Os meus sogros ficaram surpresos por ele ter saido da premiação, pego o jatinho e aparecido ali. Ele fez o possível para estar comigo naquele momento, eu sabia. Wellington saiu primeiro do carro, afastando os fotografos que não se cansavam de tirar foto um segundo, não queriam perder nenhum movimento da pessoa que estava chegando.
Ele saiu do carro sorridente ao lado do amigo e secretário, Roberval. Os dois estavam elegantes, de terno preto e pode perceber uma mudança no cabelo do Luan, talvez ele tenha cortado para poder pegar o tal prêmio. Acenou para algumas pessoas e foi se aproximando cada vez mais. O meu sogro estava com o meu filho em seus braços, que ao ver o pai deu uma risadinha e colocou as mãos no rosto, como se estivesse escondendo-se, os dois sempre brincavam de esconde-esconde, por isso aquela reação.
- Oi - Luan disse abraçando os meus pais e os seus pais. Pegou o filho dos braços do seu pai e o beijou com força, fazendo-o chorar. - Emocionado ao me ver filho ?
- (risos) Você o machucou - selei os seus lábios. - Tá tudo bem, meu amor.
- Desculpa o papai, meu filhão - Luan olhou para mim e passou suas mãos em meu rosto. - E aí ? Tudo certo por aqui ?
- Acabamos de inaugurar. Mas a festa está rolando. Como foi lá ? - estávamos parando perto de tanta gente que queria se aproximar dele.
- Ganhei um prêmio, depois te mostro. Me mostra esse lugar, é lindo por fora.
- Por dentro é mais lindo ainda, vem... vou te mostrar.
Levei o Luan para dentro da clínica, ele cumprimentava cada pessoa que estava ali e que também o olhava. Parou algumas vezes para tirar foto, acabei pegando o Henry do seus braços, mas ele chorou e acabou voltando para os braços do pai.
- Essa é minha sala - mostrei a porta que tinha o meu nome.
- Hmmm.. Agora você tem uma sala - disse sorrindo.
- É... vou mostrar para você - abri a porta e lá estava a Carol, sentada em minha cadeira, sorridente, com uma taça na mão.
- Carol ? O que faz aqui ? - perguntou o Luan.
Por mais que eu quisesse tirá-la daquela sala pelo os cabelos, eu não poderia fazer aquilo. Até porque os fotografos nos seguiam, os meus pais e os meus sogros também. Portanto, apenas sorri para ela, tentando convencer as pessoas que éramos amigas. O Luan estrava a minha reação e tudo o que acontecia.
- Larissa, vem aqui rapidinho - disse a Michele - Oi, Luan ! Com licença.
Michele me tirou da sala e me levou até o banheiro, parecia desesperada.
- O que aconteceu, Michele ?
- A Carol vai fazer uma besteira na frente da imprensa.
- E você me tirou dali ? Eu posso impedir isso.
- Se você falar alguma coisa vai ser pior.
- O que ela vai fazer ?
- Vai dizer que dormiu com o Luan, que está grávida e que ele não quer assumir.
- É o quê ? - sorri sem acreditar - Espera, eu vou lá !
Sai do banheiro e entrei em minha sala, a Carol estava ao lado do Luan brincando com o meu filho, que tinha simpatizado com ela. Enquanto isso a Gabriela explicava as pessoas como seria o funcionamento de cada sala da clínica.
- Vem aqui, Larissa - chamou a Gabriela, fui até ela e sorri para todos. - Fizemos essa parceria, pois era um sonho muito antigo que tínhamos. Então uma ajudaria a outra a realizar tudo isso, e conseguimos. Estamos muito felizes, não é ?
- É ... - olhei para o Luan séria, ele percebeu o meu olhar e disfarçou ao sair do lado da Carol. - É... estamos muito felizes por essa realização. É um ambiente muito bom... e... é isso. Eu espero que vocês tenham... realmente gostado.
Todos estavam saindo da minha sala, quando a Carol levantou a mão e disse que queria falar algo importante. Aquilo fez meu coração tremer e a minha cabeça já dava sinal.
- Me escutem, por favor !
- Pode falar, Carol - pedia o meu pai.
- Eu vou matar essa menina - dizia entre dentes para a minha mãe. - Mãe, eu vou fazer uma besteira com ela, nunca mais ... - fechei os meus olhos quando a dor de cabeça apertou.
- Larissa ! - minha mãe me segurou e aquilo chamou a atenção de todos.
- Ah, Larissa. Logo agora que eu iria falar uma coisa bonita ? - dizia a Carol.
- Tira ela daqui... - coloquei as mãos em minha cabeça. - Por favor !
- Carol saia por favor ! - o meu pai pedia.
Ela pegou a sua bolsinha e saiu furiosa da clínica. Enquanto a minha mãe me colocava sentada em uma cadeira, continuava com dores forte.
- Leva ela em um hospital - dizia o Luan desesperado com o nosso filho em seus braços. - Não vamos esperar mais, Larissa.
- Não vão esperar o que, gente ? - perguntou a minha mãe.
- Não ! Eu não quero ir ao hospital, eu estou bem. Foi só uma dorzinha.
- Larissa, não discute. Você vai para o hospital sim - Luan falava firme.
- Tudo bem ! Eu vou para o hospital - falava irritada.
Me despedi dos convidados e entrei no carro do meu pai que estava me levando para o hospital. A minha sogra ficaria com o Henry, enquanto o Luan me acompanhava. No banco de trás estava apenas eu e o Luan.
- Caso aconteça algo você é o culpado por não ter casamento - sussurrei em seu ouvido. Luan me olhou sério, como se não tivesse acreditando que eu tinha falado aquilo.
- Não me faça começar uma briga com você aqui, Larissa - sussurrou de volta.
Chegamos no hospital, caminhamos até a recepção e por essa hora a minha cabeça já não dóia mais. Enquanto estava sentada a minha mãe conversou com a recepcionista sobre o meu caso, o Luan alisava a minha mão, mas logo puxei.
- Ficou chateada comigo porque eu estou preocupado com essa sua dor de cabeça ?
- Luan, se for alguma coisa eu posso ficar internada e assim perder o nosso casamento.
- Você sente que é algo grave, porque não trata isso logo ? Casamento a gente pode adiar, se casa depois. Qual é o melhor, você morrer e a gente não se casar ou você se tratar e a gente se casar ? Escolhe !
- Amor ! - peguei a sua mão e apertei. - Eu tenho medo do que possa acontecer...eu... eu realmente sinto que é algo grave. Mas eu queria muito casar logo, Luan. É o meu sonho, se eu morrer durante esse tratamento como vai ser ?
- Para de pensar isso, Lari. Vamos fazer exames...
- Se esses exames derem alguma coisa, por favor não conta nada para os meus pais - o interrompi e olhei em seus olhos. - Promete que não vai contar ? - segurei o seu rosto, mas ele logo tirou as minhas mãos e olhou para outro lugar. - Você vai contar, não é ?
- Isso não é coisa que se esconda, Larissa. São os seus pais !
- Eu não quero que eles fiquem chorando, achando que pode acontecer coisa pior.
- Quem chorando ? - perguntou o meu pai me causando um susto.
- O Henry... é... eu... eu pensei no Henry... talvez ele esteja chorando.
- Nada ! Aquele ali gosta muito dos avós paternos.
- É... O Luan me disse aqui...
- Já vai ser atendida ?
- Acho que sim. Dona Laura já está vindo aí ! - disse o Luan.
- Vamos filha ? A moça vai nos levar até o médico.
Fiquei em pé, mas o Luan continuava sentado olhando para o nada.
- Você não vem, Luan ?
- Vai lá com ela, Luan - disse o meu pai. Ele se levantou e eu logo peguei em sua mão, beijei a testa do meu pai e fomos para a sala do médido que iria nos atender. Um clínico.
Estava com muito medo do que o médico poderia me falar. Eu sentia que não era nada bom, que os exames que eu fizesse iria acusar alguma coisa, essa dor de cabeça, não era nada normal. Entramos na sala do médico, que nos atendeu com muita simpatia.
- Olha quem está aqui... A nova fonaudiologa de São Paulo e o Luan Santana - ele apertou as nossas mãos. - Sou o Dr. Anderson. Prazer conhecer vocês.
- Prazer, doutor. Essa é a minha mãe, Laura.
- Prazer conhecer a senhora, sentem-se - fizemos o que ele pediu e ficaram olhando para mim, eu tinha que começar a falar, óbvio. - O que mandam ?
- É... eu... sinto... - tentava falar, mas não conseguia.
- Ela sente dores de cabeça com frequência, doutor. E são dores forte, ela não consegue ficar em pé por muito tempo que cai, ela segura a cabeça como se ela fosse sair do lugar a qualquer momento...
- Minha vista fica escura - interrompi engolindo a seco. - Eu fico muito tonta, ás vezes não dá vontade de comer. E isso vem incomodando muito.
O Dr. Anderson anotava tudo em um bloquinho. E quando percebeu que paramos, ele olhou para nós, principalmente para mim. Se levantou de sua cadeira, buscou uma laterninha e colocou a luz em meus olhos, fechei imediato ao sentir dores nos olhos.
- Isso é neurologico. Tem mais algum sintoma que você vem sentindo ?
- Muito sono e sinto uma dormência em meus braços.
- Teve convulsões ?
- Nenhuma !
- Larissa não é ?
- Sim !
- Como eu disse isso é com um neurocirugião, eu vou te encaminhar. Talvez... não é certeza o que eu estou falando. Mas talvez você esteja com um aneurisma cerebral.
Minha mãe tomou um choque, colocando a mão na boca, ficou nervosa, chorou ao ouvir o que o médico tinha dito. O Luan se levantou com ela e saíram da sala.
- Aneurisma, Doutor ? É sério, isso ?
- Não é certeza ! Vai ter que fazer os exames para saber se realmente você está com isso. Mas fique tranquila, uma cirurgia resolve isso e você fica bem. Amanhã procure um amigo meu, que é neuro. Vou ligar para ele e dizer que você é minha amiga, para que ele agilize tudo isso.
- Tudo bem ! Só... mais uma perguinha.
- Fica a vontade !
- Eu me caso á um mês, eu não queria adiar o meu casamento. Se os exames confirmarem isso, posso fazer a tal cirurgia após o meu casamento ?
- É arriscado, Larissa. Isso não se pode esperar. Converse com o médico que irá ficar responsável por você. Aqui está o encaminhamento.
- Obrigada ! - fiquei em pé e o doutor também.
- Boa Sorte !
- Obrigada, vou precisar - sorri para ele e apertei sua mão.
Sai de sua sala e o Luan estava com a minha mão, que bebia água. Ele estava com olhos marejados, a minha mãe chorava ainda. Ele ao me ver, me abraçou forte e chorou em meu ombro.
- Calma, meu amor - passei a mão em suas costas. - Não vai acontecer nada.
- Eu te amo ! - selou os meus lábios várias vezes. - No começo eu pensei que você poderia está grávida de novo. Mas depois... com todas essas dores, desconfiei. Eu vou estar com você o tempo todo.
- Eu sei disso - o beijei. - Mãe ! - olhei para ela que bebia água. - Não fica assim, mãe. Vai dar tudo certo, você vai ver. Não precisa ficar preocupada.
- Ô minha filha ! - me abraçou forte. - Eu amo muito você, Larissa.
- Eu... também, mãe. Não fica assim.
Saímos do corredor e fomos até o meu pai. Ao contarmos ele ficou calado, parecia não acreditar. Mas dentro do carro expliquei o que o médico tinha me dito.
- Ele disse que pode não ser isso. Vamos ficar tranquilos e fazer os exames.
- Você vai operar ? - perguntou o meu pai.
- O mais breve possível - respondeu o Luan. - Faço o que for pra você se operar logo.
- Eu quero me operar após o casamento. É daqui há um mês, eu posso casar.
- Não ! Você vai operar, depois casa, Larissa - falou o meu pai.
- Eu disse isso... mas ela não me ouve.
- Pai, é a minha vontade. Eu quero casar com o Luan, e eu vou casar e depois fazer a cirurgia. Nem que eu faça isso assim que sair da igreja, mas eu preciso concluir cada etapa da minha vida.
- Essa é a sua etapa agora, Larissa - falou o Luan.
- Não vamos discutir, amor. Já está decidido.
Ninguém mais falou daquele assunto. Seguimos para a casa dos meus sogros onde estava o meu filho, resolvi dormir por lá. Queria ficar ao lado do meu filho e do meu noivo. Me despedi dos meus pais e fiquei na sala, amamentando o meu filho e conversando com o Luan, meus sogros e a minha cunhada. Quando o Luan ficou em pé, mordeu os lábios e falou algo que deixou o meu coração tristonho.
- Eu não vou casar com você, Larissa.
Muita covardia para agora. Amanhã e natal só acho que merecemos Dois capítulos de presente. O Luan endoidou de vez ???
ResponderExcluirMerecemos 3 capítulos agora de presente e por ter sumido e deixado a gente aqui na curiosidade e ansiedade :)...
ResponderExcluir