terça-feira, 4 de agosto de 2015

ELE ESTÁ CIUMENTO

Hoje era dia de consulta com o médico e a noite iria para a casa do Luan, o seu pai faria um churrasco em comemoração de um prêmio que ele tinha ganho uns dias antes, convidou os meus pais e alguns amigos dele ali do condomínio que morava. Ele chegaria horas antes do churrasco.
Fiz o meu exame e estava tudo certo com o Henry e comigo também, o deslocamento agora estava '' locado'' como o próprio médico disse. Faltava pouco para conhecermos o rostinho dele e tê-lo em nossos braços. Daquela consulta levei para casa um CD o qual tinha toda a ultra, dava para vê em 3D todo o movimento do bebê. O meu pai que ultimamente estava babão pelo o neto, se emocionou em frente a TV, o seu Paulo tinha dias que deitava em meu colo e ficava conversando com o Henry, que mexe bastante por sinal. Era dois que gostava de agitar o bebê, o Luan e o meu pai.
Após ver a ultra fui para o meu quarto arrumar algumas roupinhas do meu filho que estava lavadas e passadas, a minha mãe também me ajudava.
- Filha, o que aconteceu com o seu pescoço ?
- O que ? - perguntei indo direto para o espelho e vi o tamanho do roxo que estava formado ali, parecia que alguém tinha beijado o meu pescoço a força e com muita saliência.
- Foi o Luan ?
- Não, mãe ! Faz uma semana que eu não vejo ele.
- Então é bom dá uma arrumada nisso, se você for com esse roxo para o churrasco ele vai ficar desconfiado e vai ser uma briga daquelas. Está ciumento, ultimamente.
- Quando eu estiver pronta, me lembra. Passo um por antes de ir.
- Se eu lembrar também.
- Vou ligar para a Michele, será que ela vai ?
- Só chamar, Larissa.
       Convidei a Michele para o churrasco que teria na casa dos meus sogros, no começo ela dizia estar com várias tarefas e precisava dá continuidade ao seu TCC, ela estava concluído o seu curso, se formaria ainda esse ano.
- Amiga ! Você trás o seu computador não vamos demorar por lá.
- Eu vou dormir na sua casa, Larissa ?
- Ué, claro.
- Acha mesmo que depois de um churrasco eu vou conseguir dá continuidade em um trabalho ? Depois que eu beber algumas ? Só pode está maluca.
- (risos) Amiga eu te ajudo, você vem aqui para casa e vai comigo direto.
- Tudo bem, me espera que já chego.
- Eba !


(...)
      Estávamos indo para casa dos pais do Luan quando ele me ligou dizendo que já tinha chegado em São Paulo e que também estava indo para sua casa. Por um instante eu pensei que não seria uma boa fazer aquela comemoração logo na chegada dele, pois estaria cansado, louco para dormir. Mas estava tão animado por telefone, que parecia que não existia cansaço, que tinha sido duas semanas tranquilas, apesar de não ter sido com tantos compromissos.
Após desligar a Michele mexeu em meu cabelo o colocando para o lado, começou a rir do que estava vendo em meu pescoço, mas depois parou quando a olhei de cara feia:
- Me desculpa, amiga. Mas esse homem está muito violento.
- Que homem ? - perguntou o meu pai olhando do retrovisor do carro.
- Estou com um roxo no pescoço, pai. A Michele está pensando besteira.
- Uai e como surgiu esse roxo, Larissa ?
- Não sei, quem viu foi a mãe. Vou até esconder um pouco, se não o Luan vai ficar todo desconfiado e nenhuma explicação que eu dê vai servir.
- Também não é assim, ele vai compreender.
- Pode ser !
 

Chegamos junto com o Luan que estava acompanhado de sua equipe de estrada e uma pessoa do escritório que tinha ido buscá-los. Antes de entrarmos, cumprimentamos um ao outro ali.
- Que saudades, meu amor - Luan disse ao me abraçar. - Como você está ?
- Agora estou ótima, estava com saudades de você também. Como foi esses dias sem mim ? Se comportou ? - perguntei fazendo careta, ele entendia.
- Me comportei muito, só esperando por hoje pra te vê - selou os meus lábios.
     Abraçados entramos em sua casa, fomos recebido pelo o Amarildo que fez uma festa quando viu o filho, lhe cumprimentei após soltar do Luan e fui até a Marizete que já estava indo até a porta pra vê quem tinha chegado.
- Filho, parabéns pelo o prêmio - disse a Marizete abraçando o Luan.
- Obrigado, mãe. Falar em prêmio esqueci ele dentro do carro, vou buscar.
- Deixa que eu vou, Luan - Roberval falou indo até o carro para pegar o prêmio.
- Vamos comer uma carne, Paulo ? - perguntou o Luan para o seu sogro.
- Opa, só se for agora. Querem ajuda no churrasco ?
- Não precisa, já estou dando conta por lá. Mas quero companhia na cerveja -             Amarildo disse para o meu pai todo contente.  
   Roberval apareceu com o prêmio e seguimos para a área de laser, fizemos nossa comemoração com aplausos, discurso, o Amarildo se emocionou assim como a Marizete, deixando todos emocionados também, eles agradeceram bastante toda a equipe do Luan pelo o desempenho da turma e de como cuidava do filho deles.
A bebedeira começou e eu assim como a minha mãe sempre pegando no pé do meu pai, para que ele pegasse leve na bebida, pois queríamos voltar bem para casa. Minutos depois o meu irmão chegou acompanhado da namorada que nunca esteve em um momento ''intimo'' do Luan, ela era uma mega fã dele e quando o viu largou o Lucas e se aproximou de mim pedindo que eu chamasse o meu namorado.  Luan tirou uma foto com ela e ria da cara que o Lucas fazia.
- Não acho graça, cara. É a minha irmã que você pega, minha namorada que é louca por você. Preciso saber qual é o doce que passa em você.
- (risos) Uai, doce nenhum - disse o Luan.
- Acho bom que não tenha nenhum doce, Luan Rafael
- Brinca com a minha irmã não, se não ela te pega - meu irmão brincou.
- Só brinco com ela de outro jeito - meu namorado me abraçou forte e beijou o meu rosto, bati em seu braço e ele soltou uma gargalhada. - Vamos curtir o churrasco, fiquem a vontade. Prazer em conhecer você.
- Prazer foi tudo meu - a namorada do meu irmão disse sorridente.
Todos nós estávamos curtindo o churrasco, eu me acabava nas carnes e no suco natural que o Luan tomava, naquele dia ele saiu da dieta e foi tomar cerveja com o meu pai e os outros. Michele tinha praticamente me esquecido, conversava com uma das amigas da Bruna, enquanto a minha cunhada estava no telefone. Estava quieta ao lado do Roberval, quando senti alguém mexendo em meu cabelo e colocando de lado.
- O que é isso, Larissa ? - o Luan perguntou em um tom sério.
- É roxo não é ?
- É, parece uma chupada - ele disse mais baixo,mas o Roberval escutou e olhou para o Luan e começou a rir. - Rindo de quê, testa ?
- É boi - cantou e começou a rir, o Luan não gostou nada e o olhou sério, se afastou de mim e foi até o seu pai. Com certeza tinha ficado com raiva.
- Roberval, não complica.
- Desculpa ! Eu só estava brincando, vou conversar com ele.
- Não ! Deixa que eu mesmo vou, ele deve está pensando besteira - antes de me levantar, chamei o Roberval. - Rober, mas está parecendo uma chupada mesmo ?
Ele jogou o meu cabelo para o lado e deu uma analisada.
- Cara, pior que parece mesmo.
     Tinha esquecido de colocar o pó no pescoço para disfarçar, eu realmente não sabia o que tinha sido aquilo. Agradeci ao Roberval e sai da mesa indo em direção ao Luan, quando ele me viu que eu estava indo até ele, me deu as costas e começou a colocar a carne no espeto. - Amor ! Não é nada do que você está pensando - disse lhe abraçando por trás.
- Essa frase é tão clichê, Larissa.
- Mas eu sei que você está pensando besteiras. Eu não sei o que aconteceu.
- Você saiu com alguém ? - parou o que estava fazendo e me olhou sério.
- Claro que não, eu só sai com sua mãe, ela foi comigo comprar as roupinhas do Henry, fiquei em casa todos esses dias. Não sai com ninguém, nem com a Michele.
- E o que aconteceu com o seu pescoço ? - voltou a fazer o que estava fazendo antes
- Não sei, quem viu foi a minha mãe.
- Hmm...
- Olha pra mim !
- Larissa eu estou ocupado - disse apontando para o que estava fazendo.
- Eu sei que está ocupado, mas será que você pode colocar essa carne logo para assar e ter um tempinho para falar com a sua namorada ? Será que pode ?
- Espera ! Me larga, assim eu não consigo fazer nada.
- Grosso ! - bati em seu bumbum, Luan me fuzilou com os olhos e eu apenas ri, voltando para o lugar que estava antes.

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