segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

INAUGURAÇÃO DA CLÍNICA

A minha clínica finalmente estava pronta. Era próximo a casa dos meus pais e só ficaria dificíl para ir até a clínica, quando eu estivesse morando com o Luan, em nosso apartamento, um pouco distante dali. Mas, por enquanto tudo estava indo bem. Começaria atender na semana seguinte e o que me deixou feliz, é que a minha agenda estava lotada.
A inauguração da clínica seria em uma quinta-feira, dia de uma premiação do Luan no Rio de Janeiro, me deixou bem triste pois ele não estaria ali para conhecer o ambiente que eu iria trabalhar e também comemorar aquele sonho realizado.  Ao mesmo tempo ele também ficou triste por eu não ter ido em sua premiação.


- Eu te desejo sorte. Você vai ganhar esse prêmio - disse ao telefone, enquanto eu estava colocando o meu sapato.

- Obrigado, meu amor. Também te desejo sorte, você vai ser a melhor fonoaudióloga de São Paulo, do Brasil inteiro. Todo mundo vai querer ir em seu consultório.

- Deus te ouça, branquinho - sorri. - Infelizmente eu não vou poder estar aí, você não vai estar aqui - respirei fundo - É a nossa profissão, eu entendo !

- Mas amanhã eu estarei aí, te dando muitos beijos. Vamos comemorar, hein ?

- Claro que vamos ! Amor, eu vou ter que ir agora. Os meus pais já estão me chamando, o Henry não para de chorar e os meus seios estão pesando. É hora de enfrentar os fotógrafos, a imprensa e também de amamentar o nosso bebê. Boa sorte, meu anjo.

- Que mulher importante, rapaz. Vai lá ! Beijo no meu filho, beijo em você.

- Não sei como agir na frente das câmeras. Mas vou tentar fazer alguma coisa.

- (risos) Só relaxa, princesa. Vai dar tudo certo !

- Obrigada pelo o apoio. Eu te amo muito. Me liga assim que pegar o prêmio.

- (risos) Pode deixar ! Beijos, te amo.

Encerramos a nossa ligação. Sai do quarto apressada, a minha amiga Michele estava com o futuro afilhado em seus braços, mas ele continuava chorando, com certeza era fome. Minha mãe pegou a minha bolsa, o meu irmão pegou alguns papéis que eu precisava levar para aquele dia de inauguração, e seguimos para a clínica. Como não era muito longe, chegamos bem rápido, mas continuei dentro do carro pois amamentava o meu filho que estava faminto.
Ao sair do carro, vários fotógrafos estavam em cima de mim. O meu pai pegou o neto que começou a chorar assustado com tanto barulho. Enquanto isso, acenava para algumas pessoas da alta sociedade que estavam presente.
Entrei na clínica e a minha amiga Gabriela me recebeu com abraço e emocionada por temos conseguido realizar o que queríamos. Pousamos para as fotos, conversamos com alguns doutores que ali estavam. Logo após pousei junto com a minha família e amigos. Esperávamos o prefeito da cidade de São Paulo aparecer para enfim inaugurarmos a nossa clínica.


- Fico feliz por você ter conseguido realizar o seu sonho - dizia a Michele, arrumando o meu cabelo e olhando por cima dos meus ombro.

- Obrigada por ter vindo ! Um dia será você com sua empresa.

- Que os anjos digam, amém ! Mas olha... tem uma pessoa que você não vai se agradar muito de ver. Mas relaxa, finge que nada está acontecendo e não se altera. Até porque você vem sentindo essas dores de cabeça, ninguém sabe o que pode acontecer.

- Quem veio ? Não me diz que... - olhei para trás e a Carol estava entrando em minha clínica, com um vestido elegante, com um sorriso cínico no rosto. Respirei fundo, relaxei os ombros e fui sorridente até aquela pessoa que queria me destruir.

- Oi, Larissa. Que lindo isso aqui - fez gestos com as mãos.

- Oi, Carol - sorri entre dentes. - O que veio fazer aqui ? - falava baixo, já que estava alguns fotografos tirando algumas fotos de nós duas. Ela sorria para todos eles.

- Eu vim te aplaudir, isso era algo que você queria muito. Lembro quando conversávamos e você sonhava que queria isso aqui. Conseguiu, meus parabéns.

- Vocês me dão licença um pouquinho ? Vou conversar com a minha amiga - segurei em seu braço e a levei até uma sala da clínica. - O que você veio fazer aqui, sua maluca ?

- Nossa ! Mudou de humor tão rápido ?

- Para com sua ironia ou eu te quebro a cara, menina.

- Quem vai gostar de saber disso é a imprensa que está lá fora.

- Tenta estragar a minha inauguração. Você não sabe o que eu faço.

- Larissa ! Vamos ter uma conversa civilizada ? Para de ficar me tratando assim.

- Como você quer que eu te trate ? Você sempre deu em cima do meu noivo, desde o começo do nosso relacionamento. Não sei o que é isso... É inveja ? Ele não te quer, Carol. Coloca isso na sua cabecinha, o Luan não te quer. É difícil entender isso ?

- É difícil entender isso ! Eu amo o Luan também, Larissa.

- Ama desde de quando criatura ?

- Desde a primeira vez que eu fiquei com o Luan. Ele é tão bom, ele me tratou muito bem, com tanto carinho, com delicadeza. Isso fez com que eu me apaixonasse a cada dia.

- (risos) A cada dia ? Você ficou com o Luan apenas uma vez, como a cada dia se apaixonava por ele ? Só pode ser maluca.

- A cada dia eu me apaixonava por ele, eu lembrava de tudo o que ele me dizia, de tudo o que fazíamos. Não foi só uma vez, foram várias vezes e até quando vocês ficaram separados, a gente transava, se amava. E ele não pensava em você nenhum... segundo.

- Nada do que você diga vai fazer com que eu desista do meu casamento. O que o Luan fez no passado pra mim não interessa. O que me interessa é que vamos nos casar em breve e ele me ama, assim como eu o amo. Portanto, se você quer continuar nessa festa... fica a vontade, mas por favor, não se faça de minha amiga. Pois não somos mais amigas. Ficou claro pra você ?

- Tentei conversar ! - levantou as mãos para o alto.

- Conversar o que ? Só chegou aqui dizendo o que fazia com o meu noivo. Não me interessa o que você fez com o Luan, é passado.

A porta se abriu e era a Michele que ficou um pouco assustada ao me ver dentro daquela sala com a Carol. Fechou a porta atrás dela e ficou nos olhando.

- Algum problema aqui ? - perguntou Michele.

- Só conversamos ! Estamos vivas - sorri para a Michele e sai da sala.


Encontrei os meus pais ao sair da sala, eles estavam me procurando. O Henry chorava um pouco, portanto o peguei e caminhei pela a clínica com ele, até que parasse de chorar. Foi quando o prefeito da cidade chegou e um tumulto se formou.
A inauguração estava indo bem, todos sorrindo, tendo conversas e pousando para fotos, a Carol continuava na festa, sentada em um lugar bem distante de todos, quando viu os meus sogros e a minha cunhada. Se levantou imediato e foi cumprimentá-los. Estava observando tudo que ela fazia. Marizete se assustou por ter sido recebida por ela e não por mim, foi então que levantei com o Henry em meus braços e fui até eles.

- Que bom que vocês vieram - cumprimentei os meus sogros e a minha cunhada. - Pensei que não iriam vim. Daqui a pouco vamos cortar o lacinho da clínica e assim oficialmente estará inaugurado a mais nova clínica de fonoaudiologia e dermatologia da cidade.

- Vejo o quanto está feliz, Larissa. E eu fico feliz por você - segurava uma das minhas mãos. - Quero conhecer todo esse lugar aqui, hein ?

- Vou mostrar tudo para vocês. Fiquem a vontade !

- Parabéns, Lari - disse o Amarildo sorridente e me abraçando de lado. - E aí, campeão do vovô. Deixa eu pegar essa coisinha mais linda. Estava com saudades.

Henry não chorava quando estava nos braços dos avós. Fizemos uma tour pela a clínica, mostrei cada lugarzinho daquele sonho para eles e a Carol nos acompanhava.

- O que ela está fazendo aqui ? - perguntou a Bruna disfarçando.

- Veio contar o que fazia com o seu irmão no passado. Queria uma conversa... mas você acha que eu vou ter uma conversa com uma pessoa que fica contando o que o Luan fazia quando estava solteiro ?

- É difícil... Contou para o Luan ?

- Não ! E talvez nem conte. Falar nele, pensei que um de vocês iriam acompanhá-lo.

- O meu pai ia... mas o Luan pediu que ele ficasse e acompanhasse a gente na inauguração desse sonho aqui. Tudo está lindo, menina. Parabéns !

- Obrigada ! - apertei a sua mão.

- Muito bonito, Larissa. Meus parabéns ! - minha sogra dizia.

- Obrigada, Marizete.


Os meus pais se juntaram com os meus sogros e foram curtir a festa. O prefeito enfim decidiu que iria cortar o laço da clínica e oficializar aquele lugar, eu e Gabriela nos juntamos ao prefeito e fizemos aquilo. Nos emocionamos, pois realmente aquilo era algo que queríamos muito. Fomos aplaudidas, tiramos fotos, e quando íamos estourar um champanhe, alguns fotógrafos foram se aglomerando  em cima de um carro preto que estava se aproximando. Já sabia que era ele e aquilo me deixou feliz, pois tinha feito de tudo para está naquele momento ao meu lado. Ele sempre fazia de tudo para está ao meu lado.

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