segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DECEPÇÃO NA AMIZADE

Dois dias depois a Carol se aproximou de mim de uma maneira que me assustou bastante, mas resolvi deixar as coisas ruins para trás e me dá uma segunda chance de ser amiga dela de novo, obviamente dando uma segunda chance para a Carol, talvez ela tivesse melhorado um pouco aquele jeito de querer ser melhor do que as pessoas. Saímos uma tarde juntas quando fui buscar as minhas lentes de contato, e combinamos que iríamos ''comemorar'' aquilo em uma balada no final de semana. Fomos para o meu apartamento e elas me ajudaram a escolher um look para mim no dia da balada, até emprestei
uma blusa que a Carol tinha adorado.

Os dias foram se passando e eu conversava bastante com o Roberval, me fez o convite para uma balada no final de semana, já que ninguém iria trabalhar e ele iria está em São Paulo, mas disse que já ia sair com as minhas amigas. Me colocaram em um grupo da banda  o qual o Luan também estava, e eles também fizeram o convite
para a balada e eu dei a mesma resposta.

Chegando então o esperado final de semana, Michele e Carol foram passar o dia em meu apartamento, até a minha mãe apareceu por lá e fez bolo para comermos e bater um papo. A noite por volta de 21h começamos a nos arrumar.

Curtir  baladinha de leve !!!

E depois de prontas seguimos para uma casa noturna a qual tocava muito sertanejo, tínhamos comprado camarote, portanto ficamos em um lugar aconchegante. Passaram-se algumas horas e vimos um tumulto, e vi também o Roberval passando em um piscar de olhos e assim passou ele junto com o Wellington, atrás algumas pessoas da banda.  Ele não tinha me visto, mas provavelmente viu as meninas já que a Carol pegou na mão da Michele e a levou até o Luan, eles tiraram foto e não o vi mais.
Uma dupla sertaneja chamada  começou a cantar, a Carol tinha sumido, me deixando ali com a Michele, ficamos conversando e já pensamos, a Carol já deve está colada na boca de alguém.
Marla e Karielle apareceram para conversar e beber alguma coisa, e ficamos nos divertindo:
- Meninas, vamos no banheiro ? - perguntei.
- Vamos lá, a gente aproveita e vai lá no Luan. Ele ficou perto do banheiro.
- Tudo bem - disse sorridente. Eu realmente queria muito vê-lo, quem sabe até ficar junto com ele naquela noite, trocar alguns beijinhos. E assim fomos até o banheiro.
Marla contava uma coisa bem engraçada do grupo que os meninos tinham feito e eu ria feito louca com ela, assim como as meninas. Mas quando eu olhei pra frente meu sorriso se desfez. Meu coração disparou de uma maneira que eu pensei que a qualquer momento iria parar. Eu não acreditava no que eu estava vendo.
- Vamos, Larissa ? - Michele segurou a minha mão para irmos ao banheiro, provavelmente também tenha visto. Na verdade todos estavam vendo.
- O Luan está ocupado agora - disse Marla sorrindo.
Fomos para o banheiro e eu fiquei me olhando no espelho enquanto Karielle e Marla estavam fazendo suas necessidades. Michele passou a mão firme em meu ombro.
- Eu não acredito no que eu vi, Michele.
- Eu também não estou acreditando, mas relaxa, vamos curtir a balada.


Fiquei paralisada ainda em frente ao espelho, sem saber o que fazer, como sair dali. O que eu tinha acabado de ver, era o Luan aos beijos com a Carol. Isso mesmo, com a Carol. Ela sabia que eu tinha ficado com ele e que eu poderia está sentindo alguma coisa por ele, ela sabia, eu contei pra ela quando voltamos a nos falar. E eu ainda pensei que ela seria a minha amiga novamente, mas pelo o que eu vi naquela noite, ela não sabia o significado da palavra amizade. Aquilo tinha partido o meu coração literalmente.
- Vamos meninas ?
- Marla ! Você ia na frente com a Karielle ? A Larissa quer conversar um pouco, ligaram pra ela sabe falando de um menino que ela estava ficando e que ele fez uma coisa muito séria.
- Como assim ? Se precisar de alguma coisa nos chama, por favor - disse a Karielle.
- Pode deixar meninas - disse para elas.
- Agora estamos aqui sozinha - realmente não tinha ninguém no banheiro. - Pode desabafar.
 - Michele, você me conhece, sabe que eu não fico por aí ficando com vários. Foram só alguns beijos, mas eu acabei me apaixonando pelo o Luan, pronto falei.
- Eu já imaginava, mas eu não quis dizer nada. Não fica assim, amiga. Olha só, viemos aqui para se divertir, então você vai se divertir, certo ? Agora vamos.
- Será que eu vou conseguir vê-los juntos ?
- Vai conseguir sim, vamos cumprimentar o pessoal, se ele vim falar com você, fale apenas o necessário, e depois disso vamos curtir a noite e ver se encontra um gatinho.
Saímos do banheiro e o Luan estava abraçando a Carol que beijava o seu rosto, Michele me levou até o pessoal que estava ao lado dele e cumprimentei todos. Senti alguém puxando de leve o meu cabelo, olhei para trás e o Luan sorriu tinha sido ele.
- E aí, Lari !
- Oi - dei um sorriso gigantesco, mesmo que naquele momento eu só quisesse chorar na frente dele. Dei as costas novamente e fiquei curtindo o resto da festa com o pessoal da banda, que me fez rir e esquecer um pouco o que estava acontecendo. Até acabar a balada, eu não me virei para olhá-los. Me despedi de todos e puxei a Michele, deixaria a Carol ali e ela que se virasse. Já no estacionamento a Carol entrava no mesmo carro que o Luan estava.
Entrei no taxi e fui para casa, eu chorava como nunca tinha chorado antes por ninguém.            


{...}

Eu sempre tinha um cuidado para não me apaixonar, até porque se apaixonar era sofrer na certa, a paixão é dolorosa, ela é amiga da ilusão e andam sempre juntas. A primeira vez que eu  me apaixonei por uma pessoa, foi quando eu tinha meus 12 anos, e a pessoa a qual eu era loucamente apaixonada, fazia bullying comigo, um moleque obviamente. E aquela paixão bobinha tinha ido embora, logo quando eu mudei de escola. E eu agradeci muito aos meus pais por terem me mudado de escola, não por  eu ter reclamado aos meus pais do imbécil do Henrique, ele se chamava assim, eu até reclamei dele, mas para a minha mãe. O fato é que eu só mudei de escola, porque eles queriam que eu estudasse no mesmo lugar que o meu irmão mais novo. Passei anos sem se apaixonar por ninguém, tive um namoradinho, mas eu não sentia nada por ele, talvez estivesse namorando com o Sérgio naquela época apenas por status, eu queria colocar no orkut que estava em um relacionamento sério.

Acabamos tempos depois. Mas agora aqui eu estava apaixonada de novo, por uma pessoa que eu nunca pensei que iria ter algum contato físico além dos apertos de mãos que eu pedia para o Luan, no tempo o qual eu viajava atrás dele e não dava para ele me dá um abraço.
E eu sabia que aquilo poderia acontecer. Mas eu sabia que eu estava tão apaixonada ao ponto de doer o coração só de  vê-lo com outra na minha frente e mais ainda sendo a minha ''amiga'' aquilo tinha me acabado por dentro.
- Eu não tive nada mais além de um beijo com ele, Michele - disse para a minha amiga que ainda estava na minha casa. Já era dia, já tínhamos almoçado.
- Eu sei que não, amiga.
- Mas foi só um beijo, Michele. E eu  me apaixonei assim ?
- Larissa, só doeu a cena de ontem, porque você viu quem era que estava com ele, a pessoa que você deu uma chance para voltar a ser a sua amiga, há pouco tempo e você acabou contando pra ela que tinha ficado com o Luan.
- Eu confiei, Mi. Eu não sabia que ela iria fazer isso comigo, eu contei pra ela que provavelmente eu estivesse apaixonada por ele.
- Ela senti inveja de você.
- Preciso tomar um banho de sal grosso - coloquei a almofada no meu rosto. - Ela entrou no carro dele, você tem noção ? Eu beijei o Luan ali. MEU DEUS !
- Pra onde ela foi com ele ? Acho que vou perguntar depois.
- Michele ! Só de imaginar que ele faz com ela o mesmo que faz comigo, a mão dele no rosto dela, depois passando por dentro do cabelo, a boca dele perto da dela, ele beijando ela. Isso está me atormentando, eu preciso fazer alguma coisa pra esquecer.
- Ô essa semana, você não tem aula na faculdade e você
vai viajar com o Luan, como vai fazer ?
- Colocar veneno no nebulizador dele. Ele sabia que ela é a minha amiga, ainda tem coragem de puxar o meu cabelo e me fazer olhar para os dois.
- LARISSA ! Para de pensar nesses dois, eles não merecem que você fique assim. Esquece a Carol, ela não é a sua amiga. Se fosse, se tivesse consideração por você, não teria feito isso.
- Concordo ! Ainda bem que eu tenho você - fui até ela e me joguei no seu colo. - Amiga ! Não faz nunca isso comigo, certo ? Se não vai ser a maior decepção pra mim, nunca fique com uma pessoa que eu estiver a fim, certo ? - rimos. - Olha !  Você será a madrinha do meu casamento e dos meus filhos. Isso se daqui pra lá a Carol não roubar meus outros paqueras.

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