sábado, 8 de novembro de 2014

VOLTANDO PARA SÃO PAULO

- Está bem ? - Michele perguntou assim que atendi. Fui caminhando pelo o corredor enquanto conversava com ela por telefone.
- Estou bem, eu tenho que está não é ?
- Você já viu ele ?
- Ainda não, ele está dormindo e provavelmente eu nem venha a vê-lo.
- Uai, mas ainda falta dois dias.
- (risos) Você não é a primeira a me dizer que falta dois dias.
- Mas é o que falta, não é ?
- Sim, mas eu vou pegar o primeiro avião para São Paulo.
- Porque ?
- Eu quero ir pra casa, e ainda tem os últimos ajustes da formatura.
- Larissa, você tem um compromisso com o Luan até sexta-feira. Como você vai convencer ele que tem que vim pra São Paulo, resolver os últimos ajustes da sua formatura ?
- Eu já avisei ao Roberval. Quando ele avisar ao Luan eu já vou está em São Paulo.
- E o seu emprego ?
- Creio que ele não vai deixar de ser o meu emprego.
A porta de um quarto se abriu e o Luan aparecia ali com cara de sono.
- Larissa ! - ele falava um pouco rouco.
- Depois nos falamos ? Vamos marcar de novo pra poder sair.
- O Luan está aí não é ?
- Sim ! Depois eu te ligo, eu tenho que resolver um probleminha com um amigo.
- Certo ! Então até mais. Beijos, se cuida.
- Beijos, amiga !
     Desliguei o celular e olhei para o Luan que continuava na porta
do seu quarto, esperando que eu entrasse ali. Ele deu passagem e assim eu pude entrar, Luan já foi direto para a sua cama e colocou o edredom por cima do seu corpo:
- O que foi ? - perguntei, em pé olhando para ele.
- Estou com a garganta doendo demais, Larissa.
- Deve ter tomando bastante gelo nessa madrugada não é ?
- Gelo não - disse rindo.
- Toma muita água para hidratar as cordas vocais, nebulização começando de agora. E toma um remédio que tem dentro de sua mala, passei para sua mãe comprar e provavelmente ela deve ter colocado na mala.
- Colocou sim, vou tomar agora - se levantou indo até a mala e pegando o remédio junto com uma água no frigobar. Sentei em sua cama e fiquei olhando ele andar pelo o quarto.
         Nem percebi quando ele deitou-se ao meu lado e segurou a minha mão. Quando sai dos meus pensamentos, também deitei ao seu lado e fiquei olhando ele brincar com as minhas mãos, estávamos em silêncio. Mas eu iria aproveitar aquele momento para dizer que eu já estava indo embora, mesmo faltando dois dias para que eu voltasse pra casa:
- Luan !
- Hmm...
- Daqui a pouquinho eu estou pegando o avião e indo pra casa.
- Ué, porque ? Falta dois dias !
- (risos) Você já é a quarta pessoa que me fala isso.
- Mas não falta dois dias ?
- É falta, mas eu preciso ir antes. Desculpa !
- Aconteceu alguma coisa com seus pais, seu irmão ?
- Não ! Mas... eu preciso terminar... os últimos negócios da faculdade.
- (risos) Os últimos negócios ?
- Eu tenho que gravar umas coisinhas para a formatura, e eles marcaram para amanhã de manhã. Então eu já deixei tudo certo com a minha passagem e estou indo daqui a pouquinho. Eu pedi para o Roberval te avisar, mas como eu já estou aqui com você.
- Ia embora e não iria me avisar ?
- Precisava ?
- Precisava, Larissa ! - ele falou soltando a minha mão e apoiou a cabeça com o braço. E ficou me olhando eu sentia isso, mas eu preferi olhar para o teto, assim eu não ficaria com vontade de beijá-lo. - Olha pra mim.
     Quando ele queria alguma coisa, eu já sabia. Ele falava manso, com uma voz que me fazia arrepiar, quase um sussurro. Mas continuei olhando para o teto, me fiz de difícil.
- Não vai olhar ?
- Pode falar, senhor - mesmo sem a minha vontade, eu o olhei. Estava tão próximo de mim.
- Eu vou fazer de tudo pra ir na sua formatura. Vai ser dia de semana não é ?
- É sim, mas não precisa se preocupar, viu Luan ?
- Eu vou fazer o possível, lembra que eu disse que iria ?
- Mas não precisa... Não quero te incomodar com isso, e você vai está em dia de folga, vai querer curtir uma baladinha com os amigos, ou curtir os seus pais, sua irmã.
- Você não quer que eu vá ? - levantou a sobrancelha.
- Que...Quero, mas não precisa.
- Você não quer que eu vá ? Pode dizer, pô. Vai encontrar alguém lá ?
- Eu não quero te incomodar, só isso.
- Mas eu já disse que não vai me incomodar.
- Você não disse...
- Estou dizendo agora !
- Tudo bem !
         Sem que eu percebesse o Luan me deu um selinho demorado, que virou em um beijão. Luan já estava por cima de mim e não parava o beijo. Encerrei o beijo com um selinho, mas ele queria mais, vendo que eu não iria lhe dá mais beijos, ganhei uma mordidinha no pescoço, isso me fez lhe abraçar forte e beijar o seu ombro.
- Eu preciso ir...
- Me liga quando chegar em São Paulo ?
- Ligo sim - dei um sorriso fechado. Luan saiu de cima de mim, e eu lhe dei outras recomendações sobre o probleminha que ele tinha acordado, a garganta.
          Olhei no relógio e vi que comeria alguma coisa no aeroporto mesmo, entrei no quarto e as meninas já estavam acordada. Conversamos um pouco e me despedi delas. Peguei o primeiro taxi indo para o aeroporto.

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