quinta-feira, 7 de julho de 2016

DAY OFF

Acordei um pouco tarde já que tínhamos ido dormir tarde. Mas, acordei com beijos no rosto e risadas que ecoavam o quarto inteiro, abri os meus olhos lentamente e encontrei os dois homens da minha vida ao meu lado na cama. O Luan ensinava o filho a me acordar com beijos, apesar que ele já sabia, sempre fazia aquilo quando estávamos em casa. O meu filho era muito carinhoso, assim como o pai.

- Bom dia, mamãe - Luan pegou a mão do Henry e passou em meu rosto - Tem que acordar a mamãe assim garotão.

- (risos) Ele já acorda a mamãe assim, não é filho ? - beijei sua mão. - Ele já comeu ?

- Tomamos café da manhã, ele tomou um suquinho de laranja inteiro, pediu até mais, comemos bastante, fala pra mamãe.

- Que bom, quero os meus amores bem alimentados. Pensei que estaria dormindo por essa hora, até porque foi dormir bem tarde.

- Quero aproveitar esse dayoff. A Michele passou por aqui e disse que está esperando na piscina - ele ficou um pouco pensativo, depois olhou para mim. - Amor, você vai usar aqueles biquinis pequenos ?

- (risos) Vou colocar um biquini sim. Ainda com isso, meu amor ? - perguntei, ele mostrava está com ciúmes.

- Ah, sempre vou ser assim. Tenho ciúmes de você, pô. E na minha cabeça passa umas coisas chata, os pensamentos dos cara, sabe ?

- Entendi ! Mas relaxa, estarei com você - passei a mão em seu ombro.

- Ô, tem torrada, umas frutas que você gosta, suco. Levanta, come e vamos para a piscina, hoje está um dia lindo.

- Você vai ? As pessoas não vai cair em cima, não ? - sentei na cama.

- Vai né ? Mas fazer o que ? Quero curtir um pouquinho isso aqui.


Sai da cama, fiz minhas higines, tomei café da manhã e logo após me arrumei para ir até a piscina com os homens da minha vida. Por lá, encontrei a minha amiga que estava acompanhada dos meninos da banda e da babá do Henry. O meu filho que estava nos braços do pai, foi logo tomado pela a madrinha.

- E aí, vamos fazer o que hoje ? - perguntou o Luan sentando em uma das espreguiçadeira.

- Cara, os meninos da técnica foram andar de lancha - disse Pexola.

- Caramba, tão melhor que o cantor hein ? - brinquei e todos riram.

- Como você está, Larissa ? - perguntou o Juliano.

- Eu estou ótima - sorri para ele - Hoje quero aproveitar esse sol, pegar um bronze, tirar essa cor de defunta - tirei a minha saída de banho, coloquei os meus óculos e sentei em uma espreguiçadeira.

- Está bem hein, Luan - brincou o Pexola, olhei para o Luan que fez sinal com o dedo para o amigo.

- O que é isso, amor ? Seja educado - brinquei, mas ele me olhou um pouco sério.

- Eu disse pra você !

- Não começa

Ficamos ali sendo bem tratados por todos do hotel, comemos camarão e nos deliciamos com alguns coquetéis. Tivemos uma manhã cheia de risadas e conversas, depois entramos na  piscina e ficamos ali até ás 14h, quando o Henry estava sonolento em meus braços.

- Já vai subir ? Vamos almoçar, cara  - falou o Paulinho.

- Vou pedir lá em cima. Vou descansar um pouco, mais tarde a gente dá uma saidinha por aqui.

Nos despedimos de todos ali e fomos para o quarto. O Luan já foi ligando para a recepção e pedindo o nosso almoço, enquanto eu banhava o Henry e aproveitava para um banho também.

- Amor ! Já pedi o nosso almoço. Depois quero falar com você, pode ser ?

- Claro ! Não vai tomar banho ? - perguntei.

- Depois, dá banho primeiro no Henry depois você toma... comigo - sorriu malicioso.

- (risos) Claro, vou fazer isso.

- Falando sério, Larissa - disse saindo do banheiro.


Fiz o que ele tinha me pedido, banhei o Henry, coloquei uma roupa e arrumamos a cama para que ficou quieto, com um suquinho e assistindo os seus desenhos. Fui até a varanda onde o Luan estava com o violão e vi ele um pouco pensativo na letra da música que cantava.

- O que aconteceu ?




quarta-feira, 13 de abril de 2016

FOI TUDO BRINCADEIRA

Uma pequena brincadeira acabou resultando em uma discussão com a Larissa, obviamente ela não iria acreditar que o tal bilhete era tudo brincadeira do Roberval com a Laressa. Os dois estavam se curtindo, mas toparam me zoar um pouco. Ao mesmo tempo que me doía vê-la daquele jeito com raiva de mim, me evitando, eu também achava engraçado o seu ciúmes e ainda provocava um pouco, para vê-la com bico e emburradinha, se ela soubesse o quanto fica linda e tentadora daquele jeito. Nunca que eu trairia a mulher da minha vida, eu não iria prometer o céu e terra e depois jogar tudo fora. Agora estava encrencado e não sabia como concertar tudo aquilo.

- Que louca ! - disse a Laressa, ela tinha se afastado um pouco quando o celular tocou.

- O que houve ? - perguntou o Roberval.

- Uma mulher me ligou perguntando com quem estava falando, depois falou meu nome, confirmei e desligou na minha cara. Não entendi nada.

- Qual o número ? - ela mostrou para o Roberval que de imediato pegou o celular de sua mão e me amostrou um pouco assustado. - Esse não é o número da Larissa ?

- É... é... cara, olha essa brincadeira o que me levou hein ? Meu casamento vai acabar. E o pior é que ela não vai acreditar em você e muito menos na Laressa.

- Nossa ! Foi mal cara, a brincadeira era só pra você, não sabia que a Larissa ia pegar o bilhete, me desculpa mesmo. Vamos para o hotel e conversamos de boa, todos nós. Topa ?

- Eu quero ir para o hotel, conhecendo bem deve está louca dentro daquele quarto e com certeza pensando em ir embora amanhã.

Voltamos para o hotel e atendi algumas meninas que continuavam ali, conversamos um pouco, elas me contaram até sobre a Larissa chegando desnorteada com a amiga e me diziam o tempo todo o quanto ela era linda.

- Ela é perfeita ! - disse, enquanto tirava uma foto com a última fã.

- Você é louco, apaixonado por ela, não é ?

- (risos) Demais ! Por ela e pelo o Henry, são minhas vidas. Mas não posso esquecer de vocês. Obrigada, meninas.

Me despedi delas, atendi algumas pessoas que estavam no hall do hotel e segui para o meu quarto. A cada andar que o elevador parava, parecia que eu iria ter a qualquer momento um ataque cardíaco. Em meus pensamentos eu só pedia que ela acreditasse em mim.

Estava acompanhado do Roberval e da Laressa, mas pedi que eles fossem para o quarto, após conversar com a minha mulher chamaria os dois para mais explicações. Abri a porta do quarto e a encontrei com a Michele, ela chorava nos braços da amiga.

- Deixa eu conversar um pouquinho com ela, Mi.

- Não, não, Mi. Fica aqui - ela segurou na mão da Michele, lhe impedindo de sair.

- Larissa, conversa com ele por favor.

- Tudo bem, amanhã conversamos então... se...

- Não,ela vai conversar com você agora - Michele me interrompeu, já saindo do quarto e nos deixando a sós.

- O que você quer falar comigo ? - perguntou enxugando as lágrimas, sentei ao seu lado e respirei fundo.

- Para de chorar - tentei me aproximar do seu rosto, mas ela não deixou.

- Não encosta em mim. Eu acreditei em você, Luan - se virou para mim e me olhou ainda com os olhos marejados. - Poxa, me diz o que eu fiz de errado, foi esse monte de tempo que passei sem transar contigo ? Você sabia o quanto eu queria ter um momento com você, com o meu marido, mas eu não podia, eu estava ainda me recuperando de uma cirurgia na cabeça... E você ... - ela não conseguiu concluir e já caiu no choro.

- Meu amor ... - tentei me aproximar

- Para de me chamar assim.

- Larissa, eu já te falei que é brincadeira do Roberval.

- Eu liguei para o número, Luan Rafael. Procurei em todo o lugar o bilhete e encontrei no lixo, liguei para a moça e quem me atendeu foi a mulher que estava com você. Me traia assim debaixo do meu nariz e ainda tem a cara de pau de chegar perto de mim e me chamar de meu amor, dizer que foi brincadeira. Ah, vai pra merda !

- Amor, eu já te expliquei. Não existe mulher nenhum e esse bilhete foi uma brincadeira, liga de novo. A Laressa está com o Roberval no quarto dele, aliás, ela é a ficante dele, vai passar o dayoff com a gente.

- Para de ficar mentindo pra mim ...

- Não, estou mentindo, amor - sorri, acariciando o seu cabelo.

- Me prova então...

- Liga para o mesmo número

- Liga você !

Peguei o celular e fui para a última discagem, a Laressa logo atendeu, pedi que ela fosse até o meu quarto com o Roberval para que explicasse a brincadeira. Eles apareceram minutos depois.

- Fala pra ela que é tudo brincadeira - pedi para os dois.

- Foi tudo uma brincadeira sem graça, Larissa - disse o Roberval. - Tínhamos saído para uma balada, antes de irmos para Recife e o Luan bebeu muito e eu sabia que no outro dia ele não iria lembrar. Eu e a Laressa estamos nos conhecendo e ela topou participar dessa brincadeira. Mas sem causar intrigas no relacionamento de vocês, pensávamos que o Luan iria ver primeiro o bilhete e ligar pra saber se realmente aconteceu alguma coisa. Desculpa, mesmo.

- É verdade ? - perguntou a Larissa olhando para a ficante do Roberval. - Me diz a verdade, por favor.

- É, é verdade... Foi só uma brincadeira sem graça mesmo. O Luan te ama, ele fala tanto de você, Larissa. Fala sobre o seu filho, sobre a família que construíram, com certeza ele nem pensa em te trair.

- Assim espero - ela me olhou sorrindo.

- Estou desculpado ? - beijei seu rosto.

- Que susto ! - me beijou

Ficamos conversando até o amanhecer, logo depois dormimos ao pegarmos o nosso filho com a Monalisa, escutamos chorando e queríamos ficar um pouco com ele que acabou adormecendo conosco. O nosso dayoff estava recheado de surpresas inesperadas.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

PORQUÊ MENTIRAS ?

Ao chegarmos no hotel tinha algumas fãs esperando o Luan, mas ele apenas acenou e foi para o elevador já que estava com o nosso filho nos braços. Michele fez o seu check-ing , guardou a mala e fomos dá uma volta no calçadão, já que tínhamos ficado em frente a praia. Algumas fãs nos acompanharam até um ponto, até lá tiramos fotos, fizemos vídeos e ficamos conversando com elas sobre o Luan, todas as perguntas eram relacionadas a ele. Nos despedimos e sentamos em um banquinho ali no calçadão.

Meu celular tocou algumas vezes e era o Luan, não queria atendê-lo, mas mandei uma mensagem, já que ele estava com o Henry e poderia ter acontecido algo, era só ele querendo saber onde eu estava.

- Eu não sei o que eu vou fazer - olhei para as ondas do mar quebrando.

- Você vai conversar com ele, simples.

- Não é tão simples, Mi. O meu marido me traiu novamente, que tipo de relacionamento é esse que eu estou ? Eu não posso confiar na pessoa que dorme comigo e que é pai do meu filho ? - respirei fundo.

- Larissa, você nem sabe o que realmente aconteceu e já está colocando coisas na sua cabeça. Procura saber se ele conheceu mesmo alguém esses dias, pergunta ao Roberval ou então a uma outra pessoa que não saiba que vocês brigaram por conta desse tal bilhete.

- Ele já fez isso comigo uma vez, Michele - continuava hipnotizada olhando para o mar.

- Uma vez e te pediu perdão, disse que nunca mais iria fazer aquilo de novo. E eu acredito que ele realmente não fez isso de novo, o Luan não iria ficar mal por tudo o que aconteceu com você, sofrer e depois te trair.

- Não sei o que eu faço ! Estou me sentindo um lixo só de imaginar que ele me trai, o que eu faço não serve ? O que você faria ? - a olhei.

- Conversaria com ele. Vamos para o hotel e você vai conversar com o Luan, eu fico com o Henry enquanto se acertam.

Pensei por alguns segundos, eu não poderia fugir dele e nem de suas explicações novamente, portanto eu iria dar outra chance para que o Luan esclarecesse toda aquela história. Voltamos para o hotel e algumas meninas estranham por eu estar ali e eu fiquei sem entender com os comentários delas.

- Ué, o que foi ? - perguntou a Michele.

- O Luan acabou de sair, não foi embora ? - perguntou uma delas.

- Acho que não - sorri sem entender. - O Henry está com ele.

- Ele saiu sem o Henry.

- Ah ! Obrigada pela informação - sorri e me despedi delas entrando no hotel, disquei o número para a Monalisa, que só me confirmou o que eu estava pensando.

- Você acha que ele saiu mesmo ?

- Claro que saiu, as meninas iriam mentir porquê ? Eu tenho que acreditar nele mesmo, Michele ? Eu não consigo mais - saímos do elevador. - Se arruma, coloca tua melhor roupa, vou no quarto. Eu ouvi o Juliano comentando no show, que iriam conhecer uma balada, com certeza o Luan está por lá.

- Vai mesmo ?

- Claro ! - sai correndo para o quarto e coloquei a roupa que mais chamasse a atenção. Me arrumei rápido, eu queria pegar algo no flagra ou saber qual seria a reação do Luan quando me visse.

Após nos arrumarmos seguimos para a tal balada, óbvio, perguntamos antes para um dos meninos da banda que tinham ficado no hotel e conversava com as meninas no hall. Pegamos um taxi e seguimos para lá, mas ao chegarmos uma surpresa, apenas convidados estavam entrando.

- Agora a gente faz o que ? Volta para o hotel ? - perguntou a Michele.

- Não ! A gente vai entrar - disquei o número do Roberval que demorou para atender, mas quando atendeu muito barulho. - Rober, sai da balada, a Michele foi por aí e não está conseguindo entrar, vai buscar ela, por favor.

- A Michele está aqui ?

- É, a Mi foi aí e espera você do lado de fora, corre, não deixa ela sozinha - sorri para a Michele, que gargalhou ao meu lado.

- Beleza ! Estou indo lá ... A Michele está aí fora cara - ele conversava com alguém, provavelmente o Luan, logo depois desligou.

Esperamos um pouco, até o Roberval aparecer e ficar surpreso com a minha presença também. Seguimos ele em silêncio e quando fomos para um camarote ''especial'' já pude ver o Luan de longe, estava de costas e uma loira conversava com você.

- Ele só está conversando, Larissa - Roberval brincou sorrindo.

- Ué, não disse nada.

Eles passaram na frente do Luan que cumprimentou a Michele, e eu fiquei parada atrás dele, observando e escutando a sua conversa com a tal loira. Ela parou de conversar com o Luan e me olhou.

- Acho que a menina quer tirar uma foto com você - ele olhou para trás e abriu um largo sorriso.

- Me perseguindo ?

- Talvez !

- Veio com a Michele ? - selou meus lábios.

- Sim ! - olhei para a loira e dei um sorriso fechado.  - É meu marido, sabe.

- Ah, você é a Larissa ? Que prazer.

- É, sou a Larissa

- Eu sou Laressa, prazer viu. O Luan estava falando de você pra mim, vocês são  lindos juntos.

- Obrigada !

- Bom, eu vou deixar vocês conversando. Foi ótimo te reencontrar, Luan. Até a próxima - ela nos cumprimentou e saiu.

- Fazendo o que aqui ? - perguntei ficando em sua frente.

- Me convidaram, nem ia vim, mas você me largou.

- Eu te deixei com o nosso filho.

- Eu sei, mas a Monalisa disse que ficaria com ele, então dei um pulinho aqui.

- E voltaria que horas para o hotel ? - tirei a marca de batom que estava em seu rosto. - Limpa essas marca de batom que ficar em você, certo Sr. Santana ?

- (risos) Certo, Sra. Santana.

- Não me respondeu.

- Eu voltaria quando a galera fosse embora, ué.

- Hmm... E aí, aqui é um lugar legal pra você me dizer a verdade ?

- Não cara, até aqui você vai começar com isso ? Não quero brigar contigo.

- Eu também não quero brigar, só quero que me diga a verdade - ele olhou por cima dos meus ombros procurando alguém, até levantar a mão.

- Testa, chega aqui !

- Luan, ele é seu amigo, não vai dizer os podres que você faz.

- Então quer dizer que a Michele também sabe de alguma coisas sua ? São amigas, chamo ela aqui, ela me conta o que você faz e o Rober te conta o que eu faço, beleza ?

- Ela não vai te contar o que eu faço, porque eu não faço nada, já você.

- Ah,não. Você é santa, não é ?

- Quer dizer o que com isso ?

- Com certeza ela sabe alguma coisa sua de quando estávamos namorando, ou noivo, casados, tanto faz, quando estava comigo.

- Ah, para de reverter essa situação. O assunto aqui é você e o seu bilhete.

- Porque não me esperou no hotel e conversaríamos melhor ? Veio parar em uma balada pra me encher o saco com essa porcaria de assunto, de novo.

- O assunto envolve o nosso relacionamento ou para você o nosso relacionamento não é importante ? Porque pra mim é muito... importante.

- É claro que é importante, só que você está fazendo uma situação chata, eu já te disse que foi brincadeira dos cara, eles colocaram esse bilhete no meu bolso, custa acreditar nessa merda ?

- Então me dá o bilhete, não tem o número da tal mulher ? Me dá esse bilhete.

- Joguei fora !

- (risos) Eu te conheço, Luan. Você não iria jogar fora um bilhetinho com número de mulher. Quando eu chegar no hotel, procuro.

- Me chamou ?

- Deixa cara !

- Tudo bem !


Peguei uma bebida, mas quando estava colocando na boca a Michele tirou da minha mão.

- Ei, deixa eu beber. Agora eu posso, sabia ? Não estou mais amamentando.

- Eu sei que não está mais amamentando, mas você não vai beber.

- Porquê ?

- Vai começar a falar um monte de coisa para o Luan.

- Michele - segurei o rosto da minha amiga, fazendo ela me olhar. - Eu tenho certeza, muita certeza, que o Luan ligou para a tal moça do bilhete. Não sei te explicar, é uma intuição forte e ele não me diz a verdade, isso é o que está me matando.

- Calma - ela também segurou o meu rosto. - Calma, muita calma.

- Tudo bem - respirei fundo - Estou calma !


Michele me puxou para ficar um pouco distante do Luan, e de longe o observava conversando com o seu segurança, com o Roberval, até chegar a mesma loira, os dois sorriram bastante em meio a conversas, Roberval também conversava. Ele nunca tinha me apresentado para aquela mulher, nem eu sabia quem ela era. Chamei a Michele para irmos para o hotel, eu tinha que procurar o tal bilhete.

- Sem se despedir ?

- Sem se despedir.

Partimos para o hotel, algumas meninas continuavam ali, acenei para elas e corri para o quarto. Com ajuda da Michele reviramos as coisas do Luan, atrás do bilhete.

- Aqui ! - ela tinha encontrado dentro do lixo. - Ele jogou mesmo, para de insistir nisso, Larissa.

- Eu vou parar, só preciso saber quem é... Você fala, pergunta quem é, certo ?

- Tudo bem !

Ligamos para o tal número que ali estava, chamou por algumas vezes, até a pessoa atender, estava muito barulho do outro lado, passei para a Michele.

- Alô !

- Oi. Nossa, aqui está muito barulho, vou ao banheiro já volto... Alô !

- Oi, Alô. Com quem eu falo ?

- Com quem você quer falar, moça ?

- Pergunta se é Laressa - sussurrei para a Michele.

- Eu falo com a Laressa ?

- Sim, fala sim - puxei o celular da Michele e desliguei.

- Ficou doida ? Você manda eu...

- É ela... Conheci a amante do meu marido hoje.

- Como assim ?

- A loira que estava conversando com o Luan, é ela.

quarta-feira, 30 de março de 2016

AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA

Pela noite falei com o Roberval para que falasse com o Luan e o avisasse que eu iria buscar a Michele e depois iria para o show, portanto, ele não me esperasse. Fiquei no aeroporto com o meu filho e a Monalisa, esperando a Michele que chegaria em breve. A minha amiga não demorou para aparecer na porta do desembarque, nos cumprimentou com abraços e beijos, e ela me olhava, com certeza sabendo o que estava se passando em meu olhar. Eramos tão amigas, que conhecíamos o jeito uma da outra.

- É o que eu estou pensando ? - me pergunto quando entramos no taxi.


Apenas lhe olhei e pela a primeira vez depois que eu soube, chorei, ela me acolheu em seu ombro e ficamos em silêncio enquanto eu chorava.

- Já conversaram ?

- Conversamos e ele me deu uma desculpa esfarrapada. Porque se tivesse sido mesmo o que ele me falou, o Roberval tinha me confirmado quando falei com ele.

- O que ele disse ? - contei para a Michele, enquanto íamos para o local do show, mesmo com malas, deixaríamos no camarim.


Ao chegarmos, fomos recebidas pelo o Cláudio que nos levou até um cantinho do camarim do Luan, que nem nos viu, já era que era fechado com cortinas para que os fãs não pudesse ir até ali, quando ele recebesse visitas. Roberval apareceu e cumprimentou a Michele, ficou um pouco conosco, conversando algumas besteiras e nada dele tocar no assunto do tal bilhete. Com certeza, era mentira do Luan, ele queria me enganar de novo.

Após o atendimento, o Luan apareceu por ali, abraçando e brincando com a Michele, com o nosso filho e a babá. O tempo todo me olhava, mas ao ver o seu olhar em direção ao meu, desviava sempre, mexendo em meu celular. Logo o chamaram para subir ao palco e eu continuei ali sentada.

- Não vai ver o show ? - perguntou o Roberval.

- Quero ficar aqui com o Henry, com a Michele. Se você quiser ir Monalisa, pode ficar a vontade, aqui eu me viro - disse simpática para ela.

- Ué, você sempre assiste os shows.

- Mas hoje eu quero ficar aqui, estou com um pouco de dor de cabeça.

- Dor de cabeça ? - Michele me olhou assustada.

- É - pisquei para ela.

- Qualquer coisa me passa o rádio, tenho que subir - disse o Roberval, apenas sorri para ele e me virei para a Michele.

Quando ficamos sozinhas, pedi que ela me contasse sobre a sua viagem. Até chegarmos no assunto do Luan com o bilhete. Contei mais uma vez toda a história.

- E se realmente for brincadeira ? Eu conheci um Luan diferente depois que ele fez aquilo com você, que ficaram um tempo separados. Ele te ama, agora ele te ama, acho que o Luan não faria isso, pelo o que eu conheço dele, pelo o que eu conheci durante a cerimonia do casamento.

- Michele, depois de tudo o que aconteceu, depois da minha gestação, eu e o Luan viemos transar ontem, tem noção do quanto de tempo ? Ele é homem, com certeza procurou alguém, com certeza transou com outra pessoa.

-  Tudo bem, ele é homem, mas é um homem casado, se ele te ama mesmo o quanto diz, claro que não iria procurar outra pessoa e te esperaria. E  com certeza ele te esperou. Tenta ouvir de novo a história, se possível conversa com o Roberval.

- Não adianta eu conversar com o Roberval, sendo que os dois são amigos. Um vão cobrir o que o outro fizer de errado. Você diria para o Luan se eu ficasse com alguém ?

- Não, até porque eu sei que você não ficaria.

- Porque não ? Ele teve o bilhetinho dele, eu teria o meu também - pisquei para a minha amiga, que não me entendeu.

- Vai trair ?

- Vou deixar ele louquinho.

- E sobre aquele lance de casar de novo ?

- Será que o nosso relacionamento merece isso ? Vou pensar direitinho.


Caminhamos pelo os bastidores do show, encontramos algumas pessoas fãs do Luan, que nos pediram fotos e atendemos muito bem e ainda conversamos algumas coisas. Pegamos o finalzinho do show do Luan e quando terminou, ele veio correndo até mim, na verdade até o Henry que estava em meus braços.

- Luan, leva o Henry com você - disse o entregando para o pai.

- Ué, porque ?

- Eu e a Michele vamos sair. Pode ficar com ele essa noite, não é ?

Luan me olhou sério e respirou fundo pegando o filho dos meus braços.

- Qualquer coisa chama a Monalisa, ela está... - ele saiu andando com o nosso filho, indo direto para a van, conversei com a Monalisa e ela disse que ficaria de olho.

- Enlouqueceu ? Você quer colocar mais fogo nessa lenha, menina. Vai acabar ficando sem marido - dizia a Michele.

- Que pensamento machista, Michele - a olhei com raiva. - Só porque eu sou casada não posso sair com minha amiga ? Ele tem que ficar com o filho dele também e eu preciso de um tempo pra mim. Ué, ele também não tem um tempo pra ele ? - dizia andando até fora do backstage, procurávamos um taxi ali perto.

- Você nem conhece aqui sua louca.

- Eu sei, mas o taxi nos leva para a praia, ali tem vários restaurantes.

- Eu preciso levar a minha mala, eu preciso fazer o check-ing no hotel, vou ficar sem meu quarto por sua causa.

- Nossa ! Eu tinha esquecido dessa parte - parei de andar, mas logo sorri e puxei a minha amiga, voltando para o backstage, o Luan ainda não tinha ido.

- Vai fazer o que agora ?

Não respondi, apenas entrei na van sobre os olhares do Luan, que até falou algo desde a hora que saiu ''correndo'' com o meu filho em seus braços.

- Ué, não vai sair mais ? Desistiu ?

- A Michele precisa fazer o check-ing dela no hotel, depois vamos sair.

quarta-feira, 23 de março de 2016

QUER O DIVÓRCIO ?

No caminho para o aeroporto, publiquei a foto que já tinham colocado no site ego junto com a matéria. O Luan me fez algumas perguntas sobre o que tinham publicado e eu respondi apenas o que me foi perguntado sobre a matéria. Ele tentou puxar assunto com outras coisas, mas eu brincava com o Henry e ele logo se calava. Com certeza, sabia que estava acontecendo alguma coisa, mas não tinha a coragem de me contar.





Pegamos o jatinho e fomos para Maceió, outra cidade quente ali do nordeste. O Henry acostumado com o friozinho de São Paulo, também ficou bem chatinho ao chegarmos por ali. Como sempre tinha fãs esperando o Luan e ele atendeu todos eles, com a maior simpatia e carinho.

Estávamos indo para o hotel quando recebi uma mensagem, era da Michele. Ela me dizia que tinha conseguido trocar o seu voo e chegaria em Maceió pela noite e iria direto para o local do show. Fiquei feliz por ela ter conseguido, iríamos ficar juntas, pelo menos eu iria esquecer o que eu tinha visto, ou não. Mas ao pararmos no segundo hotel do dia, entrarmos em nossos quartos, o Luan parecia cansado com o gelo que eu estava dando.


- O que está acontecendo, Larissa ? Desde que saímos de Recife, você está bem estranha comigo, me dando um gelo. Fiz alguma coisa ontem que você não gostou ?

- Não está acontecendo nada, Luan. Mas com você está acontecendo alguma coisa ? Quer me contar ? Fica a vontade pra desabafar, certo ?

- Comigo não está acontecendo nada. Fiz alguma coisa, Larissa ?

- Não, Luan. Você não fez nada - fui irônica. - E chega de ficar me perguntando o que está acontecendo, certo ? Não aguento mais ouvir você me perguntar isso. Já te falei, que não aconteceu nada, então para de me perguntar, por favor.

- Se não estivesse acontecendo nada, você não estaria falando comigo desse jeito. Como eu vou resolver o problema, se não me conta ? Eu não sou adivinha, poxa. Fiz alguma coisa ? ENTÃO FALA. Mas não me faz de babaca e nem pense que eu vou chegar em você me desculpando por uma coisa que eu não sei o que eu fiz.

- (risos) Te fazer de babaca ? - comecei a rir descontroladamente. - (risos) Olha, Luan. Não vou falar mais nada com você, porque não quero que o nosso filho presencie isso. Fica de boa. Procura entender porque eu estou desse jeito.


- Não, eu não vou procurar. Se quiser me falar, fique a vontade. Mas não vou procurar entender porque você está desse jeito - entrou no banheiro batendo a porta com força.

Passei a tarde dentro do quarto, assistindo alguns desenhos com o Henry na cama, enquanto o Luan estava na poltrona com o celular na mão e conversando com alguém, já que sorria o tempo todo. E eu tentava não pensar, que ele poderia está falando com a tal pessoa que lhe mandou o bilhete.

Monalisa apareceu no quarto e pegou o Henry para brincar um pouco. Foi só ele sair que o Luan guardou o celular e sentou-se na cama.

- E aí, a gente pode conversar agora ?

- O que você quer conversar ?

- Você sabe o que é...

- Quem te mandou o bilhete ? - perguntei diretamente.

- Bilhete ? Que bilhete ?

- (risos) Isso me irrita, Luan Rafael. Aí, você não sabe o quanto me irrita isso...

- Te irrita o que ?

- Você se faz de sonso. Eu quero saber quem te mandou o tal bilhete que você sabe qual é, a não ser que tenha recebido muitos outros, e quero saber o que aconteceu na terça-feira. E fala agora.

- Esse aqui - foi até a sua calça e pegou o bilhete do bolso me mostrando.

- É esse aí, sim. Você é muito cara de pau.

- (risos) Foi o Roberval que colocou no meu bolso, pô. Na terça-feira, fomos para uma baladinha antes de ir para Recife, bebemos muito e ele colocou no meu bolso. Perguntei isso para ele hoje de manhã e ele me contou que tinha colocado um bilhete em meu bolso, para que eu pensasse que eu tinha feito algo com alguém. Entendeu ?

- HAHA... Não colou essa história, me conta a próxima mentira - cruzei os braços.

- É sério. Conversa com ele.

- Luan, o Roberval passa 24 horas ao teu lado, acha que ele vai contar a verdade, pra poder ''estragar'' o teu casamento ? Ele vai acobertar tudo de errado que você fizer.

- Não vai me acobertar. Quando eu estou errado ele me abre os olhos, ele me diz.

- Sei ! Eu quero a verdade, Luan.

- A verdade é essa, Larissa.

- Eu quero a verdade. Até lá, faz o favor de não falar comigo.

- Tudo bem, vai na balada em São Paulo e pergunta se eu fiquei com alguém.

-  Eu quero ouvir a verdade de você.

- Não acredita em mim ?

- Não, eu não estou acreditando em você. Sabe porquê ?

- Hmm...

- Porque já aprontou uma dessa comigo antes, por isso.

- Então não sei porque está insistindo em casar comigo de novo. Sério, porque se não acredita em mim, é simples. Não precisamos casar de novo e pedimos o divórcio, você quer isso ? Porque se quiser, eu também vou querer.

- Parece que você quer realmente se separar de mim. Ótimo, Luan. Não vamos nos casar mais e quando chegarmos em São Paulo, vamos pedir o divórcio, tudo bem pra você ? Assim fica livre de mim logo. Estou enchendo o seu saco, eu e o seu filho.

- Você fala besteira.

- E você faz besteira.

- Cara, eu estou sincero contigo e não acredita em mim. Quer que eu desenhe pra você entender melhor o que aconteceu ?

- Não sou uma criança e você não me engana mais.

- (risos) Larissa, volta para o neurologista acho que ele mexeu em algo na sua cabeça - aquilo tinha me atingido como uma flecha, ele sabia que eu não gostava de tocar no assunto de médico, cirurgias.

Olhei para o Luan sem acreditar no que ele tinha me dito e apenas sorri e afirmei com a cabeça.

- É verdade, deve ter mexido algo em minha cabeça. Quando eu voltar agora, eu peço para ele tirar a minha memória, assim eu esqueço você.

Sai do quarto chocada com o que tínhamos feito. Eu tinha planejado uma coisa e estava acontecendo outra totalmente diferente.

O BILHETE

Acordei animada no dia seguinte, arrumei as nossas malas pois iríamos para Maceió pela tarde, o Luan teria um show a noite na cidade. Enquanto arrumava, cantava uma de suas músicas, ele ainda estava dormindo e não acordaria. Ao colocar a mão no bolso de sua calça, do dia anterior, encontrei um bilhete, não tinha número, mas tinha algo muito ousado para uma pessoa casada.

Espero repetir os seus beijos, senti seu carinho e seu abraço. Adorei tudo que vivemos na terça-feira... !! Me liga :)

Não tinha nome de ninguém, apenas existia aquele bilhete no bolso da calça do meu marido. Suspeitei de algo, claro. Estava tudo tão maravilhoso, que era uma suspeita. Respirei fundo e coloquei o bilhete dentro de sua calça novamente. Sentei na cama não acreditando no que eu tinha acabado de ver.

Luan se espreguiçou na cama e olhei para trás, o encontrando sorrindo, olhando para mim, passando a mão em minha costas.

- Bom dia, meu amor - disse ele.

- Oi, bom dia. Acordando cedo ?

- (risos) Perdi o sono.

- São 8h, pode dormir mais - dei um sorriso fechado para ele e fiquei de costas novamente. Senti o Luan se mexer e um beijo em minhas costas, agora ele estava sentado.

- Já tomou café da manhã ?

- Ainda não, vou chamar a Monalisa. Vou tomar café da manhã com ela e o Henry

- E comigo ?

- Você não toma café da manhã mesmo - fiquei em pé e continuei arrumando sua mala, mas jogando a calça que ele tinha usado, em uma poltrona.

- Pode guardar essa calça.

- Você poderia usá-la mais tarde.

- Beleza ! Vou tomar um banho.

- E eu estou saindo - calcei a minha sandália e sai do quarto o deixando sozinho.

Peguei o meu celular de imediato e disquei para a  Michele, enquanto estava na porta do quarto da babá. Mas chamou várias vezes e caiu na caixa postal. Bati na porta e fui recebida pelo o meu filho em seus braços.

- Oi meu amor - o peguei no colo. - Dormiu bem ?

- Ele chorou um pouco de madrugada, mas depois dormiu.

- Posso entrar ?

- Claro que sim - me deu espaço para que eu entrasse, sentei na poltrona com o meu filho em meus braços e o apertei contra mim.

- Já arrumou suas malas ? Vamos pela tarde para Maceió.

- Estava terminando quando ele acordou.

- Tudo bem, vou descendo com o Henry, deixa essa mala ai e vamos comer alguma coisa. Te espero no restaurante.

Sai do seu quarto após colocar uma roupinha no Henry e fui para o restaurante do hotel. Até lá encontrei algumas fãs do Luan que estavam hospedadas. Ao passar pelo o hall do hotel, mais fãs, dessa vez do lado de fora, esperando a saída do Luan. Ao me ver todas gritaram pedindo um pouco da minha atenção, mas estava com o Henry em meus braços e no calor do momento poderiam machucá-lo, então acenei de longe e fui para o restaurante acompanhada de uma das fãs que tinha encontrado ali.

- O Henry está enorme, daqui a pouco faz um aninho - disse uma fã.

- É verdade, ele está ficando grandão. Passa tão rápido.

- Imagino ! E a cada dia fica mais parecido com o pai. O Luan baba não é ?

- (risos) Muito ! Esse neném é a vida dele.

Monalisa apareceu para tomarmos o nosso café da manhã. Logo depois o Wellington e Roberval que se juntaram a nós na mesa.

- Essa é um fã do Luan. E essas pessoas aqui você já conhece, não é ? - perguntei rindo para a menina que continuava na mesa conosco.

- (risos) Já conheço sim, mas eles não me conhecem, prazer Lais. Vou pegar as minhas coisas, daqui a pouco tenho que pegar ônibus.

- Prazer em conhecer então, Lais.

- O prazer é todo meu - nos levantamos para cumprimentá-las.


Quando a fã foi embora, sentei junto a eles. Olhei para o Roberval e para o Wellington, e com certeza eles sabiam de alguma coisa dessa tal noite que o Luan passou com alguém.

- Saíram na terça-feira ? - perguntei, eles pararam de comer e me olharam um pouco assustado. - Foram para alguma balada ? - perguntava sem mostrar que eu estava sabendo de algo.

- Eu e Welligton ? - Roberval perguntou.

- Você, Welligton, o Luan também. Saíram ?

- Fomos para uma casa de show em São Paulo antes de pegar o voô.

- Ah, pensei que vocês tinham vindo pra cá, assim que saíram de casa.

- Não, fomos prestigiar nossos amigos em uma baladinha lá. O que foi ?

- (risos) Nada ! Não foi nada.

Meu celular tocou era a Michele me retornando. Pedi licença a eles e saí com o meu filho até a área da piscina, onde eu iria atender com calma. Alguns da produção estavam ali aproveitando um pouco o sol.

- Oi, amiga. Aconteceu alguma coisa ?

- Você vem amanhã mesmo ?

- Já está em Maceió ?

- Não, ainda estou em Recife.

- Eu vou para Maceió amanhã, vamos nos encontrar não é ?

- Vamos sim. Só queria saber se você vem amanhã mesmo.

- O que houve ? - a minha amiga me conhecia bem.

- Quando você estiver aqui te conto tudo.

- O Luan aprontou alguma coisa, Larissa ?

- Aprontou, mas eu vou te dizer pessoalmente e você vai me ajudar em uma coisa.

- Tu-tudo bem... Se cuida, não faz nenhuma besteira, seu filho estar por perto.

- Pode deixar, não vou fazer nada, não vou falar nada. Vou fingir que não vi nada.

- Está me deixando curiosa.

- (risos) Eu sei ! Mas te conto depois, vou terminar de arrumar a minha mala. Daqui a pouco estamos indo para Maceió. Você deveria trocar o seu voo e ir para o show hoje a noite.

- Vou tentar agilizar aqui, quem sabe eu não chegue na hora do show.

- Iria adorar, precisamos nos divertir um pouco.

- Ô se precisamos.

Nos despedimos após jogar conversa fora, e eu voltei para a mesa, mas fiquei pouco, já que eu iria terminar de arrumar a minha mala e o Luan estava me mandando mensagens para que eu voltasse para o quarto.


Voltei para o quarto e o encontrei com o bilhete na mão, mas ao me ver logo colocou no bolso da calça. Iria fingir que não estava sabendo de nada, queria saber até quando ele iria me esconder aquela palhaça.

- Ei, meu amor - venho até mim, pegando o seu filho dos meus braços. - Papai estava com saudades de você. - beijou o filho e foi para cama. - Roberval me disse que vocês estavam tomando café da manhã com uma fã. E aí ?

- E aí, o que ? - perguntei indo até as nossas malas. - Vai usar essa calça mesmo ?

- Vo-vou... pode deixar aí.

- Tudo bem ! Mas o que você estava perguntando mesmo ?

- Sobre a fã.

- Aah ! A fã... super gente boa, conversou com a gente, deixou até um presentinho pra você, mas eu deixei com o Roberval, esqueci com ele, depois você pega.

Arrumando a mala. Luan se aproximou de mim, tentando beijar o meu ombro, mas afastei disfarçadamente mostrando um sorriso para ele.

- Deixa eu terminar de arrumar, daqui a pouco vamos embora.

- Tudo bem !

Deixei tudo pronto, banhei o Henry e também tomei um banho, nos arrumamos, e enquanto o Luan o tomava o seu banho, eu chamava o Wellington para pegar a nossas malas. Ele que estava no quarto da babá do Henry, com certeza flertando com a Monalisa.

- Já vai descer ?

- Vou sim, quero conversar com as meninas.

- Mas com o Henry ?

- A Monalisa vai comigo.

- Tudo bem !


Ele foi para o quarto do Luan, eu e Monalisa fomos para o hall do hotel onde tinha ainda mais fãs. Ao chegar ali, deixei o Henry com a Monalisa que chorou um pouco por conta do barulho e também porque queria ficar comigo, mas depois de alguns mimos ele ficou com ela. Já eu cumprimentava, tirava fotos e brincava com as meninas. Até um fotografo se aproximar e se apresentar como um jornalista também do site ego.

- Oi, tudo bem - o cumprimentei.

Ele me pediu para tirar algumas fotos minha e também responder  perguntas simples. Óbvio, que eu não era assessorada por ninguém, portanto respondi sem direção alguma de um assessor.

Me despedi de todos eles e fui para o carro que já tinha chegado. Minutos depois o Luan chegou atendando algumas meninas rapidamente e entrou no carro. Apesar de continuar sendo um galinha enquanto casado, ele era lindo, incrivelmente lindo.

segunda-feira, 14 de março de 2016

É FOGO

Fomos animados para o local do show. O Henry pulava o tempo todo em meu colo, enquanto o pai cantava uma música animada e batia palmas com os amigos. Alegria do meu filho era a coisa mais linda de se ver. Ao chegarmos no lugar, fomos recebidos pelo o Ângelo que me cumprimentou com um abraço apertado e dizendo um: seja bem vinda, de volta. Retribui o seu abraço e fui até o meu marido que estava me esperando.

- E aí, Angel - disse o Luan rindo, apertou a mão do Ângelo e ele até brincou com o meu filho que sorriu todo simpático para ele. - Tudo pronto ?

- Tudo pronto, Luan - respondeu Ângelo.

Segurei a mão do meu marido e fomos até o camarim. Tivemos até um susto, na verdade só eu e o Henry, ao entrarmos nos deparamos com toda a banda e produção gritando, batendo palma. Tinha uma faixa com o meu nome e fiquei sem entender o porque daquela festa. Foi então que apertei o braço do Luan e ele já foi me respondendo com o maior sorriso no rosto.

- Você voltou, meu amor - Luan selou meus lábios.

- Ah, que lindo ! - coloquei a mão na boca sem acreditar naquela surpresa.

Enquanto o Luan estava com o meu filho, fui cumprimentar cada um que estava ali. Era tanta saudades daquele pessoal, alguns foram me visitar e outros não puderam ir por conta de outros compromissos fora dali.

- Seja bem vinda, Larissa - disse a Arleyde. - Você está bem ?

- Eu estou ótima, mais ainda com essa surpresa.

- DISCURSO ! - gritou o Luan, o fuzilei com os olhos, ele sabia o quanto eu era tímida para falar na frente de tanta gente. - (risos) Olha isso com vergonha.

Ele ficou ao meu lado e me apertou em um abraço de lado.

- Discurso, amor. Você tem que contar o que está sentindo nesse momento.

- Discurso ! - e todos começaram a gritar em coro.

- Tudo bem, gente. Eu falo ... - sorri tímida. - Apesar que na minha boca só tem um MUITO OBRIGADO - todos riram. - Mas sério, mesmo. Muito obrigado por essa recepção, não esperava de verdade, o Luan soube guardar segredo direitinho - o olhei e sorri. - Fico feliz em saber que o meu marido é cercado de pessoas como vocês, tão alegres e bem família. Fico muito feliz também por ter feito parte dessa turma linda. Obrigada mesmo gente. Se eu já estava bem, imagina agora ? Estou radiante, obrigado mesmo.

Naquele dia o Luan iria atender apenas as pessoas convidadas. Por ser um festival não teria camarim para os fãs da central, portanto, ele atendeu rápido as pessoas e fomos prestigiar aquela festa que fizeram para mim. O Luan queria encher o Henry de doces o tempo inteiro, apesar de reclamar e dizer que não fazia bem, lá estava ele colocando um brigadeiro na boquinha do nosso filho.

- Luan, eu já falei pra você.

- Calma, é só um doce. Ele gosta, olha isso.

- Só esse, não pode ficar dando doce para o Henry, a barriguinha dele fica ruim e você não ficar passando a madrugada inteira trocando a fralda dele.

- Calma ! - beijou meu rosto. - Relaxa, amorzinho.


O Luan fez um super show na cidade. Até o Henry participou do show por alguns segundos, já que o meu marido não queria expor muito o filho, apresentou para o seu público (pessoalmente) pela a primeira vez. No meio do show o Henry acabou dormindo em meu colo de tanto que o balancei para um lado e para o outro, de tanto que ele ouviu as músicas do pai, acabou adormecendo em meus braços, com uma mão em meu rosto, como tinha costume.

Voltamos para o hotel naquela mesma alegria que tínhamos chegado no show, também voltamos com o Henry um pouco chatinho, manhoso e só querendo os braços do pai que logo dormiu quando chegamos no hotel. A Monalisa tinha ficado, mas estava na recepção quando chegamos. Subimos todos juntos.

- Já peguei as coisas no quarto - disse a Monalisa.

- Ué, o Henry não vai dormir com a gente ? - perguntou o Luan, com o filho no colo.

- Ele vai dormir com a Monalisa hoje - pisquei o olho para ele.

- Ah, é ? - sorriu com malicia. - Entendi !

- Ninguém percebeu nada - soltou o Roberval, nos fazendo rir.

Levei o Henry para o quarto da babá, lá tinha duas camas, portanto arrumei o meu filho para que ele não caísse. Eu confiava na Monalisa, ela era uma boa babá, muito preocupada com o me filho em tudo.

- Já sabe não é ? Qualquer pode nos chamar no quarto ao lado - disse.

- Pode deixar, vão se divertir - ela sorriu.

- Deixa eu dá um beijo nele - Luan entrou no quarto e beijou o rostinho do filho.

Saímos do quarto da Monalisa e fomos para o nosso. Tirei os meus sapatos e corri para o banheiro, levando comigo uma bolsa.

- Posso entrar também ? - me perguntou da porta.

- Espera só um pouquinho - tirei a minha roupa ficando de peças íntimas, fui até a porta e abri para ele. - Agora pode entrar !

Luan entrou no banheiro arrumando o cabelo fixado no espelho e nem tinha reparado que eu estava apenas de peças íntimas. Foi então que parou por um instante em frente ao espelho e me viu atrás dele vestida naquele traje.

- Nossa ! - se virou me olhando. - Que corpo,amor - se aproximou colocando suas mãos em minha cintura. - Vamos tomar banho juntos ? - perguntou selando meus lábios.

- Só se você tirar aqui pra mim - fiquei de costas para ele, era óbvio que eu conseguiria tirar o meu sutiã sozinha, mas eu queria que o Luan fizesse aquilo.

- Eu tiro com o maior prazer - beijou as minhas costas e desabotoou o meu sutiã, o soltando em minhas mãos, me virei para ele e o vi tirando a camisa e a sua calça em seguida.

- Já falei que o seu corpo está lindo - passei minhas mãos pelo o seu peito. - Fortinho.

- (risos) Pegou a minha melhor fase.

- (risos) Ah, eu queria ter ficado com você naquela fase, magrinho. Você é lindo de todo jeito, amor.  E eu fico... louquinha - beijei seu pescoço - louquinha com isso, porque é lindo demais - mordi seu pescoço.

(risos) Depois que falarem por aí que eu ando convencido, a culpa é sua.

Joguei o meu sutiã ali no chão do banheiro, deixando os meus seios amostra para ele. Luan sorriu e me segurou em seus braços.

- Tomar banho ou fazer amor ? - perguntei sussurrando em seu ouvido.

- O que você comeu hoje ? - segurou o meu rosto me olhando nos olhos.

- Eu só estou com saudades de você. Ah, lembra que vamos fazer coisas novas em nosso relacionamento, vamos começar de hoje ?

- O que você quer de novo ? - me colocou contra a parede, mordeu meu queixo.

- Vamos deixar acontecer - tomei um susto quando ele me colocou em seus braços, com as pernas entrelaçada em sua cintura.

Minha língua tocou os seus lábios até virar um delicioso beijo. Senti ele tirando a minha calcinha enquanto eu o beijava.

- Aqui não... vou te levar pra cama - me levou para cama e me jogou ali.

Ele tirou a sua cueca ficando completamente despido. Foi então que ficou em cima de mim e beijou todo o meu corpo, me causando arrepios e uma sensação boa. Naquela noite fizemos coisas diferentes e longas. Quando pensávamos que estávamos exaustos, queríamos mais e fazíamos mais.


- Nossa ! - nos jogamos um ao lado do outro com a barriga para cima.

- Foi... - minha respiração era ofegante.

- Foi maravilhoso - Luan disse. - Uma das melhores !

- Concordo - subi em cima do Luan e ele me olhou assustado.

- Mais ? Sério ?

- Sério ! Consegue ?

- Tem certeza, Larissa ?

- Se não quiser, não tem problema. Só era essa... - sorri, eu parecia uma sem vergonha, na verdade, eu estava sem vergonha alguma naquele dia.

- (risos) Você está impossível hoje, muié. Vem aqui, eu te dou mais.

Quando estávamos indo namorar mais um pouco, ouvi o chorinho do Henry vindo do outro quarto e parei imediato de beijar o Luan.

- O que foi ? - me perguntou.

- Ouviu o Henry chorando ? Ele está chorando - me concentrei esperando um novo choro.

- Não ouvi nada, vamos terminar com isso. Você me atiçou e agora vamos terminar.

- Espera - coloquei a mão em sua boca. - Escuta ele chorando - eu realmente escutava o meu filho chorando, Luan tirou  a minha mão da sua boca.

- Não estou ouvindo nada. Você está cansada - segurou a minha cintura.

- É sério que o Henry não está chorando ?

- Sério, amor. Relaxa ! - ele me tirou de cima dele e me colocou ao seu lado.

Adormecemos após nos declararmos um para o outro.

terça-feira, 1 de março de 2016

UMA NOVA HISTÓRIA

Com tanto tempo sem apimentar o meu relacionamento, sem nada de novo. Era óbvio que o casamento iria esfriar ou como dizem, cair na rotina. E foi isso que aconteceu. Porém, para não acabar o encanto do casamento, sugeri ao Luan que casássemos de novo, que tivéssemos uma outra cerimônia, uma recepção de verdade, acompanhado de uma lua de mel ( que não tivemos) sem nenhum problema para nos atrapalhar. Precisávamos esquentar um pouco mais a nossa relação. Tínhamos passado por tantas coisas, por tanto medo, que ficamos com receio de conversar sobre como andava o nosso relacionamento.

Mas ao comentar com o Luan o que eu queria, ele tomou aceitou prontamente. Assim como eu, o Luan também queria viver de novo aquela emoção, mas sem nenhum medo nos impedido de viver cada momento daquele ( que deveria ter sido ) grande dia.

E para começar apimentando, resolvi acompanhá-lo em um desses seus shows, dessas suas viagens pelo o país. Começando pelo o nordeste, o calor do nordeste, fazia muito tempo que não ia por aquela região e estava animada. Meu marido foi com sua equipe pela madrugada e eu pegaria o voo para Fortaleza pela tarde, iria acompanhada do meu filho e de uma babá que tínhamos contratado, a Monalisa, uma excelente profissional e muito amiga. Para que eu não me sentisse ''só'' durante aquela viagem, convidei a Michele que decidiu que iria no final de semana para uma cidade próxima dali, onde estaríamos, ela ficaria conosco até irmos para casa.

Antes de sair de casa eu tive que aparecer em minhas redes sociais, mostrar que eu estava realmente bem e agradecer por tanto carinho e energia positiva que tinham passado, durante todo aquele processo.




Seguimos rumo a Fortaleza, onde fomos recebidos com corações e muitos presentes. Fiquei impressionada com o carinho de todos que estavam ali me esperando, nem imaginava que os fãs do Luan sentiam tudo aquilo por mim, pela a família que construí com o ídolo delas. Mas fiquei feliz e retribui tudo o que elas me passavam.

- Cuida bem do Henry e do Luan, viu Lari ? - uma menina baixinha segurou em minha cintura e me olhava nos olhos.

- Vou cuidar muito bem deles. Só que vocês tem que cuidar muito bem do Luan pra mim, enquanto eu não estiver. Beleza ? - sorri para elas.

- Se ele deixar a gente cuida muito bem dele - elas tinham um tom de malícia, o que me fez rir e logo depois me despedi delas, estavam me esperando em frente ao aeroporto para levar até o hotel que o Luan estava.

- Obrigada por tudo, meninas. Agora eu vou indo, até mais tarde no show.

Todas elas bem comportadas e simpáticas, acenaram, me deram um último abraço e por fim me deixaram ir até o rapaz que estava com uma plaquinha, com o meu nome. Ele nos levou até um carro preto que nos esperava. O Henry, ficou um pouco chatinho por conta do calor que fazia, não queria ficar nos braços de ninguém, para ele não ficar emburradinho, tirei a sua roupinha e lhe deixei apenas de fralda com uma cuequinha por cima.

Ao chegar no hotel conversei com mais meninas que esperavam o Luan, conversei rápido com todas elas, pois o Henry não parava de chorar com tanta gente em cima dela e ainda com aquele calor que ele não era tão acostumado e fui para a recepção. Ali, no hall do hotel, encontrei o Wellington, que nos levou até o nosso quarto.

- Lívia, esse aqui é o seu quarto - disse Wellington, levando a Lívia para o quarto ao lado do meu, talvez poderia ser impressão minha, mas ele estava dando em cima dela.

- É ao lado do nosso, qualquer coisa que precisar é só chamar. E eu te passo o rápido - pisquei o olho para ela. - Cuidado !

Com o Henry em meus braços, entrei no quarto empurrando a minha mala, o Luan estava concentrado em seu celular e tomou um susto quando a mala caiu no chão.

- Que susto, caramba ! - saiu da cama e me ajudou com a mala. - E aí, papai ? Porque está quase nu, hein ? Quer seduzir as meninas que estão lá embaixo, é ? - beijou o rosto do filho, que naquele dia não estava com muito humor e colocou a mão no rosto do pai. - O que aconteceu com ele ?

- Está estressadinho por conta da viagem, o calor. O Henry chorou tanto - fechei a porta atrás de mim e fui até a cama o colocando ali.

- Vamos brincar, meu amor ?

Enquanto o Luan estava brincando com o Henry, tentando tirar um pouco o estresse do filho. Tirei algumas roupas da mala e também os meus remédios, fechei de imediato, não queria que a surpresa que preparei para o Luan, fosse revelada para ele.

- Amor, você sabe que a Michele vem ficar com a gente, não é ?

- Sei. O que vocês vão aprontar por aqui ?

- Vamos nos bronzear, tomar banho de mar, nos divertir muito - me joguei na cama e olhei para o teto. - Quer vim com a gente ? - o olhei.

- Acha mesmo que eu vou deixar minha mulher de biquíni por aí ? Claro que não, uai. Vou dá um jeito de ir me divertir com vocês - beijou minha testa.

- Eu estou magrinha, não é ? - fiz bico.

- (risos) Eu não entendo vocês mulheres. Reclamam quando estão cheinhas e reclamam quando estão magrinhas.

- Eu quero um corpo legal, mas eu estou muito magra. Tipo, parece que eu estou doente ainda, que não consigo me alimentar. Sei lá - tirei a blusa e o short. - O que acha ? - dei a famosa voltinha. - Estou ?

- Está muito gata com essa lingerie. Me aguarda, mais tarde. Trouxe a Monalisa ?

- (risos) Trouxe !


Fiquei de lingerie na cama com o Luan e o Henry, conversando sobre os desenhos que o nosso filho assistia concentrado, nem piscava os olhos e achávamos engraçado, como um desenho animado deixava uma criança tão impressionada ao ponto de não querer tirar os olhos da televisão. Coloquei a cabeça em sua perna, fechava os olhos com os carinhos que recebia do meu marido.

- Lu, sobre o nosso casamento... você acha legal fazermos de novo, mesmo ? - mudei de assunto, queria saber em que nível estávamos em nossa relação.

- Vamos fazer de novo. Eu me caso quantas vezes for preciso com você.

- Eu te amo muito, sabia ? - olhei para mim, encontrando o seu rosto que estava para mim de cabeça para baixo.

- Eu também meu amor - recebi um selinho - Minha vidinha - selinho - Quero viver contigo para sempre, até que a morte nos separe.

- E que a morte não nos separe. Nem depois da morte eu quero viver sem você - Luan sorriu e me deu um selinho demorado. - É meio meloso isso não é ? Mas eu gosto de expressar o que eu sinto por você, meu amorzinho.

- E eu gosto de ouvir isso, minha vidinha.


Olhamos para o lado e o Henry estava dormindo.

- Não era pra ter deixado ele dormir.

- Ué, porque ?

- Mais tarde ele não vai dormir, não vai deixar a Monalisa fazer nada e nem a gente, porque ele vai querer ficar com nós dois. Vamos acordá-lo ? - sentei na cama.

- Não, amor. Olha como ele está dormindo tão bonitinho, deixa o Henry dormir em paz. Vem aqui, vem - me puxou para que eu ficasse em seu colo.

- Seu filho está aqui do lado. Não vamos fazer nada. Não agora !

- Eu só quero te beijar - mordeu a minha orelha.

- Você quer me morder e não me beijar. Deixa eu arrumar ele aqui, não quero que o meu filho caia - arrumei o lado esquerdo do Henry, fazendo uma proteção para que ele não caísse.


- Agora vem aqui !


Luan me colocou em seu colo com uma perna de cada lado do seu corpo. E nos beijamos como se estivéssemos com sede, nossas línguas se entrelaçaram deixando o beijo ainda mais quente. Suas mãos passavam por todo o meu corpo e quando parava apertava forte. Sua língua quente por algumas vezes parava em minha orelha  e me arrancava alguns gemidos. Senti o meu marido se animar, mas naquele momento não poderíamos fazer nada. Então encerrei o beijo e sai do seu colo.

- O que foi, amor ?  Vem aqui, Larissa - me pedia fazendo cara de bravo.

- (risos) Não, Luan. Vou jogar água em você, está pegando fogo.

- Lógico, fica assim na minha frente. Estamos há 6 meses sem fazer nada. Estou contando com sua recuperação, fora algumas semanas antes do casamento.

- Subindo pela as paredes.

- Estou mesmo ! - arqueou a sobrancelha e levantou-se da cama indo para o banheiro. -  E para de ficar olhando pra minha cueca.

- (risos) Ué, você é meu marido eu posso te olhar de cueca,sem cueca.

- Fica aí conversando. Vou tomar um banho e tentar te esquecer.

Fui até a porta do banheiro impedido que ele fechasse.

- Você não vai me esquecer nunca, meu amorzinho - selei seus lábios.

- É não vou mesmo. Vem aqui no banheiro, rapidinho. Por favor !

- Não, Lu. Vai tomar o seu banho - tirei suas mãos da minha cintura.

Ele fechou a porta um pouco irritado e eu fui para cama, onde acompanhei o meu filho em um sono, do jeito que estava mesmo, apaguei.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O TEMPO PASSOU

Ainda de madrugada segui para a casa dos meus sogros, sabia que estavam dormindo, mas eu queria ficar ali com o meu filho, já que a mãe da Larissa o pegou em minha casa. Wellington saiu do carro e foi até a porta onde tocou na campanhia, as luzes da sala estava acesa, apesar das cortinas tamparem a visão, dava para ver a claridade, com certeza alguém acordado. Demoraram um pouco até que abriram a porta, pude ver de longe que era o meu cunhado, o Lucas.

- Tem certeza que vai ficar aqui ? - perguntou o meu pai, ele quem tinha ido nos buscar. - A gente pode vim amanhã, Luan.

- Não, pai. Eu vou ficar aqui - disse saindo do carro. - Diz a minha mãe que amanhã a a tarde eu vou em casa, não precisa se preocupar comigo. Vou ficar com a mala aqui.

- Qualquer coisa liga, filho.

- Beleza ! - ia saindo do carro quando lembrei de algo e voltei. - Amanhã vem com o meu carro ?

- Vai amanhã para o hospital com o seu carro ?

- Vou sim, vem com ele.

- Certo !


Me despedi do meu pai e fui até o Wellington que conversava com o Lucas na porta. Ao me ver me cumprimentou com um aperto de mão e logo pegou a minha mala.

- BOI ! - gritou o Roberval do carro, ele tinha acabado de acordar.

- Oi ?

- Amanhã posso ir com você no hospital ?

- Lógico ! Vem com o meu pai amanhã, vamos juntos.

- Beleza ! Boa noite.


Eles foram embora e eu entrei na casa, a televisão estava ligada em pausa. Lucas levou a minha mala para o quarto da Larissa enquanto fiquei na sala, tirando meu tênis e relaxando um pouco. E foi então que percebi que aquela casa sem ela não era a mesma, na verdade todos os lugares sem ela não era a mesma coisa. Com certeza ao chegar ali e a Larissa estivesse, eu seria recebido com tanto carinho e beijos.

Ouvi passos se aproximando e olhei para a escada, já imaginando que seria ela que iria descer ali com o nosso filho, toda sorridente, mas não era. A Michele estava com o Henry em seus braços e ao seu lado o Lucas que segurava uma manta do meu filho.


- Ué, fazendo o que aqui ?

- Vim ficar com o Lucas e o Henry. A mãe da Larissa foi para o hospital há uns 10 minutos atrás. Como você está ? - me perguntou sentando ao meu lado.

- Não muito bem, mas estou bem. O que aconteceu com a Larissa ?

- Ela voltou a respirar normal, avisaram e os pais dela foram para lá. Quer pegá-lo ?

- Quero sim - sorri para o meu filho que estava cochilando nos braços da tia postiça, o peguei em meus braços e coloquei deitado, balançando de um lado para o outro. - Ele deu trabalho para você ?

- Meu afilhado não dá trabalho, não.

- (risos) Esqueci que ele é seu afilhado.

- Claro que é... Sou madrinha do seu casamento, sou madrinha do seu filho. Sou da família, bebê. Tem que me aguentar.

- (risos) A gente te aguenta, não é filho ? Vamos dormir.

- Pode ir dormir no quarto da Larissa, vou para o quarto do Lucas.


Estranhei ela falar aquilo e olhei dela para o Lucas, os dois começaram a rir e eu não acreditei no que estava passando pela a minha cabeça.

- Sério ?

- O que ? - perguntou a Michele sem entender.

- O Luan está pensando que eu estou te pegando, Michele. Pirou !

- (risos) Sério que pensou isso ?

- É, vocês ficaram se olhando desconfiado. Estão se pegando ? Eu vou contar isso para a Larissa amanhã quando eu for no hospital.

- Não estamos se pegando, cara. Que maluco ! Acha que eu vou pegar a amiga da minha irmã ? A Michele ? - começou a rir e ela bateu em seu braço.

- Eu dou um caldo, tá ?

- Você é praticamente minha irmã, Michele. É disso que eu falo.

- É bom mesmo não se pegarem, eu conto para a Larissa e do jeito que ela é ciumenta, arranca o coro de vocês - olhei para o meu filho que tinha aberto os olhinhos. - Viu filho ? Está ferrado quando arrumar uma namoradinha. Sua mãe vai ficar no seu pé.

- (risos) Aquela ali depois que virou mãe, tem ciúmes de todo mundo.

- Ela já tinha antes, Lucas. Mas ela tem ciúmes por motivos óbvios, apesar de ser exagerada um pouquinho, ela tem que cuidar do que é dela - defendeu a amiga.

- E nós somos dela, ouviu isso ? - sacudi o meu filho de um lado para o outro, o que lhe fez rir. - Isso não é hora de ficar acordado, filho.

- Ei, Luan. Tem um povo revoltado aqui com você no instagram, cara. Aprontou o que dessa vez, cara ?

- É.. o que você aprontou mocinho ?

- Não consegui fazer o show. Pensei o tempo todo na Larissa, aquela cena dela entubada passava direto na minha cabeça, não consegui. E eu vou ter que explicar o porque que deixei o palco, mas eu não queria contar sobre a Larissa.

- Se você acha que é melhor não contar, estou contigo - disse meu cunhado.

- Vai descansar que amanhã vamos fazer uma visita especial para a Lari.

Michele me levou até o quarto da amiga, onde eu pude descansar um pouco ao lado do meu filho. Eu só pedia que as horas se passassem para que eu pudesse encontrar a minha mulher, beijá-la e dizer o quanto a amo. Consegui dormir tranquilamente, apesar do Henry acordar para tomar o seu leite e eu ter que trocar sua fraldinha, tudo foi normal o resto da noite.

Acordei com a Michele me chamando, ela dizia que o meu pai estava ali e os pais da Larissa tinham chegado, estavam conversando. Passei a mão do meu lado e não encontrei o meu filho, provavelmente a minha sogra tinha o pego. Fiz minhas higienes e fui até a sala onde estavam todos reunidos.

- Bom dia ! - sentei ao lado do meu pai.

- Sua mãe quase vinha te buscar.

- (risos) Imaginei que ela ficaria assim,

- Deveria ter ido para casa, Luan. Fica pouco com sua família - falou, Dona Laura.

- A minha irmã disse por mensagem que o Henry estava aqui, então vim ficar com ele. Foi bom pra mim, a noite passada foi terrível.

- Eu fiquei sabendo sobre o show. As pessoas estão te julgando sem saber o que você está passando - meu sogro segurou em meu ombro, enquanto estava em pé. - Já sabe o que vai fazer  ? Vai dizer o que a Larissa está passando.

- Vou pedir para o escritório liberar uma nota, mas não vamos dizer o que está acontecendo com a Larissa. Sabe como algumas pessoas são maldosas, nunca querem o bem dos outros - disse o meu pai, ele sabia bem os meus pensamentos.

- Eu concordo, é bom não expor assim o caso da Larissa. Acho que ela não iria gostar - afirmou o meu sogro.

- E como ela está ? - perguntei.

- Bem ! Não está mais entubada, continua sedada, provavelmente quando você estiver indo lá, ela já vai ter acordado. Ficou agitadinha ontem quando tirou o tubo, mas o resto está tranquilo, graças a Deus - minha sogra falou ao pegar o Henry dos braços da Michele.

- Graças a Deus. O Henry já comeu ? - perguntei.

- Já comeu, já arrotou. Agora vou banhá-lo e ele vai ficar com o titio - Michele disse.

- Deu trabalho, Luan ? - Dona Laura, perguntou.

- Deu nada, meu filho é calminho. Só acordou pra tomar o leite e trocar a fralda. Ele precisa de alguma coisa ? Quando a gente tiver voltando podemos passar em algum canto para comprar o que estiver faltando.

- Ele só precisa no momento da mamãe dele.

- Pai, cadê o testa ?

- Ficou no escritório, ele disse que vai nos encontrar no hospital. Vai passar em um floricultura, quer levar rosas para a Larissa.

- Será que pode levar ? - olhei para os meus sogros esperando uma resposta.

- Pode, deixamos flores no quarto dela ontem. A enfermeira disse que é muito bom, assim ela se sente mais leve ao acordar, vai se sentir feliz e não fica com depressão.

- Ela pode pegar uma depressão, não é ? Meu Deus ! - passei a mão incansavelmente por meus cabelos, em um ato desesperado. - Não sei porque estamos passando por isso. Tem horas que eu tenho vontade de gritar, meu coração está desesperado.

- Calma filho, vai dar tudo certo - meu pai tentava me consolar.


Realmente o desespero que eu sentia dentro de mim era terrível. Meu coração apertava me deixando louco por dentro, eu queria que desse certo, ela tinha que sair dessa situação, prometemos ficar juntos para sempre e assim seria.

- Vamos vê-la agora e aí você fica mais calmo - disse Michele.

Nos arrumamos e fomos para o hospital. Chegando lá, encontramos o Roberval com alguns buquês de flores, ele nos esperava na recepção. Acenei para algumas pessoas que falava comigo de longe, como as enfermeiras que me pediram fotos e atendi, mesmo não estando no clima.

- Ei, boi. Trouxe essa aqui que eu sei que você gosta de dar essas flores para ela - Roberval me entregava um buquê de flores, a qual eu sempre comprava para a Larissa em momentos especiais, apesar daquele momento não ser especial, mas eu queria que ela se sentisse especial.

Entramos em um corredor quando algumas pessoas que estavam aguardando na recepção, começaram a perceber que eu estava ali e queriam se aproximar, para a minha segurança e para não causar tumulto, nos colocaram em um corredor próximo do quarto da Larissa.

- Não podemos liberar essa quantidade de gente. Entra de três em três, por favor - disse a enfermeira chefe que estava cuidando da minha esposa.

Deixei com que o Roberval, Michele e o seu irmão entrassem primeiro, logo depois entraria eu e o meu pai para conversarmos com ela. Alguns minutos depois eles saíram do quarto sorrindo, pareciam felizes.

- Vai lá bonitão !

Entrei em seu quarto acompanhado do meu pai. Entrando ali, fiquei surpreso com tantas flores espalhadas pelo o quarto. E ao olhar para ela, a vi com um sorriso gigante no rosto, ela sorria para mim e tinha aqueles lindos olhos em mim. Coloquei as flores em um cantinho da mesa e fui até a minha esposa. O meu pai já tinha lhe cumprimentado e ficou feliz em vê-la com uma aparência boa.

- E aí meu amor ? Tudo certo com você ? - beijei sua testa.

- Estou me recuperando. Como você está ?

- Assustado com tudo isso.

- (risos) Imaginei ! Casei com você e agora estou morrendo - ela sorriu.

- Não fala isso, você não está morrendo.

- Me desculpa por ter casado com você e te deixar viúvo depois - Larissa achava graça no que dizia, mas o meu semblante era sério. - Ah, dá uma risadinha.

- Com piada desse tipo, não. É sem graça.

- Desculpa, meu amor - passou a mão por meu rosto.

- Se alimentou hoje ?

- Tomei meu café da manhã direitinho, comi tudo.

- Muito bem, tem que comer tudo.

- É papai, comi tudo.

- Acho que vou deixar vocês dois conversarem mais um pouco. Larissa, fico feliz em te ver bem, estou torcendo para que você saia daqui, vamos fazer um churrasco.

- Estou contando as horas para sair daqui.

- (risos) Vou indo, minha linda. Deus te dê a recuperação.

- Obrigada, Amarildo. Manda um beijo para a Bruna e a Marizete, peçam para ela vim aqui.

- Elas vão vim amanhã. Mas vou deixar teu recado amanhã.

- Muito bem !

O meu pai beijou a mão da minha esposa e logo saiu nos deixando a sós. Puxei uma cadeira para mais perto da sua cama, e passei suas mãos por meu rosto, ela logo abriu as mãos e acariciou enquanto eu estava de olhos fechados.

- Está cuidando direitinho do nosso filho ?

- Estou sim ! Ele sente sua falta.

- Estou morrendo de saudades dele. Cuida bem do Henry, ein ? Fala de mim para ela todos os dias, mostra uma foto minha, não quero que ele me estranhe quando eu voltar para casa.

- Quando estou com o Henry converso de você a cada quinze minutos, mostro sua foto, seus vídeos, mostro sua alegria, seu sorriso, seu olhar - beijei todo o seu braço até chegar perto do seu pescoço. - Saudades do seu cheirinho.

- (risos) Faz cócegas - ela se encolheu rindo. - E eu estou sem o meu cheirinho, estou com cheiro de hospital e com bafo. Quando será que eu vou ter alta ?

- Quando você estiver ainda melhor do que está hoje. E eu vou te beijar !

- Não ! Estou com bafo.

- Não importo, eu quero te beijar - beijei seu nariz e rocei meus lábios no dela. - Hmmm... meu amorzinho, vontade de ficar deitado aqui com você, bem agarradinho contigo.

- Não pode me abraçar forte, mas pode ficar aqui do meu ladinho.

Me agarrei ao seu lado e fiquei ali até a enfermeira dizer que já estava na hora de ir, ela tomaria um remédio e dormiria em seguida. Me despedi da Larissa com beijos e carinhos, fui até os outros que me esperaram bastante na recepção. Voltei para a casa, onde passei o dia com o meu filho. O escritório publicou uma nota em relação ao dia anterior, a confusão do show, mas não falaram o que tinha a Larissa. Fazendo as minhas fãs acharem que tínhamos rompido o nosso relacionamento.



( CINCO MESES DEPOIS )



Estava eu em casa me recuperando de uma cirurgia que raspou todo o meu cabelo, que me fez sentir inútil para o meu marido, simplesmente por causa de um cabelo. Pensei que ele iria me largar ao me ver em cima daquela cama de hospital, com a cabeça raspada e quase na beira da morte. Era muita coisa para o Luan aguentar, era muita pressão. Trabalho, viagem, filho e uma esposa vulnerável. E todas as vezes que ele ia me visitar, eu pedia em meio a lágrimas que me deixasse, que pedisse o divórcio, eu não queria vê-lo sofrendo, não queria sentir que eu estava acabando com ele. Mas o Luan não desistiu de mim, foi até o fim. E olhando agora para o homem da minha vida, cuidando do nosso filho que já está com seus oito meses, eu pude ter certeza que eu escolhi certo, que o meu coração escolheu certo a pessoa para que pudéssemos ser uma só carne.