esposa acabasse por causa da doença. Eu iria lutar e eu iria conseguir viver esses momentos que sonhei.
Marizete me contava ao me visitar que o Luan voltava para casa desesperado, logo após de me ver, dizia que chorava todas as noites quando estava em São Paulo e quando estava fazendo shows ligava para a mãe e desabafava. Já em minha presença ele se mostrava forte, fazia tantas outras coisas para mim, me divertia, assim como divertia o nosso filho, duas companhias que me deixava extremamente feliz, além dos meus pais que estavam o tempo todo comigo, mas que me privaram de ficar muito tempo com o Henry nos braços.
Minha alimentação estava ótima, não tinha deixado de comer apesar das dores fortes. Fiz alguns exames que o neurologista tinha passado, um pré-operatório. Não poderíamos esperar muito tempo, eu poderia ter alguma coisa a qualquer momento e morrer. Mas insisti para o médico de que eu iria casar, faltava poucos dias.
Tudo estava normal para as pessoas de fora. A mídia não sabia do meu tal problema, os fãs do Luan também não sabiam de nada e era melhor assim sem muito alarde pelo os cantos, queria tudo no silêncio, eu tinha certeza que eu iria vencer essa. A Michele me dava um força enorme, todos os dias estava em minha casa, contando tudo o que estava fazendo e até me ajudou a levantar a minha autoestima uma semana antes do casamento civil.
- Menina ! Você vai casar no civil semana que vem, então arruma essa peruca, começa a testas suas maquiagens, troca a lente de contato por favor e sorri, amiga.
- (risos) Irei sorrir mesmo na doença - disse olhando para mim em frente ao espelho. - Olha como eu estou, que olheiras enormes, que cabelo feio.
- Quer que eu ligue para aquele meu amigo cabeleireiro e venha aqui arrumar essa juba de leão ? Está precisando hein amiga ?
- (risos) Pode ser, Mi. Ele só não pode puxar muito, minha cabeça anda muito louca ultimamente.
- Ele vai cortar essas pontas, vai te deixar uma gata.
Sorri em frente ao espelho por toda aquela alegria da minha amiga, mas depois o sorriso sumiu e a minha expressão de alegria mudou para tristeza.
- Mi !!
- Oi, meu amor ?
- Será que eu vou sobreviver ?
- Claro que vai, você é forte. Guerreira !
- Estou com medo. Eu tenho meu filho, eu tenho o Luan, tudo o que eu sonhei pra minha vida eu venho conquistando. Eu vou casar, Michele. Você sempre me ouviu falar sobre casamento, como eu queria, com quem eu queria. Todos os meus planos. E essa doença veio para atrapalhar tudo - não consegui me conter e chorei.
- Calma, amiga - me abraçou de lado. - Não chora ! Essa doença para saber se você é forte o bastante, e eu posso dizer que você vai vencer ela com um chute na bunda. Vai dar tudo certo, confia nisso. Estamos com você, torcendo. Não fica nervosa,não chora, por favor.
Abracei a minha amiga e chorei em seu ombro, pela a primeira vez aquela doença começou a me assustar, mas como ela disse eu iria vencê-la e daria tudo certo.