segunda-feira, 31 de agosto de 2015

FORA DA EMPRESA

Oi Francisca Aline, fico feliz em saber que está gostando. Continua acompanhando a história. Eu posto sempre que dá, pois faço faculdade e em algumas vezes fica complicado de escrever. Você pode entrar no grupo no facebook: 
https://www.facebook.com/groups/478095008921226/
 E sobre os comentários, a maioria das meninas comenta pelo o grupo do facebook. Então é só entrar e se enturmar com as meninas. Beijos ! 


Enquanto o Luan estava em São Paulo, eu fiquei em sua casa com o nosso filho. Era bom, assim não eu não ficaria entre a minha casa e a sua casa. Levei roupa suficiente para ficar ali, até porque eu sabia qual dia o Luan voltaria para a sua rotina.
E aquele papai babão não desgrudava do filho, até acordava cedo para aproveitar mais o filho. Pela manhã o Henry tomava banho de sol, recomendação da pediatra. Eu confesso que sentia um pouco de medo daquele apego do Luan. Como a Marizete sempre alertava, o Henry poderia ter uma febre emocional por sentir falta do pai, assim que ele voltasse para as suas viagens. E o Luan também poderia sentir-se mal pela distância.
O filho já estava bastante apegado ao pai, até porque, só vivia em seus braços pela casa. Luan sempre estava fazendo o Henry sorrir, nunca o deixava parado, estava brincando o tempo todo. Naqueles dias que o Luan passou em casa, já aprendeu a trocar fraldas, dar banho, colocar a roupinha, estava um pai exemplar.
Já uns dias antes do Luan ir para sua rotina, o Henry tomou um chá de advinha e teve febre o dia inteiro, levamos para o hospital e apenas foi passado um medicamento. Aquilo fez o Luan sofrer antecipadamente.
- Para de chorar, amor - dizia alisando as suas costas.
- Tadinho dele, amor. Dá o remédio certinho para ele e me liga qualquer coisa.
- Falta dois dias para você ir e já está me passando recomendações - beijei seu rosto. - Lu, eu já te disse várias vezes para ficar tranquilo. Eu vou cuidar bem do nosso filho e não vai acontecer nada grave.
- Eu sei que vai cuidar bem dele !

Ao chegar o dia da viagem do Luan, ele preferiu ir embora sem se despedir de mim e do Henry. Nós estávamos dormindo quando ele foi pela madrugada. Aquilo me deixou chateada, mas logo entendi.
- Ele só falou comigo porque eu estava na sala - disse Marizete
- Poderia ter me dado um beijo pelo menos. Não gosto quando ele sai sem se despedir. A saudade fica ainda maior.
- Quando o Luan chegar no hotel, com certeza vai te ligar.
No mesmo dia que o Luan foi embora, eu voltei para a casa dos meus pais. Foi então que planejei com a minha mãe, vender o meu apartamento. Eu com certeza ficaria um bom tempo com os meus pais. Até que eu me casa-se.
O Luan em suas redes sociais, postava pela primeira vez uma foto que mostrasse o rostinho do seu filho  e a legenda era sempre contando quantos dias faltava para ele voltar para casa. Mesmo não fazendo nem um dia que ele tinha ido viajar.


''Meu filho, meu boneco. Papai está morrendo de saudades de brincar com você, te ver sorrir e te ouvir conversando. Mesmo que eu não entenda, as suas palavras são lindas. O amor mais puro e sincero. Te amo, Henry'' 




   (TRÊS MESES DEPOIS)

Muitas coisas aconteceram. O Luan estava com uma grande turnê na estrada, viajando por todos os estados do Brasil. Era o seu grande sonho, levar para o seu público, um show mais confortável, onde pudessem sentar e  prestar atenção em tudo o que estivesse acontecendo no grande espetáculo.
Já em nosso relacionamento, vinha acontecendo bastante, algumas brigas. Sim ! Tivemos algumas brigas. Motivo: ciúmes exagerado do Luan Rafael. Ele nunca foi de sentir tanto ciúmes, mas depois do que tinha acontecido no passado e também o nascimento do seu filho. O Luan sentia muitos ciúmes.
O meu médico liberou para que eu voltasse a fazer exercícios físicos. Logo que recebi aquela alta, comecei a frequentar a academia que o Luan sempre ia, quando estava em São Paulo. Um dos alunos da academia, não me conhecia, não sabia que eu era comprometida com o Luan e acabou dando em cima de mim, no primeiro dia de treino naquela academia. Óbvio, os olhares estavam em nós dois e alguém acabou contando para o Luan o que tinha acontecido, e ainda colocaram mais lenha, para que ''pegasse fogo'' entre eu e o Luan.
Parei então de frequentar aquela academia. E fui para uma perto da casa dos meus pais, assim eu não iria ficar gastando tanto com táxi, já que eu não sabia dirigir ainda. Michele, já que ia pouco para faculdade, por estar terminando. Topou ir comigo para a academia. Portanto, fomos para o primeiro dia. E adoramos. As pessoas eram muito legais, ajudava um ao outro e também eram respeitosos.
Porém, aquilo foi mais um motivo para ter uma discussão entre eu e o Luan. Ele dizia que preferia que eu continuasse na academia a qual ele frequenta. Claro ! Existia uma pessoa que iria me vigiar e depois contar para ele o que eu andava fazendo. Eu nunca fazia nada para que alguém ficasse me vigiando, como se eu fosse uma pessoa errada e que fosse matar alguém a qualquer momento. Falávamos sobre aquilo em uma das ligações.
- Você vai pirar ! Será que eu não posso me cuidar ?
- Pode e quero que se cuide. Mas não poderia voltar para a academia que eu frequento ? Lá é bem melhor e você vai ficar perto de mim e da Bruna.
- Eu vou continuar onde eu estou, porque na academia que você frequenta, existem pessoas com más intenções e querem o fim do nosso relacionamento. E outra, eu não estou entendendo esse seu ciúmes.
- Não é ciúmes, é apenas cuidado.
- (risos) Cuidado ? - dei uma risada irônica. - Liga para mim todos os dias, brigando porque eu estou indo para uma academia. E isso se chama cuidado ? Luan, isso se chama ciúmes e está sendo exagerado.
- Larissa, só me...
- Está decidido, eu vou continuar onde eu estou e você para com essas brigas sem motivo. Por favor ! Assim estraga a nossa relação.
- Será que você pode me deixar falar, caralho ? - ele estava irritado do outro lado da linha. - Você começa a falar e nunca me ouve também. Aprende a escutar as pessoas.
- Tudo bem. Pode falar !
- Lidar com você é impossível, Larissa. Mas eu só queria que estivesse no mesmo lugar que eu. Assim eu poderia ficar mais perto de você, te ajudar a treinar também.
- Você vai pouco para aquela academia, como ficaria perto de mim ? Eu conheci pessoas legais nessa nova academia que eu estou, são todos respeitosos. Para com seu ciúmes bobo.
- Eu sou assim porque eu te amo.
- Ama mesmo ou aprontou alguma coisa ?
- Já é a segunda vez que você desconfia de mim. Acho que já deu essa conversa. Faz o que você quiser, vai para onde você quiser. Boa noite !
Antes que eu falasse alguma coisa, ele desligou na minha cara.


(DIA DEPOIS)
Fui até o escritório para que me entregassem a carta de demissão. Não fazia sentido continuar trabalhando por ali, o Henry precisava de mim e eu não poderia viver viajando e deixando ele com a minha mãe.
- Você poderia continuar aqui no escritório - disse Amarildo.
- Não, Seu Amarildo. Meu negócio é trabalhar com saúde, com a voz. Estão precisando de fono em uma clínica perto de casa. Vou ver se consigo esse emprego.
- Tudo bem, se essa é a sua decisão. Não posso mudar. Mas saiba que o Luan vai pirar quando souber, tenho certeza. Prepara o ouvido.
- (risos) Isso é verdade. Mas ele vai ter que entender. Agora existe o nosso filho.
Fiquei no escritório mais um pouco, conversando com o meu sogro e os outros da equipe do escritório. Começamos a relembrar de como eu apareci ali e da alegria e surpresa que foi para mim quando recebi a ligação. O destino era tão engraçado. Ninguém imaginava, muito menos eu, que eu seria a mãe do filho do Luan.
Não demorei muito por ali e fui para casa. Encontrei o meu filho quieto, com um mordedorzinho em mãos, ele mais olhava para o mordedor e ria sozinho, do que colocava na boca. Tudo aquilo para que ele não sentisse tanto a minha falta, enquanto eu estava ausente.
- Um tal de Allan apareceu por aqui perguntando por você. Disse que não estava conseguindo falar contigo por telefone - disse o Lucas, meu irmão.
- Quem é Allan ? - perguntou a minha mãe curiosa.
- É um colega da academia. Acho que quer me chamar para o jantar de noivado dele.
- Quem não vai gostar de saber disso é o Luan - Luan falou rindo.
- Ele não precisa saber e também se ficar sabendo, a minha consciência está tranquila. Não estou fazendo nada demais. Vou tomar um banho e venho ficar com o meu bolinha - beijei a bochecha do meu filho e fui para o meu quarto.

Já era noite quando o meu celular tocou, era o Allan me convidando para o seu noivado com a Rebeca. Ele também fez o convite para a Michele, portanto iríamos juntas. Mas, ficamos conversando por alguns minutos, sobre a sua relação, a faculdade de educação física. E logo depois, desligamos.
Fui amamentar o Henry para que ele fosse dormir, o meu bonequinho chorava e ficava irritado quando estava com fome. Naquele instante, quando eu cantava baixinho para o meu filho dormir. O meu celular tocou mais uma vez, era o Luan. Com certeza estava chateado por minha decisão de mais cedo. Mas o atendi com o maior carinho possível.
- Oi meu amor, que saudades.
- Oi Larissa. Eu pensei que além de namorado, eu era o seu amigo também.
- Tudo bem com você ?
- Não estou nada bem. Me responde uma coisa. Como você quer casar, se não compartilha nada comigo ? Não me liga perguntando o que eu poderia achar dessa sua decisão. Não me conta que vai para outro emprego. Não me fala nada. Eu fico sabendo por meu pai. Que relação é essa que temos ?
- Eu iria te contar, mas só quando eu estivesse no outro emprego. É uma clínica aqui perto da casa dos meus pais, e vai ser bom por causa do Henry.
- Eu sei o que é bom para o meu filho também,Larissa. Beleza ! Eu concordo que você vai para outro emprego o qual não te afaste tanto do nosso filho. Mas porque não me contou sobre isso ? Eu te conto tudo o que se passa na minha vida, eu confio em você. Mas parece que você não confia em mim... Quer dizer, realmente não confia. Sempre joga na minha cara que eu estou aprontando algo. Decide o que você quer, Larissa. Já estou ficando cansado dessa palhaçada.
- Eu não queria te encher com os meus problemas...
- Isso não é um problema, Larissa. Não custava nada compartilhar isso comigo.
- Desculpa, Luan.
- Eu fiz de tudo para que pudéssemos ter a mesma relação de antes. Onde um era amigo do outro, contávamos tudo. Eu corri atrás de você, implorei para ficar contigo. E é desse jeito que você me trata  - Luan respirou fundo. - Pensa no que você está fazendo, Larissa. A cada dia eu me distancio mais de você. Se cuida, dá um beijo no filho por mim. Bom sono.
Ele desligou e eu me acabei em lágrimas. O Luan tinha toda razão. Estava o distanciando de mim e nem percebia. Não sabia o que se passava comigo, para que eu fizesse aquilo.
Coloquei o Henry em seu quarto, liguei a babá eletrônica e voltei para o meu quarto. Antes de dormir, mandei um 'eu te amo' para o Luan que visualizou, mas não respondeu.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

PAPAI BABÃO

O Luan era o papai mais babão de todos os tempos. Cada movimento que o Henry fazia, era um beijo na mãozinha que ganhava. Após eu lhe dá banho e o amamentar, ninei até que adormecesse, foi coisa de segundo. Coloquei ele no bercinho que tinha ao lado da cama do Luan, e fui cuidar um pouco do meu namorado.
Ele estava no banho para descansar. Tirei do seu close uma roupa confortável, como uma samba canção e uma camiseta que gostava muito de usar em casa. Deixei na cama e saí para ir até a cozinha. Lá estava a minha sogra acompanhada da minha mãe, as duas conversavam sobre comida.
- Vai dormir aqui, Larissa ?
- Vou sim, mãe. Passar essa noite ao lado do Luan.
- Cuidado, cuidado ! - brincou a Marizete.
- (risos) Eu não conseguiria, estou operada - falei com duplo sentido.
- Filha ! - minha mãe me olhou sério.
- (risos) O que foi, mãe ? Estou brincando.
- Deixa o Henry crescer mais um pouquinho, certo ?
- Mãe, sem querer prolongar demais esse assunto. Mas eu não estou pensando em ter outro filho certo ? Só pensei em outra coisa. Mas vamos mudar de assunto - a cara da minha mãe era ótima, ela ficava séria quando eu comentava sobre aqueles assuntos. Caminhei até a minha mãe e lhe dei um beijo no rosto. - Marizete, posso usar suas panelas ? Acho que o Luan vai querer comer alguma coisa.
- Meu Deus ! Eu aqui conversando com a sua mãe, esqueci completamente do meu filho. Coitado.
- Fica tranquila ! Vou fazer uma sopa que ele tomava quando ia em meu apartamento.
- Então fica a vontade, Lari.
- Só não vai queimar a sopa do seu marido.
- Mãe, o Luan não é meu marido. Por enquanto apenas namorados. Calma, Dona Laura - brinquei com a minha mãe.

Minha sogra e minha mãe entraram em uma conversa de casamento. Enquanto isso, eu fazia a sopa que o Luan gostava. Também pensava nas coisas que elas falavam, sobre vestido de noiva, igreja. Confesso que aquele era o meu maior desejo, se casar, e ainda com a pessoa que eu mais amava, o Luan. Mas ele ainda não estava preparado para darmos aquele passo.
Os meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi a voz dele que cantava, estava radiante de felicidade pela a chegada do seu filho, dava para vê em seus olhos, em seu sorriso.
- Conheço esse cheiro - disse ao chegar na cozinha.
- A mãe do seu filho está preparando uma sopa para você.
- A senhora quis dizer, meu amor. Sogrona ? - senti suas mãos em minha cintura, logo um beijo em meu pescoço. - Preparando sopinha pra mim, é isso ?
- Quero te mimar um pouquinho, você está merecendo.
- (risos) E mereço um beijo também ? Não ganhei um beijo ainda.
- Ganhou sim, assim que você chegou.
- Só quando eu cheguei e depois ?
- Depois você ficou com o seu filho.
- Com o nosso filho - sussurrou em meu ouvido.
- Esses casais de hoje em dia, são bem elétricos - minha mãe falou.
- Vamos deixá-los a sós.
- Eu vou embora, já está ficando tarde. O Paulo já deve ter chegado com o Lucas.
- Mãe, falar em Lucas como anda o namoro dele com a menina loirinha ?
- Uma hora briga, outra hora estão juntos, passam o dia todo no quarto.
- No quarto ? - perguntou o Luan rindo. - Não é querendo colocar fogo não, mas eu e a Larissa vivíamos em um quarto, o resultado foi o Henry.
- (risos) Luan, para. Minha mãe não vai deixar o meu irmão ser feliz com a namorada. Apesar que eles devem se proteger bastante.
- Uai, nós também nos protegíamos. Mas aconteceu.
- Agora que eu pensei nisso... Vou proibir assim que chegar em casa.
- E aproveita e diz que foi o Luan, que fez a senhora proibir.
- Não vai me sujar,sogrinha. Só dei um alerta.
- Luan para com isso - Marizete disse.

Minha mãe se despediu de nós e foi embora. Marizete foi para o quarto onde o Amarildo já estava, ele já dormia. Bruna, tinha saído com algumas amigas. E o Luan tomava a sua sopa, enquanto eu estava sentada em sua frente, lhe observando.
- O que foi ? - perguntou rindo.
- Nada, só estou te observando.
- Você ficou mais bonita depois que teve o Henry.
- Acha isso mesmo ? - afirmou com a cabeça, enquanto tomava a sua sopa, aquela era a resposta. - O que mudou em mim ?
- Você ficou mais mulher. Seu jeito de olhar mudou, e eu te confesso que o meu maior medo é de alguém se encantar por esses olhos castanhos e tentar te roubar de mim.
Luan parou de tomar a sua sopa e ficou me olhando, tinha um sorriso leve em seu rosto. Parecia uma estátua, me observava, o que me fez ficar constrangida, abaixei o rosto e fiquei por um tempo daquele jeito.
- Eu te amo - ele beijou a minha mão, lhe olhei e sorri.
- Eu também te amo. E saiba que esses olhos castanhos só olham para uma direção, não desvia nunca do caminho que eles querem sempre seguir.
- Você teria coragem de casar comigo ? - aquela pergunta me assustou um pouco, o Luan nunca tomava a iniciativa de falar em casamento, em darmos mais um passo. Me deixou surpresa.
- Coragem, amor ?
- Sim, coragem. Você sabe o quanto eu sou complicado, o quanto a minha vida é complicada. Têm que ter coragem para se casar comigo.
- Luan, existe outras pessoas com o mesmo trabalho que o seu, são casados, vivem bem com suas esposas. A distância é complicada, mas a gente supera isso, o nosso amor supera isso. É até bom para a saudade ser matada com mais fervor. E em relação á você, eu sei o quanto é complicado...Mas eu te amo, muito. E isso não será um problema.
- Quero morar com você, amor.
- Já conversamos sobre isso, Luan.
- Lari, vamos nos juntar primeiro. O Henry precisa de nós dois e fica tão ruim de ficar indo toda vez em sua casa ou até mesmo você vim em minha casa.
- Realmente é muito ruim, mas eu não quero morar com você primeiro e depois nos casar. Quero tudo certinho, Luan.
Ele respirou fundo, pegou o seu prato e o levou até a pia. Me levantei para ir levar o seu prato, mas o Luan me impediu, segurando a minha mão e me levando até o seu quarto. O Henry por ali dormia sorrindo.
- Olha isso, Lari. Ele se sente bem próximo de nós dois.
- Não vamos discutir isso, Luan. Você sabe a minha opinião sobre isso e a minha decisão. Então vamos com calminha.
- Tudo bem ! Vamos esquecer esse assunto.
Não queria ele esquecesse, mas que tomasse uma decisão. Se queria tanto morar comigo - porquê não mudarmos essa relação, seria tão mais fácil, assim viveríamos juntos para sempre. Mas, talvez o Luan não quisesse um para sempre.
Fui para o banheiro e lá despejei os meus pensamentos. Ao sair do banho, encontrei o Luan cantando baixinho para o nosso filho. Andei em passos silenciosos e fui até a minha mala pegar uma roupa, ao abrir a mala, o Luan tomou um susto, me fazendo soltar uma gargalhada alta e o Henry se assustar.
- Ô, o que você fez - Luan falou e pegou o filho que estava chorando baixinho. - Não chora, meu amor. Sua mãe é louca. Olha esse bico, Larissa.
- O bico lindo, não é ? Desculpa, filho - beijei o seu rostinho. O seu pai lhe balançava e aquilo foi acalmando, até que voltou a dormir.
- Não grita assim, poxa.
- Desculpa,Lu. Não vou gritar mais assim - disse ao deitar-me ao seu lado.
Luan também se deitou ao meu lado e ficou de frente para mim.
- Estou te observando bem e vejo você fazendo muito esforço.
- Não faço muito !
- Faz que eu vejo. Você é impulsiva, não para quieta um segundo. Se o Henry for assim, ferrou. Vamos sofrer um pouquinho - ele tinha um tom suave em sua voz.
- (risos) Bobo !
Me aproximei do meu namorado e lhe dei um beijo suave nos lábios.  O Luan muito atirado, colocou a mão por dentro do meu cabelo, separou os nossos lábios e beijou o meu pescoço. Mordi a sua orelha e senti-o arrepiar.
- Acho melhor pararmos - disse ele, ainda com a mão por dentro do meu cabelo.
- Só beijinhos !
- Eu sei, mas meu corpo precisa de outra coisa também.
- Se controla, gatinho.
Ficamos um bom tempo nos beijando, fazendo carinho um no outro, sentindo o cheiro um do outro. Deitei a minha cabeça em seu peito e acabei adormecendo quando o Luan começou a fazer cafuné. Eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo, ao lado dele. Já tinha esquecido completamente do que ele tinha me feito. Agora queria aproveitar cada minuto ao lado dele, amá-lo, beijá-lo e senti-lo totalmente meu.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

SURPRESA PARA O PAPAI

Após passar quase uma semana longe de casa, agora já voltaria para o meu lar. Tentei falar com a Larissa por telefone antes mesmo de embarcar, mas foi sem sucesso, chamava até ir para a caixa postal.
- Eu sei que está com saudades, boi. Mas espera, já estamos chegando.
- Queria ir com ela para o hospital, saudades do meu filho, cara.
- Eu imagino - disse Wellington. - Também sinto saudades das minhas filhas quando estou longe. Você vai sentir muito isso agora.
- Já estou sentindo e isso não é legal - disse rindo.

Depois de horas de voo, chegamos ao Brasil, na grande São Paulo. O meu pai já nos esperava em frente á sala de desembarque. Tentei falar com a Larissa mais uma vez, mas não consegui, aquilo já estava me deixando preocupado.
- E aí, pai - apertei a mão do meu pai - Bença !
- Deus te abençoe, meu filho. Como foi a viagem ? Tudo tranquilo ?
- Demais, viemos inspirados - disse rindo.
Agora todos queriam descansar, ir para suas casas e dormir. Eu faria isso logo depois de conseguir falar com a minha namorada. Dudu Borges, se despediu de todos e foi encontro aos seus familiares que já lhe esperava no aeroporto. Enquanto eu dividia a atenção entre o meu celular e algumas pessoas que se aproximaram pedindo foto.
Wellington ficaria no aeroporto, esperaria um voo para Londrina onde iria passar uma semana com os seus familiares. Sabia o quanto sentia falta. Roberval, ficaria em São Paulo, mas iria para a minha casa e só no final de semana iria para Londrina ficar ao lado de sua mãe. Arleyde nos acompanhou até o estacionamento, onde esperaria o seu filho.
- Pai, me leva no hospital ? Queria ver o Henry.
- Nada disso, Luan. Vai para casa descansar, assinar um contrato e amanhã você vai no hospital ver o seu filho. Antes de ir para o escritório - disse Arleyde, ela era como se fosse uma mãe para mim, assim como foi a Dagmar.
- Mal cheguei e tenho que fazer tudo isso ?
- Relaxa, filho - apertou o meu ombro.
- É coisa bem rápida,Luan.
- Eu não consigo falar com a Larissa desde quando saí de Miami. Será que aconteceu alguma coisa ? - perguntei preocupado.
- A Larissa está lá em casa com a sua mãe e sua sogra.
- E não atende o celular ? Poxa, quer me deixar preocupado mesmo.
- O meu filho chegou, bom descanso, Luan. Seu Amarildo acorda o Luan amanhã cedinho, precisamos dele na reunião de amanhã, o senhor sabe.
- Pode deixar, Arleyde. Amanhã cedo o Luan estará no escritório.
- Cedo, 3h da tarde - disse, fazendo graça.
Arleyde foi para o carro do seu filho e nós partimos para o condomínio. Já dentro do carro o meu celular toca e no visor aparece o seu nome, me deixando aliviado. Atendi ligeiramente.
- Amor, quer me matar de susto ? - disse assim que atendi.
- Não, o que aconteceu ?
- Desde que sai de Miami que te ligo e você não me atende. Fiquei mais aliviado quando o meu pai me disse que você estava na minha casa.
- (risos) Desculpa, meu amor. É que eu estava embalando umas coisas no apartamento para levar na casa dos meus pais.
- Embalando ? Larissa, não faz nem um mês que você a luz, foi ponteada e já está embalando coisas ? Você quer morrer ?
- Luan, calma. Não vai me acontecer nada, nem fiz tanto esforço, fica tranquilo.
- Só vou ficar tranquilo quando eu vê você e o nosso filho.
- Estou te esperando para te encher de beijinhos, estou morrendo de saudades do meu amorzinho, lindinho.
- (risos) Já estou chegando, meu amor.
- Esperando ansiosamente. Vou desligar, vou tomar um banho aqui em sua casa mesmo, ficar cheirosa pra te receber.
- Fica bem cheirosa, estou perto de casa já.


(...)

Ao chegar no condomínio sai as pressas e ansioso para encontrar e abraçar a minha família, eu realmente estava com muita saudades de todos. Ajudei o meu pai e o Roberval com as malas, e quando entrei em minha casa tomei um susto com algumas pessoas gritando: Surpresa ! No começo não entendi muito bem aquela recepção, não era meu aniversário ou algo parecido.
Mas assim que fixei meus olhos na minha namorada e vi o meu filho em seus braços, realmente era um dia de festa, comemoração. Soltei a minha bolsa e com os olhos marejados fui até eles.
- Não acredito, amor - peguei o Henry com jeito, tinha tanto medo de machucá-lo. - Meu filho, que saudades que o papai estava de você.
- Ele também sentiu muita a sua falta - Larissa falou passando a mão em meu rosto, me aproximei dela e selei seus lábios.
- Me enganou direitinho, Larissa. Mas deveria ter atendido o meu telefonema.
- É que eu sempre estava perto do Henry. Você poderia escutar o chorinho dele e se tocar que ele já estava em casa. Mas foi melhor assim. Gostou da surpresa ?
- Amei, amei ! - beijei a mãozinha do meu filho. - Meu campeão !
- A história de embalar as coisas foi mentira, certo ? - ela disse rindo. - Não sou louca de fazer isso logo nos primeiros meses de recuperação.
- Acho bom mesmo.
Caminhei com o meu filho em meus braços até a minha sogra, que me cumprimentou com um beijo no rosto. Já a minha mãe e minha irmã me deram um abraço de lado para não machucar o Henry. Sentei no sofá e coloquei o meu filho sobre o meu peito, não queria largá-lo. Ás vezes ele resmungava por eu lhe apertava, mas quando o arrumava em meus braços, voltava a dormir tranquilamente.
- Não quer me dá ele ? - perguntou a Larissa.
- Não, porquê ? Deixa ele aqui comigo - o coloquei deitado sobre as minhas pernas e naquele mesmo instante pude vê um sorriso nos lábios pequeno do meu filho. - Não faz isso, meu amor. O papai vai te matar de tanto beijo.
- Luan, não pode ficar beijando muito o rostinho do Henry - minha mãe me alertou.
- Uai, porque não ? Quem resiste ? - beijei o pescoço dele que resmungou mais uma vez. - (risos) Esse vai ser bravo ! Tem que ter um cuidado dobrado com esse menino.
- (risos) Vai arrasar os corações como o pai - minha sogra falou.
- Mãe não fala isso, vou andar colada nos dois agora - Larissa disse.


E desde do momento que coloquei os meus pés em minha casa e vi o meu filho, não o larguei, andava com ele por todos os lados da casa, mostrando os cômodos como se o Henry estivesse entendendo tudo o que eu falava. Queria ser um bom pai para o meu filho, bom companheiro, que ele contasse comigo para tudo. E para isso acontecer, eu precisava formar uma forte união entre eu e ele, pai e filho.
Era fim de tarde quando  Larissa o tirou dos meus braços, seria a hora de tomar banho. Tive dó quando o ouvi chorar bastante, após tirar a roupinha. Fiquei observando tudo, tentei lhe animar quando peguei o meu violão e toquei para ele durante o banho, por um momento ficou quieto, prestando atenção ao som, mas logo depois voltou a chorar, dessa vez com mais intensidade.
- Ele está com o queixo tremendo, Larissa.
- É assim mesmo, filho. Ele está com frio, não está acostumado com a nossa temperatura.
- Não desligaram o ar ? - perguntei
- Está desligado, amor. Mas o Henry é um bebê.
- Enrola logo ele em uma toalha, não aguento vê-lo assim.
- Que papai babão que eu tenho, mãe - Larissa fazia voz de criança, enquanto o Henry estava com a mão na boca, chupando os seus dedinhos, provavelmente com fome.
O meu filho era lindo, não cansava de dizer isso para a minha mãe. Estava encantado com todo aquela história de ser pai. A minha mãe me dava bronca, pedindo que eu não ficasse muito agarrado ao Henry, pois quando eu voltasse para a minha rotina, de viagens, ele poderia sentir bastante a minha falta e acabar lhe dando febre emocional.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

HENRY FOI PARA CASA

Hoje estava indo contra minha vontade para Miami, viajava com o Dudu Borges onde íriamos buscar referências para um próximo trabalho. Pois é, esse nem tinha sido lançado direto e eu já estava buscando referência e inspiração para o próximo, é assim que se trabalha, não pode nunca parar de te ideias.
A minha vontade maior era ficar ao lado da Larissa esperando a hora do Henry sair do hospital, mas ele ainda demoraria um pouco. Mesmo assim, eu iria lhe visitar e ficar ao lado de sua mãe, mas o dever me chama.
- Quando você voltar o seu filho já vai está aqui - disse a Larissa, que estava no aeroporto  junto com o meu pai, minha mãe e irmã. Sempre que eu viajava para longe ia a família se despedir. Não gostava muito de despedidas, mas a minha mãe insistia, não era bom contrariá-la.
- Eu queria estar aqui quando ele estivesse saindo do hospital.
- Amor, vai tranquilo por favor.
- Promete que vai me ligar todos os dias enquanto eu estiver por lá ?
- Lógico que eu vou te ligar, Luan. E eu vivo um segundo sem falar contigo ?
Segurei o seu rosto e lhe olhei nos olhos, aqueles olhos que me deixavam louco de paixão por aquela mulher. No começo eu era encantado por corpos, mas depois que conheci a Larissa, passei a me encantar por olhares, na verdade só o olhar dela que me encantava.
- Eu já disse que o seu olhar me deixa louco ? Existe tanta verdade.
- Eu pensei que eu te deixava louco por outra coisa - fez cara de malícia.
- Hmm... - selei seus lábios e lancei um olhar também com malícia, o que lhe fez dar gargalhadas. - Essa conversa está interessante.
- Eu prometo que quando eu ficar totalmente boa, eu vou recompensar você com um momento muito especial - beijou meu pescoço - Muito inesquecível - mordeu minha bochecha - Muito quente - passou a língua discretamente por meus lábios.
- (risos) Acho que você está subindo pela as paredes, amor.
  - Eu não sei o que está dando em mim - disse rindo. - Mas eu quero ficar boa logo.
- Depois do que você acabou de me dizer, esto contando os dias e as horas para que fique boa logo - passei a minha mão por dentro do seu cabelo e demos um beijo tranquilo, mas que a deixou arrepiada e sem vontade alguma de parar. Me afastei do seus lábios quando ouvi chamar o meu voô. - Tenho que ir, amor.
- Vou sentir saudades !
- Eu também, minha princesa. Eu te amo muito viu ?
- Eu também te amo, tanto. Se cuida e me liga assim que chegar.
- Pode deixar - demos o último beijo e fui me despedir dos meus pais e minha irmã.




( SEI DIAS DEPOIS )

  Que dia tão corrido e tão esperado, o Henry sairia do hospital antes mesmo do prazo que o médico tinha dado, o meu filho estava muito bem e não precisava mais ficar na incubadora e muito menos ali, longe de mim e do seu pai. O Luan ainda estava em Miami e me pediu que eu lhe mandasse muitas fotos da saída do Henry, mas eu preferi dar-lhe um susto.
Combinei com os meus sogros, minha cunhada e os meus pais, para caso o Luan ligasse para eles, falassem que o Henry ainda não tinha saído do hospital. Fui buscar o meu filho após deixar tudo pronto na casa dos meus pais, já que eu me recuperaria ali mesmo.
Marizete não gostou da ideia de ficar um pouco distante do neto, mas era preciso até eu me recuperar totalmente do pós parto. Quando estávamos na entrada do hospital, o Luan liga para o seu pai, já que eu não o atendi em nenhuma das vezes que me ligou.
- Oi filho, como está por aí ? ... Ué, o que aconteceu ? ... Nada, o Henry vai continuar ainda lá... Chega amanhã ? Que legal, cara. Talvez amanhã ele saía, vamos esperar...Não,ainda não tive notícia da Larissa, mais tarde vou deixar a sua mãe lá... Beleza ! Até mais filho, boa viagem.
Assim que o Amarildo desligou, ficamos imaginando a cara que o Luan tinha feito quando soube que o filho passaria mais um dia no hospital.
- Ele ficou triste mesmo, coitado.
- Amanhã ele vai ter um susto enorme - disse minha mãe.
- Gente, acho isso sacanagem, ele vai ficar todo preocupado - Michele que também estava indo conosco, deu a sua palavra. - Se eu fosse o Luan quando chegasse, colocava você de castigo, Larissa. Isso não se faz.
- Michele, para com o seu drama. Chegamos, você vai pegar o seu afilhado pela a primeira vez.
- Se me deixarem pegar, não é ? - disse saindo do carro. Quando a Michele esteve comigo no hospital, não deixaram que ela pegasse em meu filho, apenas passasse a mão em seu rosto, mas com uma luva e ele ainda se encontrava na incubadora.

A enfermeira Elisa que cuidou de mim e do Henry desde o começo, estava ali com os olhos marejados, me partiu o coração vê-la daquele jeito, viramos amigas e com certeza guardarei aquela grande mulher em meu coração, cuidou muito bem do meu filho enquanto estava no hospital.
- Antes de pegar o Henry, eu quero te agradecer muito por tudo o que você fez por mim e principalmente pelo o meu filho. Cuidou dele como se fosse seu,não o deixou abandonado.
- Já disse que não precisa agradecer, amo cuidar dos meus bebês.
Marizete e a minha mãe também agradeceram a Elisa e para ela, levamos um buquê de flores e uma cesta com algumas guloseimas. Elisa ficou ainda mais emocionada com tanto carinho. Depois de conversarmos bastante, ela nos levou até a sala a qual o Henry estava. E quando o vi, meus olhos encheram de lágrimas. Estava com uma roupinha que tínhamos deixado ali para aquele momento, estava dormindo, mas eu queria muito tirá-lo dali e ir para casa, com cuidado o coloquei em meus braços e pude ouvir ele resmungando.
- Ficou bravo porque tiraram você do bercinho ? - minha mãe brincava com o meu filho que estava de olhos fechados.
- Meninão ! Lembra muito o Luan - Amarildo falou e assim que o Henry ouviu a voz do avô deu um sorrisinho mesmo dormindo. - Ô, sorriu para mim.
- Reconheceu o vovô filho ? - foi só eu falar que também deu o seu sorrisinho.
- Ele está sonhando com os anjinhos - minha sogra disse.
Após nos despedir das pessoas que ficaram tão próxima de nós. Saímos felizes do hospital e fomos para o carro, a Michele uma madrinha muito babona, não largava do afilhado.
- Eu vou mimar tanto esse menino, ele vai andar tão chique nesse mundo.
- (risos) Amiga ! Não precisa de tanto.
- Claro que precisa, olha que moleque lindo, Larissa.
- É porque é igual ao pai - fiz bico.
- Não é tão parecido com o Luan, mas é lindo - minha amiga disse.
Ao chegar na casa dos meus pais fomos recebidos pelo o seu Paulo, o meu pai do coração, meu irmão e sua namorada, a minha cunhada e três primos meus que tinham acabado de chegar em São Paulo, eles moravam em Pernambuco e estavam por ali por causa de um evento que aconteceria na faculdade a qual estudavam, cumprimentei todos, mas a atenção foi toda voltada para o Henry que continuava nos braços da Michele.
Enquanto isso fui arrumar o bercinho do meu filho para que ele ficasse aconchegante e dormisse tranquilo. Antes mesmo de sair do quarto, a Arleyde, assessora do Luan, me mandou por whatsapp, uma matéria que dizia que eu já tinha saído do hospital, também tinha combinado com ela, para que fizéssemos uma surpresa ao Luan, mas depois daquela matéria com certeza a surpresa iria por água abaixo.
- Arleyde, faz alguma coisa. Não deixa o Luan ver - pedi por áudio, ela estava com o meu namorado em Miami. Apenas visualizou e não me respondeu nada, provavelmente estava ao lado dele.
Voltei para a sala e o Henry já estava nos braços do meu irmão.
- Já é a quinta pessoa que ele vai para o braço e não dá nenhum chorinho
- Esse aí quando estiver maior tem que ter o maior cuidado
- É verdade !
Após todos sentirem o cheiro de bebê, se acostumarem com a presença do Henry, o levei para o seu confortável berço, lhe coloquei ali que no começo chorou um pouco, mas assim que o balancei voltou a dormir tranquilo. Fiquei observando aquele presente de Deus e mesmo sem ter sido planejado, ele era tão amado e tão querido por nós, principalmente por mim e o seu pai, que com certeza ficaria louco assim que visse o filho em casa.

domingo, 16 de agosto de 2015

FEBRE EMOCIONAL

A enfermeira apareceu no quarto, ela teria que levar o Henry para a incubadora novamente, o Luan que estava com ele, não queria soltá-lo.
- Ele tem que ir mesmo ? - perguntou enquanto balançava de um lado para o outro o seu filho.
- Tem sim, Luan. Mas ele ficou bem, fora da incubadora. Acho que não vai demorar muito por aqui, volta logo para casa.
- Queríamos levá-lo amanhã mesmo - disse o Luan.
- Só mais um pouquinho, ele vai ficar bem aqui. Iremos cuidar como se fosse o nosso filho, fica tranquilo, papai. Agora tenho que levá-lo.
- Deixa eu dá um beijinho na cabeça dele, vem aqui.
O Luan que estava com ele, se agachou um pouco e eu pude beijar a cabecinha do meu filho. Ele tinha bastante cabelo, bem pretinho, parecia um índio.
- Obrigado por cuidar tão bem do nosso filho - o Luan falou enquanto entregava o Henry para a enfermeira, que tinha todo um cuidado.
- Esse é o meu trabalho.
- Como é o seu nome ? - perguntei.
- Elisa !
- Elisa, eu queria muito tomar um banho. Queria dá uma volta pelo o hospital também, será que eu posso ? Quero esticar as pernas - disse rindo.
- Claro que pode sim, já se sente bem para andar ? Os pontos não ficam puxando ?
- Eu levei pontos ?
- Levou sim, oito pontos por dentro. Eu vou levar o Henry para a incubadora e já venho para te ajudar. Trouxe roupa não é ?
- Sim, tenho roupa aqui.
- Já volto !
   

Michele e os outros que estavam fora do quarto, apareceram. A Marizete tão prestativa, pegou uma roupa para mim e já me preparou para o banho. Com ajuda do Amarildo e o Luan fiquei sentada na cama, esperando a enfermeira chegar, finalmente eu iria me sentir limpa. E quando a enfermeira chegou, fui para o chuveiro e tomei um banho quente relaxante.
Após aquele banho, fizeram toda uma limpeza no quarto que eu estava. Enquanto isso, sai pelo os corredores do hospital, abraçado ao Luan, dando passos pequenos, meu namorado como era muito brincalhão, sempre fazia um comentário engraçado, durante a caminhada, o que me deixava com um pouco de dor na região pélvica.
- Amor, não faz isso ! - mordi seu braço.
- Aí, Lari ! - colocou a mão onde eu tinha mordido, me olhou com o seu olhar sério e depois deu um sorriso, logo em seguida me dando um beijo no pescoço.
Quando voltamos para o quarto, Amarildo, Marizete e Bruna já estavam indo embora, se despediu de mim e da Michele e já foram indo, porém, antes passariam na sala dos bebês para ver o Henry e irem embora. O Luan ficaria mais um pouco, depois teria que ir para casa, no dia seguinte tinha muitos compromissos.

Luan deitou ao meu lado na cama, a Michele sentada em uma poltrona ao meu lado, conversávamos sobre alguns planos que queríamos para nossa vida, relacionamento e sobre alguns amigos que tivemos. Quando já era 23h, a enfermeira veio avisar que um dos dois teriam que ir embora.
- Não me expulsa, Elisa - disse o Luan rindo. - Vou indo, meu amor. Amanhã quando chegar em casa me liga, viu ? Ou qualquer coisa que acontecer.
- Pode ir tranquilo ! Quando eu chegar em casa amanhã, te ligo.
- Assim que chegar em São Paulo, vou na sua casa passar uns três dias.
- (risos) Exagerado ! Boa viagem, meu amor. Faz um bom show e manda beijo para todas as suas fãs, viu ?
- Pode deixar ! Michele, cuida bem da Larissa aqui viu ?
- Cuidarei !
- Te amo - beijou os meus lábios e saiu do quarto após se despedir de Michele.



(...)
  Sai daquele hospital com tantas coisas em minha cabeça, uma delas, era sair daquele status de namorando com a Larissa. Eu realmente esperava o nascimento do meu filho, para que depois disso pudéssemos  ''aprofundar'' ainda mais o nosso relacionamento.
Não passaria o resto da minha vida morando com os meus pais, ainda mais agora que tinha um filho e a minha relação com a Larissa estava tão boa. Ao chegar em cada, os meus pais já tinham ido para o quarto, só me restou ir conversar com a Bruna.
- Acordada !
- Ainda é cedo, Pi.
- Posso conversar com você ?
- O que aconteceu ? - me olhou assustada.
- (risos) Nada ! Fez alguma coisa ?
- Não ! É raro você chegar em mim e perguntar se pode conversar comigo.
Me joguei ao seu lado na cama e fitei o teto.
- O que você acha de eu pedir a mão da Larissa em casamento ?
- Oi ? Sério isso ?
- Sério !
- Você vai casar mesmo ?
- Pretendo ! A Larissa já me cobrou algumas vezes, ela quer sair desse status de namorando. E ainda mais agora que o Henry nasceu, com certeza não vai querer ficar morando com os pais e eu muito menos, não vou aguentar de saudades do meu filho.
- Você só vai casar por causa das cobranças dela ? Não a ama ?
- Claro que amo, Bruna. Mas acho que ela tem razão, já temos a nossa família.
- Porque não mora com ela ? Apenas morar, não precisa casar.
- Ela não quer só morar, diz que se fizer isso pode não dá certo e a gente acabar com o nosso relacionamento por causa da rotina.
- Isso é... Vocês estão pouco tempo juntos. Quer fazer isso mesmo ?
- Não sei ! - respirei fundo.
- Luan, você a ama de verdade ?
- Amo, amo muito, Pi. Ela é tranquila demais em certas coisas, e ela me ama, outra mulher jamais teria voltado comigo depois do que eu fiz.
- O que você fez ?
- Não sabe ? - perguntei, estranhando.
- Sei que passaram um tempo separados, mas não sei o motivo.
- Eu trai a Larissa.
- Você traiu ela ? Poxa, Luan.
- Fiz errado eu sei, mas já passou.
- Olha só... Faz o que o seu coração mandar, não vá pedir ela em casamento, se não se sente preparado para isso. Conversem, a Larissa vai entender.
- Quero sair desse status e também não quero viver longe deles.
- Conversa com ela cabeção, vocês moram juntos e depois casa. Vai que dá certo ?
- Vou tentar convencê-la.
Após aquela conversa, fui para o meu quarto e fiquei pensando naquele assunto. Eu queria sair daquele status, mas também não me sentia preparado. Sempre confuso, sempre indeciso.



Estava em um show importante, na verdade um festival, onde reunia vários ícones da música. O show aconteceria em Palmas-Tocantis, a recepção no aeroporto foi bem calorosa, muitas pessoas me aguardavam e me desejavam parabéns pelo o nascimento do meu filho, ganhei até uns presentes de bebê. Me encantava a cada dia pelo o carinho que os fãs tinham por mim, era um amor incondicional, eu sentia isso.
Em meu camarim recebi alguns amigos que iriam cantar, alguns fãs, filhos de empresários, já que em festivais para que eu pudesse entrar no palco na hora exata, o sorteio de fãs para aquele tipo de festa, não aconteceria.
Existia também uma fila enorme de repórter, blogueiros e tantos outros da imprensa, para entrar em meu camarim. Era impressionante como eles queriam saber de cada detalhe do meu relacionamento com a Larissa e também do nascimento do Henry, para que o atendimento fosse rápido, fizemos uma coletiva.
- Luan, existe um certo boato de que você e a Larissa não estão bem, estão meio que separados. Esse boato procede ou não ?
- Cara, eu e a Larissa estamos bem demais. E mais agora com o nascimento do nosso filho, a nossa relação vai muito bem, total harmonia.
- Já trocou as fraldas do filho, Luan ?
- (risos) Ainda não, o Henry está na incubadora, nasceu muito cedo, precisa de alguns cuidados. Mas com certeza, quando ele for pra casa, eu vou trocar as fraldas dele.
- Quem escolheu o nome  ? Você ou a Larissa ?
-  Na verdade o nome do nosso filho seria, Lucas. Mas o irmão da Larissa já se chama, Lucas. Então fizemos uma lista com vários nomes e quando vimos o nome Henry, já nos encantamos e aí ficou esse.
- Como é ser pai, Luan ?
- Eu vou aprender muita coisa, o Henry só está com dois dias de nascido, mas mesmo assim, é a coisa mais linda que Deus dar para o homem, o privilégio de ser pai, de ensinar coisas certas, de formar um ser humano, é incrível. Eu aprendi muita coisa com o meu pai e espero passar isso para o meu filho.
A coletiva veio ao fim e minutos depois eu pude subir ao palco, e decidi dedicar todo o show para o meu filho e a minha Larissa.
- Vocês já devem saber que eu ganhei um presente muito especial, antes de ontem. Sai de São Paulo com o coração apertadinho pois não queria me separar desse presente grandioso que Deus me deu, mas eu tinha que vim dá um recado para vocês e trazer alegria para os meus fãs. A Larissa está em casa nesse momento, para quem não sabe, a Larissa é a minha futura esposa... - disse rindo, fazendo as pessoas gritarem e aplaudir. - Ela pediu que eu mandasse um beijo para todos os meus fãs, recado dado - ri. - Aproveitar para agradecer todos os cartazes com o nome do meu filho, fico muito emocionado com o carinho de vocês. Obrigado de coração ! E agradecer também rapaz... aos patrocinadores dessa festa maravilhosa.
Continuei com o show e assim que terminei o meu pai me deu um recado que me deixou um pouco assutado, o Henry tinha sentido febre assim que a Larissa saiu do hospital, ela teve que voltar para o hospital e decidiu passar mais um dia por lá.
- Mas agora ele está bem ? - perguntei sentando no sofá.
- Sua mãe conversou com a Larissa, ela disse que foi uma febre emocional, mesmo assim não vai sair do hospital e vai ficar indo na salinha que ele estar, sempre que puder.
- Ela foi com quem ?
- Com a mãe
- Ele poderia sair logo daquele lugar
- Tem que ganhar mais peso, filho.
-  O Henry é perfeitinho, pai. Não tem problema de nada, nasceu com saúde, não sei porque querem prender o meu filho por lá. Amanhã eu ligo para o hospital.
- Ele precisa passar esses dias por lá, Luan. Não adianta ligar, é para o bem do seu filho. Oito dias passa rapidinho.
- A Larissa vai ficar oito dias em um hospital, pai ? Arriscado de pegar uma bactéria.
- Ela vai ficar indo em casa e indo para o hospital.
E com o coração preocupado liguei para a Larissa que me contou que estava naquele momento com o nosso filho em seu colo,  ele estava em um sono pesado, Larissa me colocou para ouví-lo resmungando enquanto dormia.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

VISITAS

- Olá, atrapalho os pombinhos ? - perguntou a Michele ao bater e logo entrar.
- Não, pode entrar, Mi - disse o Luan ficando em pé. - Amor ! A Michele chegou, eu vou em casa tomar um banho e venho com os meus pais, beleza ?
- Mas você vai com quem ?
- O meu pai deixou o meu carro aqui.
- Aquele carro que não chama atenção ? - perguntei rindo.
- O bichinho não é tão chamativo assim, é exagero seu.
- Ah ! É verdade, nem um pouco chamativo. Concorda, Mi ?
- Luan, você é artista, anda com uns carros menos chamativos.
- (risos) Deixa eu ir lá, até daqui a pouco - Luan ia saindo do quarto, mas ao chegar na porta se tocou de que faltava alguma coisa, voltou, pediu licença á Michele que estava ao meu lado e beijou a minha testa. - Não posso esquecer !
- Pensei que iria esquecer - fiz bico. Ele se aproximou e selou meus lábios várias vezes.
- Nunca vou esquecer disso, te amo. Daqui a pouco estou de volta.
- Vou ficar te esperando.
         Ele foi embora me deixando com a Michele, conversando besteira, ela sempre me fazia rir, o que eu não estava conseguindo após ter colocado um menino de 3kg para fora de mim.
- A minha mãe sumiu !
- Encontrei ela no corredor conversando com uma enfermeira - Michele se levantou e foi até a sua bolsa. - Olha o que eu trouxe para a mamãe mais linda e para o bebê mais lindo da dinda - ela tirou de uma sacola enorme, uma famosa bolsa canguru.
- Nossa ! Obrigada, acho que vou precisar mesmo - sorri.
- Claro que vai precisar, é muito útil isso aqui. E eu tenho certeza que esse menino não vai sair de perto de você.
- Aí, amiga. Ele está longe de mim, meu coração está minusculo
- Você já viu ele ?
- Já sim, o amamentei e tudo.
- Não acredito que perdi essa cena. Quero de novo, vou pedir a enfermeira - Michele foi até a porta, fazendo brincadeira.
- (risos) Não me faz rir, doí muito tudo dentro de mim.
- Me desculpa, não farei mais palhaçada.
- Você vai dormir aqui ? Amanhã eu tenho alta.
- Se o Luan deixar eu dormir aqui, não é ?
- Ele tem um compromisso amanhã, portanto vai dormir em casa.
       Michele pegou uma cadeira e colocou ao lado da maca, deu um suspiro e me olhou.
- O que foi ? - perguntei, tentando me sentar na maca.
- Só estava relembrando algumas coisas
- Eu e o Luan também estava aqui relembrando o começo do nosso relacionamento e outras coisas que  nos aconteceram, estando juntos já.

Minha mãe apareceu no quarto e eu pude ver sua aparência de cansada.
- Mãe, o Luan não veio ?
- Não, acho que ficou dormindo. A Michele iria vim com ele, o seu pai já está vindo.
- Aproveita e vai com ele, mãe. Descansa um pouco, eu posso ficar sozinha aqui.
- Sozinha, Larissa Alves ? Eu sou ninguém, não é ? - perguntou a  Michele cruzando os braços.
- (risos) Desculpa, amiga. Lembrei de você agora - disse fazendo graça.
- Eu vou descansar um pouco sim e mais tarde eu venho ficar com você.
- Não precisa, Laura. Eu durmo aqui com a Larissa, cuido dela. Essa bebê !


E para o dia ficar ainda mais belo, o meu pai apareceu em meu quarto, chegou todo emocionado dizendo que já tinha visto o seu neto, que estava encantado.
- Ele é lindo, minha filha
- Os pais são dois gatos, tinha que sair um bebê bonito - falou, Dona Laura.
- Você está bem ? - perguntou beijando a minha testa.
- Estou sim, só não posso fazer muito esforço.
- Foi normal ?
- Foi sim, pai.
- Me desculpa por não ter vindo, me desculpa...
- Pai, não precisa pedir desculpas. Fica tranquilo, deu tudo certo, o Luan estava aqui, não saiu do meu lado um minuto - lhe interrompi, não tinha porquê dele me pedir desculpas.
- Tenho que agradecer ao Luan, ele cuida muito bem de você.
- Cuida mesmo ! - sorri.


  Recebi algumas visitas durante o dia, pessoas conhecidas no mundo da televisão, não tinha muito contato com eles, mas eram todos próximos do meu namorado, confesso que fiquei assustada com a quantidade de pessoas famosas que apareceram por ali. Alguns amigos do Luan também fizeram sua visitinha, assim como alguns amigos meus da faculdade.
Como combinado a minha mãe foi com o meu pai para casa, ele teria que descansar. E quando já era noite, Marizete, Amarildo e Bruna fizeram a festa em meu quarto, com alguns balões com o nome do Henry e um buquê de flores, os avós babões e a tia babona me desejavam parabéns. E enquanto eu estava em uma conversa com os meus sogros, sempre escutava a Bruna meio que xingando a Michele.
- O que aconteceu, meninas ? - perguntei, encerrando o meu assunto com os meus sogros, que logo olharam para trás, para saber o que estava acontecendo também.
- Larissa, acho injusto isso - disse se aproximando de mim.
- O que ?
- Bruna, você já é tia, quer ser madrinha também ?
- Michele, eu quero ser os dois - Bruna falava fazendo cara de brava, mas eu sabia que ela estava brincando, já tínhamos conversado sobre aquilo antes.
- Filha, para com isso. Já foi decidido quem vai ser a madrinha e encerrou esse assunto, isso também não é hora de ficar discutindo - o Amarildo falou firme.
- Eu estou brincando, pai. Mas eu vou me conformar. Queria pegá-lo - fez careta.
- Também queria pegá-lo, não largar nunca mais - disse.
- Sabe que ele irá passar alguns dias aqui, não é ? - perguntou a Marizete segurando a minha mãe, confirmei com a cabeça. - Mas vai está bem, as enfermeiras vão cuidar dele.
- Assim espero ! Mas onde está o Luan ?
- Ficou dormindo - daqui a pouco está por aqui.

Minha sogra tinha saído do quarto com a Bruna, provavelmente tinha ido onde estava o Henry. Enquanto isso, mexia em meu celular, respondendo algumas mensagens que tinha recebido. Foi quando vi uma nova foto do Luan, na verdade uma foto do nosso filho, que não estava na incubadora, mas sim em um bercinho. Aquilo me deixou feliz, talvez ele já fosse comigo para casa no dia seguinte.

Foi impossível controlar as lágrimas ao vê-lo e logo depois senti-lo, tão pequeno, tão frágil, e tão apressadinho para vim ao mundo, silenciou-se ao ir para o meu colo, me reconheceu ? Tenho certeza. Filho, melhor presente que Deus enviou, farei de tudo para ser o melhor pai para você e te dá o melhor, serei teu companheiro para todo o sempre. Obrigado, meu Deus por esse presente grandioso que me deste, cuidarei muito. Obrigado, meu amor @LarissaAlves por ter sido guerreira e trazido o nosso filho ao mundo, cuidaremos juntos do nosso Henry. 
 
E quando terminei de ler ele entrou no quarto com um buquê de flores, estava tão lindo e sorridente, com uma touca, calça, chinelo, todo simples, e como eu adorava vê-lo daquele jeito. Apertou a mão do pai, cumprimentou a Michele que estava em uma conversa interessante no celular, já que não tirava os olhos dele. E por último veio até mim.
- E esses olhos marejados ? O que houve, minha princesa ? - beijou meu rosto.
- Eu li o que você postou, que lindo, amor.
- (risos) Como você está ? Descansou ?
- Estou querendo ver o meu filho, querendo tomar um banho.
- Não fez nada disso ainda ?
- Não, a enfermeira não veio aqui, não me liberou para tomar banho.
- Acho que você vai ficar fedidinha até amanhã, quando te derem alta.
- Estou fedida, amor ?
- Deixa eu ver - cheirou o meu pescoço e fez careta.
- Sério ?
- (risos) Está cheirosa, meu amorzinho - me abraçou de lado.
- Você vai ficar com esse buquê de flores na mão, mesmo ?
- Gostou ? Foi uma agonia para comprar, passei no escritório e pedi para a Ju ir comigo em uma floricultura, nem sabia onde era. Ela mandou um beijo e disse que vai ver você e o Henry quando estiverem em casa.
- Manda um beijão !
- Pai, cadê a mãe e a Bruna ?
- Saíram, acho que foram ver o Henry.

Bateram na porta e ao olharmos ficamos surpresos, a enfermeira estava com o nosso filho em seus braços, pela primeira vez ele tinha aparecido em meu quarto. Mas foi pedido que ficasse apenas o pai ou uma outra pessoa, não poderia ficar tumultuado.
- Não acredito que você está aqui, meu filho - disse pegando ele em meus braços.
- Abriu os olhos, filho - Luan falava todo bobo com o filho. - Você é muito lindo !
- Mamãe, você vai amamentar o Henry até ele não querer mais.
- Pode deixar, vou alimentá-lo muito bem.
- Vou deixá-los a sós.
- Obrigada !
- Ah, enfermeira - chamou o Luan. - A Larissa quer tomar banho, como fazemos ?
- Depois dela amamentar o Henry, já pode tomar banho.
- Beleza ! Obrigado.
       
O Henry passou muito tempo conosco, ficamos babando em cada movimento que ele dava. E os sorrisinhos que ele soltava vez ou outra, enquanto estava mamando ? Nos deixava emocionados, dois pais babões.
- Cara, que vontade de apertá-lo em meus braços.
- (risos) Seu pai, quer judiar de você, meu amor. Antes que eu me esqueça, alguns amigos seu estiveram aqui, uns bem famosos - ele riu, sabia que eu não era muito acostumada a ver gente famosa perto de mim.
- Fiquei sabendo, saiu em alguns sites de fofocas e também me avisaram antes de vim. Levei bronca, porque disseram que não te conheciam e pensavam que eu estaria aqui.
- Imaginei que você iria levar uma bronca por isso.
- Mas tranquilo ! Dei uma explicação, cheguei em casa, cai duro na cama de tanto sono que eu estava. Agora estou renovado, novo em folha.
- Só que não vai dormir essa noite aqui.
- Uai, porque não ?
- Porque um outro rapaz... - tampei os ouvidos do meu filho.  - Vai aparecer por aqui. Então é melhor você não está presente - era tudo brincadeira.
- Para de falar essas coisas - Luan ficou sério e tirou a minha mão dos ouvidos do Henry. - Não vejo graça quando você diz isso. É pra provocar ?
- (risos) Estava brincando  !
- Vou rir para não te decepcionar - ele deu uma risada irônica e voltou a olhar para o filho. Beijei o seu rosto e ri da sua carinha séria.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

AMAMENTANDO O HENRY

Ao acordar encontrei a minha mãe tirando uma roupa minha de dentro da bolsa, organizava tudo direitinho, sem falar nada, olhei para os lados e encontrei o meu namorado dormindo em um sofá do hospital. Observei todo o quarto que eu estava e procurei pelo o meu filho, o bercinho ao meu lado estava vazio, estranhei e logo chamei a minha mãe, lhe causando um susto.
- Nossa ! Quer matar sua mãe ?
- (risos) Mãe ! Onde está o Henry ?
- Ele daqui a pouco vem para que você amamente, fica tranquila.
- Está tudo bem com ele ?
- Sim, filha. É lindo, bem pequenininho. O Luan estava com ele, chorou tanto que acabou dormindo ali no sofá mesmo. Vou até acordar!
- Não precisa. mãe. Deixa ele dormindo, deve estar cansado.
- Então vou chamar a enfermeira para que traga o Henry. Ele está tão agoniadinho, pois não foi amamentado por você, não esteve perto de você por muito tempo ainda.
- Fala, mãe. Quero muito ver o meu filho.
       Minha mãe saiu do quarto, enquanto eu fiquei olhando para o teto, já que a maca estava toda reta e eu estava com medo de ficar sentada e acontecer algo comigo, não acordaria o Luan, ele tinha que dormir, descansar, pois no dia seguinte teria um compromisso muito importante.
        Passaram-se alguns minutos e a minha mãe apareceu no quarto com uma enfermeira, mas estranhei, as duas estavam com as mãos vazias.
- Oi mamãe, tudo bem ? - perguntou a enfermeira.
- Tudo sim ! Cadê o Henry ?
- Viemos buscar você para amamentar o seu filho, ele não vai poder vim aqui.
- Porquê ? Ele tem alguma coisa ?
- Não ! Mas é pequenininho demais e precisa de cuidados especiais. Onde ele está, é bem mais seguro para ele.
- Senta aqui que iremos te levar, filha - com pouco de dificuldades fui colada em uma cadeira de rodas, mas antes de sair, o Luan acordou assustado com tanto falatório, logou ficou em pé e olhou para mim.
- (risos) Calma, amor !
- Pra onde você vai ?
- Amamentar o nosso filho - disse sorrindo.
- Não iria me acordar ? - perguntou fazendo um bico, estava com a voz de sono e com uma cara de sono mais linda.
- Você estava em um sono tão gostoso - falei segurando a sua mão.
- Não quero perder nenhum momento. Vou com você ! Pode deixar que eu levo ela.
       Saímos do quarto e seguimos para o lugar que o nosso filho estava, até o caminho as pessoas ficavam olhando o Luan por ali, bem a vontade, mas não se aproximava, respeitando o seu espaço com a família, aliás, com a nova família.


  Ao chegarmos na sala dos bebês, olhei para cada um dos bebês que estavam ali, mas o que eu procurava mesmo era pelo o meu bebê, pelo o meu filho. Foi então que o Luan parou e me ajudou a ir para uma cadeira confortável que tinha ali.
- Ele está bem mesmo ? - perguntei ao vê o meu filho nos braços da enfermeira, tão pequeno e chorava tanto, que me dava uma dorzinha no coração.
- Ele vai passar alguns dias aqui conosco, na incubadora, sendo bem cuidado.
- Quer dizer que eu vou para casa e ele vai ficar ? - um desespero já me consumia por dentro, não queria ter que deixar o meu filho ''sozinho''.
- Isso, mas fica tranquila que iremos cuidar muito bem dele.
      Com um pouco de dificuldades consegui colocar o Henry em meus braços e ele logo se acalmou, segurou forte o meu dedo e eu não consegui controlar as minhas lágrimas. Luan sentou-se ao meu lado e também não se segurou.
- Ele é tão lindo, não é amor ? - me perguntou, alisando o rostinho do filho.
- Demais ! Parece um pouco com você.
- Ainda não dá para saber, amor.
- Amamenta ele, mamãe.
         Foi então que naquele momento lembrei do que a minha mãe me dizia, quando eu brincava com as minhas bonecas e até mesmo quando descobri que estava grávida. Ela me dizia sobre os encantos da amamentação. Dizia que aquele ato era muito mais que alimentar fisicamente o bebê, era uma poderosa fonte de comunicação que fortalece o vínculo materno, através do aconchego, do contato físico, do calor materno e da troca de olhares entre a mãe e o bebê.
Olhei para a minha mãe que estava filmando e tirando foto do outro lado do vidro, ela chorava muito, pude ler os seus lábios, ela dizia que estava tudo lindo. Não queria mais desgrudar do meu filho e nem o Luan, então enquanto o Henry mamava e olhava fixamente para mim, o seu pai começou a cantar uma música bem baixinho perto dele. Parecia que o Henry tinha reconhecido a voz dele ou reconheceu, pois assim que ouviu a voz do pai, arregalou os olhos e parou de mamar.
- Ele vai me matar - disse o Luan sorrindo e beijando a mão do filho.
- (risos) Continua cantando, papai.
    E ficamos daquele jeito até a enfermeira dizer que iria levá-lo para a incubadora, mas que a noite eu poderia ficar mais um pouco com o meu filho.
- Sua mãe já viu o neto ?
- Já sim ! Todos estavam aqui, até a Michele. Ficou um tempão comigo, olhando o Henry. Daqui a pouco está de volta com todos.
- E o churrasco ?
- Foi cancelado e terá uma comemoração maior.
       Quando estava em meu quarto o Luan arriscou a deitar comigo na mesma cama, a minha mãe nos deixou a sós e ficamos ali conversando e trocando carinhos.
- Sabia que eu ganhei dois prêmios ?
- Dois prêmios ? Quais ? - perguntei.
- Um que envolve a minha carreira e amanhã irei pegar.
- Esse é o compromisso ?
- Sim ! Eu vou pegar o prêmio de melhor cantor.
- Que bom, parabéns meu amor. E qual é o outro ?
- O outro é o nosso filho, a nossa família. Que nasceu no dia 09 de agosto ás 03:00 da manhã. Obrigado, meu amor - disse beijando o meu rosto.
- Eu te amo - olhei em seus olhos e selei os seus lábios.
- Estava pensando em uma coisa aqui, na verdade eu pensei desde a hora que você disse que o Henry iria nascer. Foi uma retrospectiva de tudo o que vivemos.
- Conta !
- Lembra quando nos conhecemos ?
- Eu lembro de quando eu te conheci, você nem sabia quem eu era.
- (risos) Lembro de quando o Rober disse que tinha ficado com você.
- Comigo ? - perguntei assustada. - Mas nunca...
- Foi ele brincando, já sabia que eu era gamadão em você. Foi maior zoação, porque antes de ficar apaixonado por você, eu disse para o Roberval que você não fazia o meu tipo e que não ficaria com você.
- É mesmo, Luan Rafael ? Eu te disse isso também, que eu não faria o seu tipo.
- É claro que fazia e faz meu tipo, meu amor - me abraçou. - A nossa história já estava escrita, eu quem não sabia. Lembro do pedido de namoro.
- O pedido de namoro, foi lindo. Tão elaborado, você é bem criativo.
- Sou né ? Lembro também da nossa primeira vez - falou baixinho em meu ouvido. - Aquela noite foi especial, lembro de tudo o que você fez comigo.
- (risos) Lembra de tudo, não é ?
- Claro, não posso esquecer.
- Amor, eu lembrei da Carol. Onde será que ela está ?
- Eu vi ela em um show semana passada, foi no meu camarim.
- E você só me diz isso agora ?
- (risos) Ela estava acompanhada. Acho que casou ou está namorando.
- Todo mundo casando - fiz um bico, ele entendeu e respirou fundo.
- O Henry já nasceu !
- É, eu sei.
- Calma !
- Estou calma, quando esses três meses passar. Eu só quero aproveitar o meu namorado, como se a gente tivesse acabado de conhecer saber ? Me aguarda, vou preparar uma coisa para você, te fazer chorar, Luanzinho.
- Ultimamente estou uma manteiga derretida, não é muito difícil me fazer chorar.
- É verdade, amor.
- Vem aqui, deixa eu te beijar - segurou o meu rosto e com toda delicadeza do mundo, me deu um beijo bom, com tanto amor, com canto carinho e paixão.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

FOI PARA INCUBADORA

- A Michele acordou com tanto falatório e quando eu disse que você estava aqui, ela ficou desesperada. O Lucas foi buscá-la - disse a minha mãe, enquanto andávamos até a sala.
- (risos) Ela vai chegar aqui com muita raiva de mim, porque não lhe acordei. Ela é a madrinha já viu, amor ? - disse olhando para o Luan, que sorriu e beijou a minha testa.
- O pai mais chorão que eu conheço - Marizete disse.
Ao chegarmos em frente a sala, abracei os que iriam ficar me esperando e mais uma vez foi aquela emoção grande, todos chorando. Pensei que a minha amiga não chegaria a tempo com o meu irmão, mas assim que estava entrando na sala, escutei ela pedindo para esperar, veio correndo até e mim e nos abraçamos forte.
- Boa sorte, amiga.
- Obrigada !
- Afilhado, se comporte venha sem nos dá susto, já basta esse que você nos deu, querendo chegar antes da hora - todos riram, ela falava com a minha barriga. Senti uma forte contração e a enfermeira por fim me levou para a maca que me esperava.
Antes de deitar, abracei forte o Luan, ele iria me acompanhar, assim como o Roberval que estava liberado para ficar ao lado do amigo e fotografar tudo.
- Obrigado meu amor... é o melhor presente que eu já ganhei em toda a minha vida - ele dizia me abraçando, lhe olhei e demos o ''último'' beijo.

Tudo começou a andar, inclusive as minhas contrações que ficaram ainda mais forte. Só escutava o doutor pedindo que eu fizesse força, pois já estava perto, e assim eu fazia, segurando firme a mão do meu namorado que não saia do meu lado. O tempo todo dizia em meu ouvido que eu era forte e que iria conseguir dar a luz ao nosso filho.
Não demorou muito para escutarmos o choro escandaloso do Henry, e bastou só aquilo para o papai chorão dele se desmanchar em mais lágrimas. Naquela sala senti o cheiro de vida, eu fui capaz de dar a luz á um serzinho como aquele, agradeci á Deus por ter me dado a oportunidade de ser mãe. Assim como os meus pais que eram os melhores para mim, eu tentaria ser a melhor para o meu filho, o Luan eu tinha certeza que seria um grande pai e um grande companheiro para o Henry.
- Rapidinho mamãe, ele terá que ir para incubadora - disse a enfermeira.
- Ele está bem ? - perguntou o Luan.
- Sim, mas passará um tempo na incubadora. Com licença ! - ela não nos disse mais nada e saiu com o nosso filho.
       Fiquei sonolenta e acabei dormindo na maca mesmo, antes de ir para o quarto.


(...)
     Foi tudo tão rápido, o Henry foi feito muito rápido, nasceu muito rápido. E observando do vidro todo o procedimento que estavam fazendo com o meu filho, eu senti um pouco de culpa por ele ter nascido antes do tempo e ido para a incubadora. Eu tinha deixado a Larissa agitada nos últimos meses, preocupada com o nosso relacionamento, pela as coisas que eu tinha feito antes.
  - Ele é lindo, não é ? - perguntou a Michele, quando se aproximou de mim.
- Sim, muito lindo. Mas nasceu tão cedinho, a enfermeira disse que ele irá passar oito dias aqui, a Larissa vai ficar maluca quando souber.
- Ela vai entender, Luan. O Henry precisa de cuidados.
- Eu tenho culpa disso que está acontecendo.
- Como assim ?
- Por tudo que eu fiz, Michele.
- Para, Luan. A Larissa sempre soube desse descolamento que ela tinha.
- Mas, na última consulta dela, estava tudo certo com esse descolamento, ele não iria nascer antes do tempo, mas eu fui o culpado quando deixei ela nervosa com aquela história de traição.
- Não se culpa, Luan. Esquece o que aconteceu, o Henry está bem.
- Mas é, Michele - escorei a minha cabeça no vidro e chorei desesperadamente.
- Larissa não iria gostar de ouvir isso. Passou, Luan - Michele me afastou do vidro e nessa mesma hora uma enfermeira saiu da sala a qual o Henry estava e se aproximou de nós dois.
- Você está passando bem ? - me perguntou.
- É porque o filho dele está na incubadora, não tinha como ele pegar no filho ?
- O Henry ?
- Esse mesmo - respondi, olhando para ela e limpando as lágrimas.
- Vem comigo !
A enfermeira me levou até o meu filho que estava na incubadora inquieto, ele com certeza sentia falta da mãe, tinha duas entradas a qual eu poderia colocar a mão dentro de uma luva e ir diretamente no meu filho. E foi o que eu fiz, fiquei ali, alisando o rostinho dele, que se acalmou um pouco, mas deu um chorinho baixo.
Não queria sair do lado do meu filho, mas foi preciso, eu não poderia mais continuar por ali. Mas voltaria quando a Larissa foi amamentá-lo.