Ainda de madrugada segui para a casa dos meus sogros, sabia que estavam dormindo, mas eu queria ficar ali com o meu filho, já que a mãe da Larissa o pegou em minha casa. Wellington saiu do carro e foi até a porta onde tocou na campanhia, as luzes da sala estava acesa, apesar das cortinas tamparem a visão, dava para ver a claridade, com certeza alguém acordado. Demoraram um pouco até que abriram a porta, pude ver de longe que era o meu cunhado, o Lucas.
- Tem certeza que vai ficar aqui ? - perguntou o meu pai, ele quem tinha ido nos buscar. - A gente pode vim amanhã, Luan.
- Não, pai. Eu vou ficar aqui - disse saindo do carro. - Diz a minha mãe que amanhã a a tarde eu vou em casa, não precisa se preocupar comigo. Vou ficar com a mala aqui.
- Qualquer coisa liga, filho.
- Beleza ! - ia saindo do carro quando lembrei de algo e voltei. - Amanhã vem com o meu carro ?
- Vai amanhã para o hospital com o seu carro ?
- Vou sim, vem com ele.
- Certo !
Me despedi do meu pai e fui até o Wellington que conversava com o Lucas na porta. Ao me ver me cumprimentou com um aperto de mão e logo pegou a minha mala.
- BOI ! - gritou o Roberval do carro, ele tinha acabado de acordar.
- Oi ?
- Amanhã posso ir com você no hospital ?
- Lógico ! Vem com o meu pai amanhã, vamos juntos.
- Beleza ! Boa noite.
Eles foram embora e eu entrei na casa, a televisão estava ligada em pausa. Lucas levou a minha mala para o quarto da Larissa enquanto fiquei na sala, tirando meu tênis e relaxando um pouco. E foi então que percebi que aquela casa sem ela não era a mesma, na verdade todos os lugares sem ela não era a mesma coisa. Com certeza ao chegar ali e a Larissa estivesse, eu seria recebido com tanto carinho e beijos.
Ouvi passos se aproximando e olhei para a escada, já imaginando que seria ela que iria descer ali com o nosso filho, toda sorridente, mas não era. A Michele estava com o Henry em seus braços e ao seu lado o Lucas que segurava uma manta do meu filho.
- Ué, fazendo o que aqui ?
- Vim ficar com o Lucas e o Henry. A mãe da Larissa foi para o hospital há uns 10 minutos atrás. Como você está ? - me perguntou sentando ao meu lado.
- Não muito bem, mas estou bem. O que aconteceu com a Larissa ?
- Ela voltou a respirar normal, avisaram e os pais dela foram para lá. Quer pegá-lo ?
- Quero sim - sorri para o meu filho que estava cochilando nos braços da tia postiça, o peguei em meus braços e coloquei deitado, balançando de um lado para o outro. - Ele deu trabalho para você ?
- Meu afilhado não dá trabalho, não.
- (risos) Esqueci que ele é seu afilhado.
- Claro que é... Sou madrinha do seu casamento, sou madrinha do seu filho. Sou da família, bebê. Tem que me aguentar.
- (risos) A gente te aguenta, não é filho ? Vamos dormir.
- Pode ir dormir no quarto da Larissa, vou para o quarto do Lucas.
Estranhei ela falar aquilo e olhei dela para o Lucas, os dois começaram a rir e eu não acreditei no que estava passando pela a minha cabeça.
- Sério ?
- O que ? - perguntou a Michele sem entender.
- O Luan está pensando que eu estou te pegando, Michele. Pirou !
- (risos) Sério que pensou isso ?
- É, vocês ficaram se olhando desconfiado. Estão se pegando ? Eu vou contar isso para a Larissa amanhã quando eu for no hospital.
- Não estamos se pegando, cara. Que maluco ! Acha que eu vou pegar a amiga da minha irmã ? A Michele ? - começou a rir e ela bateu em seu braço.
- Eu dou um caldo, tá ?
- Você é praticamente minha irmã, Michele. É disso que eu falo.
- É bom mesmo não se pegarem, eu conto para a Larissa e do jeito que ela é ciumenta, arranca o coro de vocês - olhei para o meu filho que tinha aberto os olhinhos. - Viu filho ? Está ferrado quando arrumar uma namoradinha. Sua mãe vai ficar no seu pé.
- (risos) Aquela ali depois que virou mãe, tem ciúmes de todo mundo.
- Ela já tinha antes, Lucas. Mas ela tem ciúmes por motivos óbvios, apesar de ser exagerada um pouquinho, ela tem que cuidar do que é dela - defendeu a amiga.
- E nós somos dela, ouviu isso ? - sacudi o meu filho de um lado para o outro, o que lhe fez rir. - Isso não é hora de ficar acordado, filho.
- Ei, Luan. Tem um povo revoltado aqui com você no instagram, cara. Aprontou o que dessa vez, cara ?
- É.. o que você aprontou mocinho ?
- Não consegui fazer o show. Pensei o tempo todo na Larissa, aquela cena dela entubada passava direto na minha cabeça, não consegui. E eu vou ter que explicar o porque que deixei o palco, mas eu não queria contar sobre a Larissa.
- Se você acha que é melhor não contar, estou contigo - disse meu cunhado.
- Vai descansar que amanhã vamos fazer uma visita especial para a Lari.
Michele me levou até o quarto da amiga, onde eu pude descansar um pouco ao lado do meu filho. Eu só pedia que as horas se passassem para que eu pudesse encontrar a minha mulher, beijá-la e dizer o quanto a amo. Consegui dormir tranquilamente, apesar do Henry acordar para tomar o seu leite e eu ter que trocar sua fraldinha, tudo foi normal o resto da noite.
Acordei com a Michele me chamando, ela dizia que o meu pai estava ali e os pais da Larissa tinham chegado, estavam conversando. Passei a mão do meu lado e não encontrei o meu filho, provavelmente a minha sogra tinha o pego. Fiz minhas higienes e fui até a sala onde estavam todos reunidos.
- Bom dia ! - sentei ao lado do meu pai.
- Sua mãe quase vinha te buscar.
- (risos) Imaginei que ela ficaria assim,
- Deveria ter ido para casa, Luan. Fica pouco com sua família - falou, Dona Laura.
- A minha irmã disse por mensagem que o Henry estava aqui, então vim ficar com ele. Foi bom pra mim, a noite passada foi terrível.
- Eu fiquei sabendo sobre o show. As pessoas estão te julgando sem saber o que você está passando - meu sogro segurou em meu ombro, enquanto estava em pé. - Já sabe o que vai fazer ? Vai dizer o que a Larissa está passando.
- Vou pedir para o escritório liberar uma nota, mas não vamos dizer o que está acontecendo com a Larissa. Sabe como algumas pessoas são maldosas, nunca querem o bem dos outros - disse o meu pai, ele sabia bem os meus pensamentos.
- Eu concordo, é bom não expor assim o caso da Larissa. Acho que ela não iria gostar - afirmou o meu sogro.
- E como ela está ? - perguntei.
- Bem ! Não está mais entubada, continua sedada, provavelmente quando você estiver indo lá, ela já vai ter acordado. Ficou agitadinha ontem quando tirou o tubo, mas o resto está tranquilo, graças a Deus - minha sogra falou ao pegar o Henry dos braços da Michele.
- Graças a Deus. O Henry já comeu ? - perguntei.
- Já comeu, já arrotou. Agora vou banhá-lo e ele vai ficar com o titio - Michele disse.
- Deu trabalho, Luan ? - Dona Laura, perguntou.
- Deu nada, meu filho é calminho. Só acordou pra tomar o leite e trocar a fralda. Ele precisa de alguma coisa ? Quando a gente tiver voltando podemos passar em algum canto para comprar o que estiver faltando.
- Ele só precisa no momento da mamãe dele.
- Pai, cadê o testa ?
- Ficou no escritório, ele disse que vai nos encontrar no hospital. Vai passar em um floricultura, quer levar rosas para a Larissa.
- Será que pode levar ? - olhei para os meus sogros esperando uma resposta.
- Pode, deixamos flores no quarto dela ontem. A enfermeira disse que é muito bom, assim ela se sente mais leve ao acordar, vai se sentir feliz e não fica com depressão.
- Ela pode pegar uma depressão, não é ? Meu Deus ! - passei a mão incansavelmente por meus cabelos, em um ato desesperado. - Não sei porque estamos passando por isso. Tem horas que eu tenho vontade de gritar, meu coração está desesperado.
- Calma filho, vai dar tudo certo - meu pai tentava me consolar.
Realmente o desespero que eu sentia dentro de mim era terrível. Meu coração apertava me deixando louco por dentro, eu queria que desse certo, ela tinha que sair dessa situação, prometemos ficar juntos para sempre e assim seria.
- Vamos vê-la agora e aí você fica mais calmo - disse Michele.
Nos arrumamos e fomos para o hospital. Chegando lá, encontramos o Roberval com alguns buquês de flores, ele nos esperava na recepção. Acenei para algumas pessoas que falava comigo de longe, como as enfermeiras que me pediram fotos e atendi, mesmo não estando no clima.
- Ei, boi. Trouxe essa aqui que eu sei que você gosta de dar essas flores para ela - Roberval me entregava um buquê de flores, a qual eu sempre comprava para a Larissa em momentos especiais, apesar daquele momento não ser especial, mas eu queria que ela se sentisse especial.
Entramos em um corredor quando algumas pessoas que estavam aguardando na recepção, começaram a perceber que eu estava ali e queriam se aproximar, para a minha segurança e para não causar tumulto, nos colocaram em um corredor próximo do quarto da Larissa.
- Não podemos liberar essa quantidade de gente. Entra de três em três, por favor - disse a enfermeira chefe que estava cuidando da minha esposa.
Deixei com que o Roberval, Michele e o seu irmão entrassem primeiro, logo depois entraria eu e o meu pai para conversarmos com ela. Alguns minutos depois eles saíram do quarto sorrindo, pareciam felizes.
- Vai lá bonitão !
Entrei em seu quarto acompanhado do meu pai. Entrando ali, fiquei surpreso com tantas flores espalhadas pelo o quarto. E ao olhar para ela, a vi com um sorriso gigante no rosto, ela sorria para mim e tinha aqueles lindos olhos em mim. Coloquei as flores em um cantinho da mesa e fui até a minha esposa. O meu pai já tinha lhe cumprimentado e ficou feliz em vê-la com uma aparência boa.
- E aí meu amor ? Tudo certo com você ? - beijei sua testa.
- Estou me recuperando. Como você está ?
- Assustado com tudo isso.
- (risos) Imaginei ! Casei com você e agora estou morrendo - ela sorriu.
- Não fala isso, você não está morrendo.
- Me desculpa por ter casado com você e te deixar viúvo depois - Larissa achava graça no que dizia, mas o meu semblante era sério. - Ah, dá uma risadinha.
- Com piada desse tipo, não. É sem graça.
- Desculpa, meu amor - passou a mão por meu rosto.
- Se alimentou hoje ?
- Tomei meu café da manhã direitinho, comi tudo.
- Muito bem, tem que comer tudo.
- É papai, comi tudo.
- Acho que vou deixar vocês dois conversarem mais um pouco. Larissa, fico feliz em te ver bem, estou torcendo para que você saia daqui, vamos fazer um churrasco.
- Estou contando as horas para sair daqui.
- (risos) Vou indo, minha linda. Deus te dê a recuperação.
- Obrigada, Amarildo. Manda um beijo para a Bruna e a Marizete, peçam para ela vim aqui.
- Elas vão vim amanhã. Mas vou deixar teu recado amanhã.
- Muito bem !
O meu pai beijou a mão da minha esposa e logo saiu nos deixando a sós. Puxei uma cadeira para mais perto da sua cama, e passei suas mãos por meu rosto, ela logo abriu as mãos e acariciou enquanto eu estava de olhos fechados.
- Está cuidando direitinho do nosso filho ?
- Estou sim ! Ele sente sua falta.
- Estou morrendo de saudades dele. Cuida bem do Henry, ein ? Fala de mim para ela todos os dias, mostra uma foto minha, não quero que ele me estranhe quando eu voltar para casa.
- Quando estou com o Henry converso de você a cada quinze minutos, mostro sua foto, seus vídeos, mostro sua alegria, seu sorriso, seu olhar - beijei todo o seu braço até chegar perto do seu pescoço. - Saudades do seu cheirinho.
- (risos) Faz cócegas - ela se encolheu rindo. - E eu estou sem o meu cheirinho, estou com cheiro de hospital e com bafo. Quando será que eu vou ter alta ?
- Quando você estiver ainda melhor do que está hoje. E eu vou te beijar !
- Não ! Estou com bafo.
- Não importo, eu quero te beijar - beijei seu nariz e rocei meus lábios no dela. - Hmmm... meu amorzinho, vontade de ficar deitado aqui com você, bem agarradinho contigo.
- Não pode me abraçar forte, mas pode ficar aqui do meu ladinho.
Me agarrei ao seu lado e fiquei ali até a enfermeira dizer que já estava na hora de ir, ela tomaria um remédio e dormiria em seguida. Me despedi da Larissa com beijos e carinhos, fui até os outros que me esperaram bastante na recepção. Voltei para a casa, onde passei o dia com o meu filho. O escritório publicou uma nota em relação ao dia anterior, a confusão do show, mas não falaram o que tinha a Larissa. Fazendo as minhas fãs acharem que tínhamos rompido o nosso relacionamento.
( CINCO MESES DEPOIS )
Estava eu em casa me recuperando de uma cirurgia que raspou todo o meu cabelo, que me fez sentir inútil para o meu marido, simplesmente por causa de um cabelo. Pensei que ele iria me largar ao me ver em cima daquela cama de hospital, com a cabeça raspada e quase na beira da morte. Era muita coisa para o Luan aguentar, era muita pressão. Trabalho, viagem, filho e uma esposa vulnerável. E todas as vezes que ele ia me visitar, eu pedia em meio a lágrimas que me deixasse, que pedisse o divórcio, eu não queria vê-lo sofrendo, não queria sentir que eu estava acabando com ele. Mas o Luan não desistiu de mim, foi até o fim. E olhando agora para o homem da minha vida, cuidando do nosso filho que já está com seus oito meses, eu pude ter certeza que eu escolhi certo, que o meu coração escolheu certo a pessoa para que pudéssemos ser uma só carne.
Ainda bem que não matou ela kkkkk
ResponderExcluirQue lindaa, estou amando. Comecei a ler ontem e já terminei. Não para com essa fanfic amr, por favor. É maravilhosa ��
ResponderExcluirIsabelly @wiseluan