quarta-feira, 12 de agosto de 2015

VISITAS

- Olá, atrapalho os pombinhos ? - perguntou a Michele ao bater e logo entrar.
- Não, pode entrar, Mi - disse o Luan ficando em pé. - Amor ! A Michele chegou, eu vou em casa tomar um banho e venho com os meus pais, beleza ?
- Mas você vai com quem ?
- O meu pai deixou o meu carro aqui.
- Aquele carro que não chama atenção ? - perguntei rindo.
- O bichinho não é tão chamativo assim, é exagero seu.
- Ah ! É verdade, nem um pouco chamativo. Concorda, Mi ?
- Luan, você é artista, anda com uns carros menos chamativos.
- (risos) Deixa eu ir lá, até daqui a pouco - Luan ia saindo do quarto, mas ao chegar na porta se tocou de que faltava alguma coisa, voltou, pediu licença á Michele que estava ao meu lado e beijou a minha testa. - Não posso esquecer !
- Pensei que iria esquecer - fiz bico. Ele se aproximou e selou meus lábios várias vezes.
- Nunca vou esquecer disso, te amo. Daqui a pouco estou de volta.
- Vou ficar te esperando.
         Ele foi embora me deixando com a Michele, conversando besteira, ela sempre me fazia rir, o que eu não estava conseguindo após ter colocado um menino de 3kg para fora de mim.
- A minha mãe sumiu !
- Encontrei ela no corredor conversando com uma enfermeira - Michele se levantou e foi até a sua bolsa. - Olha o que eu trouxe para a mamãe mais linda e para o bebê mais lindo da dinda - ela tirou de uma sacola enorme, uma famosa bolsa canguru.
- Nossa ! Obrigada, acho que vou precisar mesmo - sorri.
- Claro que vai precisar, é muito útil isso aqui. E eu tenho certeza que esse menino não vai sair de perto de você.
- Aí, amiga. Ele está longe de mim, meu coração está minusculo
- Você já viu ele ?
- Já sim, o amamentei e tudo.
- Não acredito que perdi essa cena. Quero de novo, vou pedir a enfermeira - Michele foi até a porta, fazendo brincadeira.
- (risos) Não me faz rir, doí muito tudo dentro de mim.
- Me desculpa, não farei mais palhaçada.
- Você vai dormir aqui ? Amanhã eu tenho alta.
- Se o Luan deixar eu dormir aqui, não é ?
- Ele tem um compromisso amanhã, portanto vai dormir em casa.
       Michele pegou uma cadeira e colocou ao lado da maca, deu um suspiro e me olhou.
- O que foi ? - perguntei, tentando me sentar na maca.
- Só estava relembrando algumas coisas
- Eu e o Luan também estava aqui relembrando o começo do nosso relacionamento e outras coisas que  nos aconteceram, estando juntos já.

Minha mãe apareceu no quarto e eu pude ver sua aparência de cansada.
- Mãe, o Luan não veio ?
- Não, acho que ficou dormindo. A Michele iria vim com ele, o seu pai já está vindo.
- Aproveita e vai com ele, mãe. Descansa um pouco, eu posso ficar sozinha aqui.
- Sozinha, Larissa Alves ? Eu sou ninguém, não é ? - perguntou a  Michele cruzando os braços.
- (risos) Desculpa, amiga. Lembrei de você agora - disse fazendo graça.
- Eu vou descansar um pouco sim e mais tarde eu venho ficar com você.
- Não precisa, Laura. Eu durmo aqui com a Larissa, cuido dela. Essa bebê !


E para o dia ficar ainda mais belo, o meu pai apareceu em meu quarto, chegou todo emocionado dizendo que já tinha visto o seu neto, que estava encantado.
- Ele é lindo, minha filha
- Os pais são dois gatos, tinha que sair um bebê bonito - falou, Dona Laura.
- Você está bem ? - perguntou beijando a minha testa.
- Estou sim, só não posso fazer muito esforço.
- Foi normal ?
- Foi sim, pai.
- Me desculpa por não ter vindo, me desculpa...
- Pai, não precisa pedir desculpas. Fica tranquilo, deu tudo certo, o Luan estava aqui, não saiu do meu lado um minuto - lhe interrompi, não tinha porquê dele me pedir desculpas.
- Tenho que agradecer ao Luan, ele cuida muito bem de você.
- Cuida mesmo ! - sorri.


  Recebi algumas visitas durante o dia, pessoas conhecidas no mundo da televisão, não tinha muito contato com eles, mas eram todos próximos do meu namorado, confesso que fiquei assustada com a quantidade de pessoas famosas que apareceram por ali. Alguns amigos do Luan também fizeram sua visitinha, assim como alguns amigos meus da faculdade.
Como combinado a minha mãe foi com o meu pai para casa, ele teria que descansar. E quando já era noite, Marizete, Amarildo e Bruna fizeram a festa em meu quarto, com alguns balões com o nome do Henry e um buquê de flores, os avós babões e a tia babona me desejavam parabéns. E enquanto eu estava em uma conversa com os meus sogros, sempre escutava a Bruna meio que xingando a Michele.
- O que aconteceu, meninas ? - perguntei, encerrando o meu assunto com os meus sogros, que logo olharam para trás, para saber o que estava acontecendo também.
- Larissa, acho injusto isso - disse se aproximando de mim.
- O que ?
- Bruna, você já é tia, quer ser madrinha também ?
- Michele, eu quero ser os dois - Bruna falava fazendo cara de brava, mas eu sabia que ela estava brincando, já tínhamos conversado sobre aquilo antes.
- Filha, para com isso. Já foi decidido quem vai ser a madrinha e encerrou esse assunto, isso também não é hora de ficar discutindo - o Amarildo falou firme.
- Eu estou brincando, pai. Mas eu vou me conformar. Queria pegá-lo - fez careta.
- Também queria pegá-lo, não largar nunca mais - disse.
- Sabe que ele irá passar alguns dias aqui, não é ? - perguntou a Marizete segurando a minha mãe, confirmei com a cabeça. - Mas vai está bem, as enfermeiras vão cuidar dele.
- Assim espero ! Mas onde está o Luan ?
- Ficou dormindo - daqui a pouco está por aqui.

Minha sogra tinha saído do quarto com a Bruna, provavelmente tinha ido onde estava o Henry. Enquanto isso, mexia em meu celular, respondendo algumas mensagens que tinha recebido. Foi quando vi uma nova foto do Luan, na verdade uma foto do nosso filho, que não estava na incubadora, mas sim em um bercinho. Aquilo me deixou feliz, talvez ele já fosse comigo para casa no dia seguinte.

Foi impossível controlar as lágrimas ao vê-lo e logo depois senti-lo, tão pequeno, tão frágil, e tão apressadinho para vim ao mundo, silenciou-se ao ir para o meu colo, me reconheceu ? Tenho certeza. Filho, melhor presente que Deus enviou, farei de tudo para ser o melhor pai para você e te dá o melhor, serei teu companheiro para todo o sempre. Obrigado, meu Deus por esse presente grandioso que me deste, cuidarei muito. Obrigado, meu amor @LarissaAlves por ter sido guerreira e trazido o nosso filho ao mundo, cuidaremos juntos do nosso Henry. 
 
E quando terminei de ler ele entrou no quarto com um buquê de flores, estava tão lindo e sorridente, com uma touca, calça, chinelo, todo simples, e como eu adorava vê-lo daquele jeito. Apertou a mão do pai, cumprimentou a Michele que estava em uma conversa interessante no celular, já que não tirava os olhos dele. E por último veio até mim.
- E esses olhos marejados ? O que houve, minha princesa ? - beijou meu rosto.
- Eu li o que você postou, que lindo, amor.
- (risos) Como você está ? Descansou ?
- Estou querendo ver o meu filho, querendo tomar um banho.
- Não fez nada disso ainda ?
- Não, a enfermeira não veio aqui, não me liberou para tomar banho.
- Acho que você vai ficar fedidinha até amanhã, quando te derem alta.
- Estou fedida, amor ?
- Deixa eu ver - cheirou o meu pescoço e fez careta.
- Sério ?
- (risos) Está cheirosa, meu amorzinho - me abraçou de lado.
- Você vai ficar com esse buquê de flores na mão, mesmo ?
- Gostou ? Foi uma agonia para comprar, passei no escritório e pedi para a Ju ir comigo em uma floricultura, nem sabia onde era. Ela mandou um beijo e disse que vai ver você e o Henry quando estiverem em casa.
- Manda um beijão !
- Pai, cadê a mãe e a Bruna ?
- Saíram, acho que foram ver o Henry.

Bateram na porta e ao olharmos ficamos surpresos, a enfermeira estava com o nosso filho em seus braços, pela primeira vez ele tinha aparecido em meu quarto. Mas foi pedido que ficasse apenas o pai ou uma outra pessoa, não poderia ficar tumultuado.
- Não acredito que você está aqui, meu filho - disse pegando ele em meus braços.
- Abriu os olhos, filho - Luan falava todo bobo com o filho. - Você é muito lindo !
- Mamãe, você vai amamentar o Henry até ele não querer mais.
- Pode deixar, vou alimentá-lo muito bem.
- Vou deixá-los a sós.
- Obrigada !
- Ah, enfermeira - chamou o Luan. - A Larissa quer tomar banho, como fazemos ?
- Depois dela amamentar o Henry, já pode tomar banho.
- Beleza ! Obrigado.
       
O Henry passou muito tempo conosco, ficamos babando em cada movimento que ele dava. E os sorrisinhos que ele soltava vez ou outra, enquanto estava mamando ? Nos deixava emocionados, dois pais babões.
- Cara, que vontade de apertá-lo em meus braços.
- (risos) Seu pai, quer judiar de você, meu amor. Antes que eu me esqueça, alguns amigos seu estiveram aqui, uns bem famosos - ele riu, sabia que eu não era muito acostumada a ver gente famosa perto de mim.
- Fiquei sabendo, saiu em alguns sites de fofocas e também me avisaram antes de vim. Levei bronca, porque disseram que não te conheciam e pensavam que eu estaria aqui.
- Imaginei que você iria levar uma bronca por isso.
- Mas tranquilo ! Dei uma explicação, cheguei em casa, cai duro na cama de tanto sono que eu estava. Agora estou renovado, novo em folha.
- Só que não vai dormir essa noite aqui.
- Uai, porque não ?
- Porque um outro rapaz... - tampei os ouvidos do meu filho.  - Vai aparecer por aqui. Então é melhor você não está presente - era tudo brincadeira.
- Para de falar essas coisas - Luan ficou sério e tirou a minha mão dos ouvidos do Henry. - Não vejo graça quando você diz isso. É pra provocar ?
- (risos) Estava brincando  !
- Vou rir para não te decepcionar - ele deu uma risada irônica e voltou a olhar para o filho. Beijei o seu rosto e ri da sua carinha séria.

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