Durante o meu almoço com a Michele, o Luan me ligou algumas vezes e eu não lhe atendia, aquilo com certeza já estava lhe deixando mais irritado, mas preferi continuar com o meu almoço. Fiquei um bom tempo no restaurante acompanhada da minha amiga, e quando já estávamos nos preparando para ir embora, vi um movimento estranho na porta do restaurante. Nos levantamos e a Michele concentrada em seu celular, não viu o que eu estava vendo.
- Amiga ! - falei assim que vi algumas pessoas tirando foto com alguém.
- Oi, gata.
- Acho que é o Luan que está entrando no restaurante e tirando foto com aquelas pessoas.
Ela imediatamente olhou para a porta.
- Certeza que é o Luan. Olha lá ele de touca.
- Agora é que vamos embora mesmo.
Respirei fundo e sai em passos largos até a porta. Mas fomos ''barradas'' quando o Wellington nos viu ''fugindo'' do local. Ele pedia para esperarmos.
- Eu já almocei, Wellington.
Senti umas mãos em minha cintura e senti um aperto, eu reconhecia aquele aperto e aquelas mãos. Ele sempre fazia isso.
- Já almoçou ? Já alimentou a nossa criança ? Que bom !
Fiquei de frente para o Luan e lhe encarei, ele deu um sorrisinho de lado e arrumou a sua touca.
- Estou indo embora - falei.
- Fica, uai ! Você não estava brigando por telefone para que eu estivesse aqui ?
- Não estava brigando por telefone para que você estivesse aqui, mas você combinou de almoçar comigo. Mas, eu desmarquei contigo. Por isso pode ficar o quanto quiser, porque EU estou indo embora.
- Amiga, é melhor você ficar e eu vou indo. Fica com o Luan.
- Não, Mi. Vim almoçar com você e vou com você, passamos um tempo ótimo conversando estava precisando disso, e agora estou um pouco cansada - falava olhando fixamente para os olhos do Luan.
- Tudo bem ! Quer ir ? Vai lá - ele disse.
Apertou novamente a minha cintura, me deu um beijo no rosto e me deu as costas, indo até a mesa que o garçom e o Wellington já estavam. Sai enfurecida do restaurante, entrando no carro da minha amiga.
- Você viu o que ele fez ?
- Deveria ter ficado, amiga.
- Eu iria matá-lo. Hoje o Luan está insuportável. Depois ele vem me procurar, vou falar um monte de coisa que está aqui na minha garganta.
- Eu acho que isso não faz bem para o seu bebê, portanto muita calma nessa hora. Para onde você quer ir ? Seu apartamento ou a casa da sua mãe ?
- Eu preciso da minha mãe nesse momento.
Michele me deixou na casa dos meus pais, e por lá só encontrei a minha mãe e o meu irmão, o pai estava resolvendo alguns problemas de seu trabalho, porém nada grave. Na verdade, a minha mãe estava dormindo. Fiquei na sala olhando o meu irmão jogar vídeo-game, estava em meus pensamentos, quando tomei um susto com o meu irmão gritando ''GOL''.
- Isso me faz perder o seu sobrinho - disse com a mão no peito.
- Desculpa, mana. Fiquei empolgado aqui. Mas e aí, como está esse bebê aí ? - perguntou após pausar o jogo e se aproximar de mim, colocando a mão em minha barriga.
- Está bem
- Graças a Deus ! Já sabe se é menino ou menina ?
- Irei saber mês que vem.
- Estou ansioso ! Quero que seja menino.
- (risos) Acho que todos querem que seja um menino.
- Já sabe o nome que irá colocar ? Caso seja menino ?
- Ainda não, tenho que conversar com o Luan.
- Coloca Lucas em homenagem ao seu irmão - ele me fez rir.
- (risos) Fala isso para o seu cunhado.
- Irei contar na próxima vez que ele vim aqui em casa. Ele está brigado com alguém daqui ? Nunca mais o vi.
- Não ! É apenas o trabalho dele que anda bem corrido, o Luan está vendo como anda os ajustes do seu novo DVD. Acho que ele vem por aqui hoje.
- Então hoje eu dou a ideia para ele.
- Quero só vê mesmo o que o Luan irá dizer sobre esse nome no filho dele.
- Ele vai gostar tenho certeza, esse é o nome mais lindo.
- Convencido !
Continuei conversando com o meu irmão sobre a sua namorada, sobre relacionamentos e tantas outras coisas. Fazia tempo que não parava para conversar com o meu irmão, eu sentia saudades de suas brincadeiras, dos seus dramas e até dos seus gritos pedindo que a mãe me castigasse quando eu tirava ele do sério, ou até mesmo quando eu quebrava sem querer algo que era dele.
Já era fim de tarde quando a minha mãe apareceu na sala e ficou surpresa ao me vê:
- Que milagre você por aqui, minha filha - beijou a minha cabeça e logo sentou-se ao meu lado. Eu continuava na sala, deitada no sofá desde a hora que tinha chegado.
- Oi, mãe - beijei o seu rosto. - Dormiu a tarde inteira, está doente ?
- Só com uma preguicinha, hoje não fui trabalhar.
- Folga ?
- Para a minha felicidade, sim. O seu pai já chegou ?
- Ainda não !
- Cadê o Lucas ?
- Foi para o quarto conversar com a namorada.
Não demorou muito para que o meu pai chegasse e todos se reunisse para jantar. Todo instante ficava olhando o meu celular, esperando uma mensagem ou uma ligação do Luan, mas nada. Provavelmente ainda estava chateado.
- Filha, como anda o seu relacionamento com o Luan ? - perguntou o meu pai.
- Uma briguinha ali, uma briguinha aqui, mas estamos caminhando.
- Brigas sempre existe em relacionamento, mas não deixem que isso façam vocês se separarem, estão formando uma família.
- Não vamos deixar isso nos separar.
- E o meu neto ?
- O senhor nem sabe se é menino.
- Eu sinto isso, rapaz.
- Esses homens sentem tantas coisas não é ? O meu sogro fala que é menino, o Luan, o meu irmão e até o senhor diz que é menino. Então já posso comprar o enxoval.
- Isso mesmo, o enxoval do Palmeiras.
- (risos) O seu genro não vai deixar ele usar uma camisa do Palmeiras, se acostuma pai.
- Coloca escondido.
Já era madrugada quando conversava com a Michele sobre enxovais, chá de fraldas, até falamos de casamento, mas isso era bem no futuro. Tomei um susto com uma mensagem do Luan, fui logo responder.
(...) Acordada essa hora, fazendo o que ?!
(...) Conversando com a Michele e você fazendo o que ?
(...) Não consigo dormir cedo :/
(...) Eu sei ! Quer conversar ?
(...) Vou te ligar !
O Luan me ligou e eu prometi não começar uma briga de novo por telefone. Atendi e ele já foi falando disparadamente, pedindo desculpas.
- Fiquei chateada com você, mas eu te desculpo.
- De verdade, amor ? Não queria ser grosso com você, só estava estressado com tanta coisa e acabei descontando em você. Me perdoa mesmo !
- Tudo bem, Lu. Já te perdoei !
- Podemos passar o dia juntos amanhã ?
- Hoje no caso, poderíamos sim. Você vem aqui ?
- O seu pai pode brigar.
- Ele vai está trabalhando. Vem !
- Eu vou, estou indo agora.
- Agora ?
- É agora ! Me espera, que eu já estou chegando.
- Luan é perigoso.
- Eu vou devagar - rimos.
- Seu besta ! Estou falando das ruas perigosas, semáforos e tal. Fica em casa e
mais tarde você vem.
- Minha casa não é tão longe da sua, eu vou. Quero dormir com você.
- Luan !
- Me espera !
Ele desligou e eu fiquei pensando se ele realmente iria aparecer em minha casa, ás 02:00 da manhã. Me levantei, arrumei um pouco meu quarto e coloquei uma outra camisola, também passei mais hidratante em meu corpo e fui para a sala.
Contei no relógio 15 minutos, foi então que o meu celular tocou novamente, era o Luan dizendo que estava em frente a minha casa e que precisava guardar o carro. Como a garagem da minha casa cabia mais um carro, abri tentando fazer o mínimo de silêncio, e ele pôde guardar o seu carrão ali.
- Você é maluco ! - falei quando lhe vi saindo do carro.
- Filha ! - escutei a voz do meu pai.
- E agora ? - perguntou o Luan com cara de assustado.
- Relaxa ! Oi pai.
- Ah ! Luan por aqui essa hora ? E aí - meu pai se aproximou do Luan que estava sem graça, os dois apertaram as mãos.
- É, vim aqui visitar sua filha de madrugada - falou rindo.
- Vai dormir aqui ?
- Ele vai dormir sim, pai.
- Cuidado, crianças. Vou voltar a dormir !
O meu pai foi para o seu quarto, enquanto eu e o Luan ficamos na sala conversando. Na verdade trocávamos mais carinhos, do que falava alguma coisa.
- Vamos para o seu quarto ? - perguntou sussurrando em meu ouvido.
- Estamos na casa dos meus pais, eu acho...
- Xii ! Não é nada do que você está pensando. Só quero ficar deitadinho com você.
- Vamos ! Sem fazer barulho
- Eu posso garantir que não vou fazer barulho, agora já eu não respondo por você.
- Luan ! Depois não é nada do que eu estou pensando ?
- (risos) É brincadeira, Larissa.
- Está muito saliente.
- Só com você, amor.
Entramos em meu quarto e o Luan já foi tirando a sua camisa e se jogando na minha cama, estava todo esparramado sobre a minha cama.
- Nossa ! Tenho um namorado muito folgado.
- Vamos dormir juntinhos. Estava morrendo disso, meu amor.
Deitei ao lado do Luan e ficamos de frente um para o outro.
- Eu já estou perdoado mesmo ?
- Se não estivesse eu nem teria aberto a porta pra você.
- Você não faria isso.
- Faria ! - falei rindo.
- (risos) Você não é tão má, Larissa.
- Você que pensa.
- Amor, você está grávida. Não pode ficar falando isso para o seu pai do seu bebê não.
- Uai, porque não ?
- Ele sente, vai que ele nasce com raiva de mim.
- (risos) Claro que isso não vai acontecer.
- Espero ! Quero ser o melhor pra ele.
- Você vai ser, eu tenho certeza disso.
E ficamos namorando, um climinha gostoso. Minha mãe sempre dizia que quando um casal está muito apaixonado, esquece de qualquer coisa, das palavras que soltaram sem querer e que magoou um ou outro, ou de tantas outras coisas que foram feitas e fez com que o coração ficasse triste.
Naquele momento eu comprovei que tudo o que minha mãe dizia era verdade. Parecia que nem tinha acontecido uma discussão entre nós dois. Tudo estava tranquilo entre nós novamente.
Luan adormeceu com a cabeça em meu peito, e eu fiquei mexendo em seu cabelo, fiquei um bom tempo daquele jeito, pensando em nós dois e de como seria quando eu desse a luz aquela criança que já era tão amada por todos da família.
Larissa perdoou rápido demais.
ResponderExcluirAinda bem que ela já perdoou 🙏🏻🙏🏻🙏🏻
ResponderExcluirLindos esses dói, muito amor.
ResponderExcluir